Drunk.

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Quando cheguei em casa, eu estava sozinha.

Subi direto para o quarto e entrei no banheiro, tirando minhas roupas e nem me preocupando que não era o dia que eu lavava o cabelo, e entrei no chuveiro, deixando toda aquela água quente cair, enquanto eu tentava me livrar das vozes me minha cabeça me dizendo como eu era estúpida.

Sai do chuveiro quando meus dedos começaram a ficar enrugados, e apenas me enrolei na toalha e sentei na tampa fechada da privada, ficando lá tempo suficiente até que eu me secasse naturalmente e começasse a sentir frio. Eu era realmente muito, muito, muito idiota.

Sai do banheiro e apenas prendi meu cabelo, nem que importando se ele estava embaraçado ou que eu iria ficar doente se dormisse com o cabelo molhado como sempre acontecia, apenas prendi meu cabelo e coloquei meu pijama, tentando achar algum conforto nas roupas. Peguei meu celular e, ignorando todas as outras notificações, entrei no contato de Camila, vendo minha última mensagem que havia sido ignorada por ela, com o teclado aberto, enquanto eu penso em algo para escrever, alguma desculpa diferente de todas as que eu havia a dado na biblioteca, mas nada veio.


Vero

E ai, falou com a Camila?


Olho para a mensagem, na barra de notificações, mas deslizo meu dedo para o lado, a tirando do meu campo de visão e bloqueio o celular.

Merda, merda, merda

Me deito de barriga para baixo e alcanço o pequeno e improvisado frigobar que eu mantinha em baixo da cama, retirando a primeira coisa que minha mão alcançou: Uma garrafa fosca, com algo transparente que eu não reconheci o cheiro ou o gosto, mas era forte e fazia minha garganta queimar, então eu tomei pelo menos metade.

Eu não sabia o por que de estar bebendo. Se fosse para esquecer, não estava ajudando, se fosse para fazer as palavras de desculpa finalmente sairem de um jeito coerente, também não estava adiantando, então eu joguei a garrafa na parede, vendo ela se despedaçar em cima da mesa e molhar meu notebook.

- Não, merda, merda, merda, merda... - Corri para a mesa, pegando a primeira peça de roupa que encontrei ali e tentei limpar todo o líquido. Alguém bateu na porta, mas eu não queria que ninguém visse aquilo. - Eu to ocupada! - Gritei, mas a pessoa não desistiu.

- Lauren, abra essa porta, agora! - Era meu pai. Mas a porta estava trancada, e ele não poderia entrar

Ele continuava batendo enquanto eu tentava secar todo o líquido transparente, até que eu também tive que limpar um líquido vermelho.

Era sangue.

Eu havia cortado meu braço no vidro, mas para ajudar, eu cortei minha mão enquanto tentava ver a gravidade do corte, mas na tentativa de limpar, eu passei a blusa molhada com o alcool, e então tudo ardia. Ardia tanto que eu eu não consegui mais segurar as lágrimas que rolavam por meu rosto.

A porta foi finalmente aberta e eu vi meu pai entrar, com minha mãe logo atrás, com seu rosto vermelho e minha mãe com o semblante preocupado.

- Oh meu Deus, minha filha, o que aconteceu? - Minha mão correu e pegou em meu braço, vendo  corte.

Eu não respondi, o choro já estava me fazendo soluçar e nem era por causa da dor que eu estava sentindo.

- Michael, vai ligando o carro. - Minha mãe apontou para  a porta e meu pai saiu quase correndo. - Coloca essa blusa aqui pra estancar o sangramento. - Minha mãe colocou a blusa que eu estava usando. A mesmo com alcool.

- Ai, porra, mãe. - Reclamei, tirando a blusa do meu braço.

- Olha a boca, menina! E vai pegar seus documentos.

- Pra que?

- Vamos no médico, isso ai ta precisando de pontos.

Minutos depois, Eu estava na sala de espera, com outra blusa que tinha certeza que acabaria indo para o lixo, enquanto esperava meu nome ser chamado.

Vero:

Você não me respondeu, então eu presumo que você esteja se pegando com a Camila ou algo do tipo.

Eu:

To no hospital, cortei meu braço.

Vero:

Como?

Eu:

Não foi nada de mais, só vou levar uns pontos, amanhã te explico na escola.

Vero:

Tudo bem, então amanhã a gente conversa.






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