Forty 🧭

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⚠️ Aviso: Esse capítulo pode conter gatilhos ⚠️

Pov Félix

Enquanto a equipe de Changbin cuidava de Han e da minha pequena Chaewon, eu corria contra o tempo para conseguir tirar minha mãe da clínica.

- Seonghwa, estou entrando na clínica agora o que conseguiu? - Falei através da ligação.

- Tive que fazer algumas ligações, consegui uma reavaliação da condição dela em três dias. Era o menor prazo que tinham. - Falou em tom de desculpas.

- Obrigado, fico te devendo essa...

- Só me agradeça quando tirarmos sua mãe desse lugar. Te vejo em três dias.

Encerrei a ligação e fui pegar a identificação para visitantes. Haviam algumas pessoas no jardim, outras fazendo atividades e jogos nas salas mas, eu não encontrei minha mãe em nenhuma delas. Caminhei até o quarto dezoito onde a porta estava aberta e ela sentada na cama, olhando para fora.

- Omma? - Falei de forma calma para não assustá-la.

Sem saber se tinha sido ouvido, me aproximei um pouco mais.

- Consegue me ouvir? - Disse sentando na cadeira ao lado da cama.

Seus olhos pareciam cansados, o rosto inexpressivo me dizia que aquela mulher estava longe de ser a mesma que me criou, apesar de todas as nossas dificuldades o sorriso nunca deixou seu rosto até que descobriu as traições.

A tristeza que sentia nesse momento era inexplicável, quando a única pessoa que eu amava precisou de mim... eu não estive lá para ajudá-la. As lágrimas vieram quase que instantaneamente, as contive ainda que ela não pudesse ver.

- Eu trouxe flores... suas preferidas, vou deixar na mesa junto com o vaso que eu comprei para colocar.

Enquanto eu arrumava o buquê na mesa, uma das enfermeiras entrou no quarto.

- Olá senhora Lina, como se sente hoje? Aqui sua medicação.

Quando ela estendeu o braço para entregar o copo de água me virei, fazendo com que a água caísse toda no meu terno.

- Droga, senhor me desculpe. Eu vou buscar um pano e outro copo de água. - Disse a pobre garota, se curvando em pedido de desculpas.

- Não, eu é quem peço desculpas. Deveria ter verificado antes de me virar assim tão rápido. - Falei sorrindo pra garota, que ficou corada na mesma hora.

- E-Eu vou buscar as coisas e já volto. - Antes de sair a mesma deixou o copo plástico com os medicamentos na mesa. - Volto em um minuto.

- Claro.

Esperei a enfermeira sair do quarto e sentei próximo a medicação, com certeza eles tinham câmeras e escuta no quarto.

- Conheci uma garota omma, o nome dela é Min Hayoon. Vocês se dariam muito bem, é uma pena que as coisas não tenham saído como imaginávamos...

Enquanto eu falava isso, retirei dois comprimidos do bolso e fingi mexer no copo sem nenhuma pretensão, como se estivesse pensativo. Substitui a medicação por vitaminas com comprimidos idênticos, se Doyun estava fazendo o que eu imaginava então, isso iria me dar a resposta que eu precisava.

Fiz a troca mas, quando ia colocar os comprimidos no bolso a enfermeira chegou. Fechei os dedos envolta deles e fiz menção de arrumar a abotoadura, jogando-os para dentro da camisa social.

- Aqui está. - Disse me entregando o pano.

- Obrigado. - Me sequei, vendo ela entregar os medicamentos e a água para minha mãe.

Tendo terminado a garota saiu do quarto.

- Não estive aqui quando precisou mas, eu prometo que vou cuidar de você. O vaso de flores tem um fundo falso, sempre que te derem a medicação troque pelas vitaminas como fiz hoje. Voltarei para te buscar em três dias, aguente mais um pouco por favor. - Falei baixo enquanto a abraçava. - Pode fazer isso por mim?

De forma lenta seus braços passaram ao meu redor, ouvir sua voz depois de tanto tempo quase fez meu coração explodir de felicidade.

- V- Você... não é uma alucinação? Dessa vez é real? - Ela me apertou um pouco mais.

Ouvir isso foi como ter uma faca cravada em meu peito, olhei para ela e dei um beijo em sua testa.

- Sou real omma, espere por mim ok?

Ela assentiu e com um último abraço eu sai do quarto.

Entreguei a identificação de visitante na recepção, ao meu redor tudo parecia um borrão pois, não conseguia mais segurar as lágrimas. Nem percebi que estava chovendo, o tempo sempre representou muito bem as minhas emoções, o céu estava nublado e a chuva caia forte do lado de fora do carro, onde permaneci chorando.

SCARS (FELIX)Onde histórias criam vida. Descubra agora