Bendito carro

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O dia amanheceu do jeitinho que amava. Frio.

Alguns diriam que era grosseria de sua parte dizer que odiava o calor, porém era verdade. Suor, maquiagem se desfazendo, cabelo se desfazendo, mais suor, noite mal dormida, era tudo muito irritante. O calor lhe agradava apenas quando ia a praia pegar uma marquinha, como isso era bemmm raro de ocorrer, não sentia falta do calor de maneira alguma, muito pelo ao contrário, se adaptava melhor ao frio.

Enquanto tomava seu banho matinal, passou a planejar seu dia. Após o banho ia tomar um chá matte com torradas e ovos mexidos de acompanhamento. No caminho ao serviço passaria em um posto de gasolina para abastecer seu carro. Peraí, carro...Caramba! Tinha esquecido completamente que seu carro estava em frente ao bar que foi ontem, teria de pegar um uber até lá e depois seguir viajem para seu serviço, nesse caso devia apertar o passo, ou chegaria atrasada.

[...]

Quando ia chamar um uber, o interfone de seu apartamento toca lhe dando um tremendo susto. Ele só tocava quando alguma visita chegava, então...quem será que havia chego uma hora dessas?

-Bom dia - Disse Luan, seu porteiro gato. Ele trabalhava no período diurno. Lisa era louquinha para ficar com ele, porém ele nunca deu bola, até porque apenas o encontrava em horário de serviço, aí ficava difícil.

-Bom dia Luan.

- Espero que eu não tenha te acordado Srta (s/n). Só estou ligando para lhe avisar que seu carro chegou em segurança ontem a noite.

- Hã? Meu carro? Como assim? - O que ele estava falando? Havia o deixado em frente ao bar.

- Ontem, logo após a sua chegada, uma mulher trouxe seu carro, como estava tarde José pediu para avisá-la ao amanhecer. - José era o porteiro do período noturno.

- Quem trouxe meu carro?

- Ele anotou aqui em algum lugar...só um momento... - Escutou ele vasculhando os papéis. - Achei. O nome dela é Srta. Christina.

- Christina?

Não conhecia nenhuma Christina.

- Certo Luan. Obrigada.

- Por nada. Tenha um bom dia Srta (s/n).

Quem é Christina?

Não havia pedido a ninguém pegar seu carro ontem a noite. 

Paul havia se oferecido, mas como não entregou a chave, não poderia ter sido ele... Não fazia sentido algum...a não ser que ele tivesse pego sua chave sem que percebesse. Ele seria capaz disso?

Pegou sua bolsa e foi conferir se a chave estava lá, e para sua surpresa, ela não estava. Revirou toda sua bolsa e não a achou. Não estava acreditando que ele havia feito isso! Mas que merda Paul achava que estava fazendo invadindo sua privacidade dessa forma? Talvez sua chave tenha caído da bolsa, disse seu subconsciente. Seria muito conveniente minha chave ter caído no mesmo dia que ele a pediu... disse revirando os olhos.

Pegou sua bolsa e desceu. Foi até seu carro, olhou em volta se certificando que não havia mais ninguém ali, abriu a porta do carro que estava destrancada, e no banco do carona estava a sua chave.

Seria mais coerente essa tal de Christina ter trancado o carro e entregue a chave a Luan.

Que serviço mais mal feito.

[...]

Era 7:07 quando adentrou o serviço.

Avistou Bianca na recepção e a cumprimentou, ela não respondeu, o que já era de se esperar. Fingiu não perceber o fato de ter sido ignorada e entrou em sua sala e iniciou suas tarefas.

Yes, Senhor WasilewskiOnde histórias criam vida. Descubra agora