Drunk.

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- Camila! Que surpresa você aqui.

- Porque?

- Você disse que ia ver se não tinha nada de importante para fazer, e se não tivesse, viria. E isso é o mesmo que falar que não vai vir.

- Bom, mas aqui estou - Camila deu aquele sorriso. Aquele exato sorriso que eu tanto amava.

- Você veio sozinha? - Perguntei, não querendo que a conversa chegasse ao fim.

- Sim - Ela respondeu.

Eu não sabia mais o que falar, minha língua travava sempre que eu precisava falar com ela. Eu já sentia minhas mãos suando.

- E você? - Ela perguntou.

- Alguns amigos meus estão por ai, mas eu estou meio que sozinha - Disse e ela sorriu novamente. - Aceita algo para beber?

- Não, eu estou bem, obrigada.

- Okay - Sussurrei.

Minha mente já estava meio zonza e Camila continuava me olhando, passando seus dedos finos por seus cabelos e eu não sabia se ela já não era uma miragem ou algo do tipo

- Ta bem calor aqui - Ela disse e eu sai dos meus pensamentos.

- Hm... Você quer ir lá pra fora?

- Claro - Ela sorriu e eu a levei até fora da casa, abrindo caminho por entre todas aquelas pessoas.

Por sorte, não tinha ninguém na parte de fora da casa e a música quase não dava para ser ouvida, mas o silencio era incomodo para mim.

Camila observou o chão gramado por alguns segundo e então se sentou, e eu fiz o mesmo.

- Essa noite ta maravilhosa - Ela apoiou os braços no chão atrás dela e inclinou a cabeça para trás, fechando os olhos e um sereno sorriso desenhava a linha dos seus lábios.

- Assim como você - Eu sussurrei. Pelo que parecia, a lenda de se falar o que não deve quando se está bêbado é verdade.

- O que? - Ela perguntou meio rindo.

- Nada - Arregalei os olhos, mas já era tarde de mais.

- Você disse que eu era maravilhosa? - Ela perguntou com uma meia risada - Acho que você bebeu de mais.

- Sim, eu provavelmente bebi de mais, mas mesmo que eu não tivesse bebido, você ainda estaria maravilhosa. E eu sei disso porque penso isso toda vez que te vejo.

O sorriso nos seus lábios se desfez e ela ficou séria. Eu poderia dizer que ela estava desacreditada.

- Lauren, você não ta pensando direito.

- Camila - Fiquei de joelhos, me aproximando dela - Você tem noção do quão linda você é? Sério, eu fico te olhando todos os dia, parecendo uma idiota, só te admirando, não tem um único dia, em que eu não desejo-te ter para mim - Meu coração já batia em meu pescoço e Camila me olhava assustava, mas eu não estavam nem como medo que ela saísse correndo ou algo do tipo.

- Lauren... - Ela começou e eu engoli a saliva presa em minha garganta, esperando o que ela falaria, mas ela não falou mais nada.

- Camila, eu sei que eu vou provavelmente me arrepender muito disso amanha, mas apenas, me deixa apenas... Me deixa eu te ter só por essa noite, só por essas poucas horas ou minutos, você escolhe, mas só me permita isso.

- Lauren, eu tenho um namorado, você sabe disso.

- Ah, sim, uma grande porra de namorado você tem - Ela arregalou os olhos, provavelmente assustada, mas eu não estava medindo minha palavras á tempos - Ele pelo menos te fez sentir amada todos os dias, como você merece? - Perguntei, mas ela não respondeu - Ele pelo menos te fala o quão linda você é? Sem te chamar de gostosa ou algo do tipo? Ele sabe que você não é apenas lindo por fora, mas também por dentro? Ele sabe, Camila?

Ela não disse nada e eu pude ouvir ela engolindo o nada.

- E-eu... - Ela gaguejou e eu sorri, achando adorável.

- Eu já te disse como eu amo seus lábios? - Ela negou com a cabeça - Eles são perfeitos, como se fossem desenhados pelo melhor artista com seu melhor lápis - Levei minha mão lentamente até seu rosto e contornei em baixo do seu lábio inferior com meu dedão. Eu não tinha tirado meus olhos dos seus lábios, mas eu sabia que suas bochechas estavam coradas por agora. - O que você faria se eu te beijasse agora?

Novamente, ela não disse nada, então eu me aproximei lentamente, tentando o máximo para não acabar caindo por cima dela ou ser rude, e então conectei nossos lábios e a ouvi suspirar.

Ela não demonstrou nenhuma outra reação, então eu achei que ela logo recuaria, mas então ela se segurou em minha nuca e aprofundou o beijo, e eu senti aquelas malditas borboletas fazendo festa dentro do meu peito.

Mas claro que aquilo não duraria muito; escutamos um barulho alto vindo da casa e nos separamos rapidamente. Acabou que quando voltei minha atenção para Camila, ela já havia se levantado e ido embora.



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