Thirty-Six 🧭

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Pov Hayoon

- Há várias ligações, todas de números diferentes. Apenas uma próxima ao horário do ocorrido mas, era um telefone descartável não adianta rastrear. - Disse Changbin para mim.

- Rastr... Meu Deus, eu tinha esquecido... - Falei colocando a mão na boca.

- Hayoon? Ei ei, calma senta aqui um pouco. - Perdi as forças nos joelhos.

- Eu... Por favor esteja com ela.

Peguei o celular e abri o aplicativo, eu sabia que por mais que me esforçasse não conseguiria deixá-la cem por centro fora de perigo, por isso lhe dei uma presilha com um rastreador.

Abri o aplicativo com as mãos tremendo, quando o pontinho vermelho começou a piscar eu chorei. Um choro de alívio e gratidão, eu a encontrei.

- Eu a encontrei, encontrei minha Chaewon.

- Uma ótima detetive como sempre, hora da estratégia.

Chamamos a equipe Alfa para dentro da sala de reuniões.

- Hayoon, eu quero ajudar. - Disse Félix.

- Eu sei que quer mas, não sabemos como as coisas vão se desenrolar e...

- Na verdade, vamos precisar dele. - Changbin interveio. - Venham, sentem-se.

Traçamos cada detalhe do plano, precisaríamos ser extremamente cautelosos. Minho iria verificar o perímetro e ficar vigiando a movimentação junto comigo. Solar e Wooyoung fariam todo levantamento sobre o dono da casa, Changbin e Félix ficariam de olho em Han.

- Todos verifiquem os equipamentos antes de ir, não podemos falhar. A vida de Chaewon pode estar em risco nesse exato momento.

Cada equipe foi para um lado, eu e Minho entramos em um dos carros da agência.

- Vamos alugar um carro, qualquer um reconheceria o carro de um detetive. - Falou Minho como se fosse óbvio.

- Tudo bem, eu só quero que Chae saia de lá ilesa.

Deixamos o carro da agência em um estacionamento a quatro quadras para que não suspeitassem. Trocamos de roupa e seguimos até o endereço, quando viramos a esquina, vi o doutor Yang sendo retirado do carro com a boca sangrando e alguns hematomas, peguei a câmera e tirei algumas fotos.

- Ele não pensou que conseguiríamos encontrá-lo pelo visto, se imaginasse que isso aconteceria não daria as caras assim tão fácil. - Falei enquanto fotografava.

- Tenente Lee para central, temos um B25¹ e B11² leve em andamento até o momento. Vítima identificada como Yang Jeongin, pediatra infantil do orfanato Sun Light.

- Copiado Tenente, mantenham a posição e aguardem nova orientação.

- Positivo central, tks³.

- É uma casa muito afastada, vamos precisar de um lugar para ficarmos.

- Deixa comigo. - Minho deu um sorrisinho, que morreu assim que viu o nome na tela do meu celular.

Era Han me ligando.

- Oi Hannie.

- Pode me dizer porque de repente tenho dois guarda costas? - Ele parecia bem irritado.

- Precisamos te proteger, não ficou sabendo do orfanato?

- O que um vazamento de gás tem haver com... Droga, não foi um vazamento de gás não é?

Olhei para Minho, que desviou o olhar.

- Não, eles levaram a Chaewon e a senhora Park tentou atirar em mim... bom, Changbin foi mais rápido.

- O quê?! E vocês iriam esconder isso de mim até quando? Quer saber, deixa pra lá. Enquanto vocês não me contarem o que está acontecendo, eu me recuso a andar por aí com esses dois atrás de mim. - Ele simplesmente desligou na minha cara.

- Han, Han! Porra! - Joguei o celular no painel.

- Ele se recusou a ficar com os dois não é? - Falou Minho parecendo que tinha uma tonelada em seus ombros.

- Não quero saber se ele vai aceitar ou não, não vou deixá-lo morrer por causa do orgulho.

- Mudança de planos, ligue para Changbin.

Liguei para Changbin, Minho trocou algumas palavras com ele e aguardou. Assim que Changbin parou a moto ao lado do nosso carro, eles trocaram de lugar.

- Boa sorte, ele está irredutível. - Changbin falou colocando a mão no ombro de Lee.

- Vou dar um jeito nisso, uma hora ou outra teríamos que nos ver mesmo.

Após dizer isso, Lee colocou o capacete e saiu com a moto.

- Não sabia que uma criatura daquele tamanho poderia guardar tanta raiva.

Tive que rir do comentário de Changbin.

Pov Han

O que mais eles escondem de mim? Se isso tudo me envolve porque sou o único que não pode saber o que está acontecendo? Até Félix sabe de tudo.

Changbin recebeu uma ligação e teve que sair, tranquei Félix para fora do quarto. Não o colocaria na rua pois era muito perigoso mas, até que alguém fosse sincero comigo eu não diria nem uma palavra sequer.

- Obrigado, posso dar conta a partir daqui. Faça aquilo que combinamos. - Eles poderiam estar de brincadeira.

- Tem certeza Minho? - Félix parecia receoso.

- Acha que não consigo lidar com meu marido Lee?

Eu poderia imaginar o sorrisinho sacana dele... Merda, não era para esse tipo de pensamento me pegar assim.

- Ok já entendi, boa sorte.

Depois disso só o que ouvi foi a porta da frente se fechando. Por baixo da porta vi uma sombra, ele havia sentado do outro lado. Eu não esperava que Minho dissesse algo, se eu realmente o conhecia sabia que ficaria em silêncio até que eu quisesse falar.

As lágrimas vieram junto com as lembranças, me deitei na cama fazendo o mínimo de som possível. Desde o dia em que o mandei embora tenho chorado, retirei de vista tudo aquilo que me lembrava dele. Cogitei até colocar a casa a venda, seu cheiro ainda estava por toda parte e a cada vez que eu o sentia a dor era mais forte. No trabalho aleguei estar doente, tinha férias vencidas então, acharam por bem me dar esse recesso.



B25¹ - Sequestro;

B11² - Lesão corporal dolosa;

TKS³ - Entendido/ Copiado.

SCARS (FELIX)Onde histórias criam vida. Descubra agora