Yes, Senhor Wasilewski

Suas feridas vieram a tona

Poha! Poha! Mil vezes Poha! O dia não podia ter começado pior! Queria muito que isso não passasse de um tolo sonho, e que agora estivesse em sua cama dormindo como a bela adormecida.

Aquilo não podia ser verdade, por favor destino, não fode com minha vida agora!

Porque isso estava acontecendo? Indagou consigo mesma.

Brigou com todos os deuses e superiores que possam existir.

Não teve como negar que Paul parecia mais atraente do que nunca, parecia mais maduro, mais sério, mais intelectual...Talvez fosse seu traje formal...não...sua expressão estava um pouco...hã...sombria? Sim. Ele emitia um ar misterioso, o que a deixou extremamente curiosa.

Os segundos que se entre-olhavam sem que ninguém tomasse a frente, era frustrante!

Ambos estavam pasmos, quem poderia imaginar um encontro desses? Se sentiu um pouco intimidada quando Paul passou os olhos em toda a extensão de seu corpo, até que parou em suas mãos, parecendo procurar por algo. Talvez um anel, ou aliança? Quando não encontrou nada, ergueu os olhos te encarando e se aproximando para estender a mão a você.

-Olá (s/n).

-Olá senhor...Wasilewski -Sua voz saiu amarga, cheia de rancor. Paul pareceu perceber, pois respirou fundo enquanto estendia a mão para cumprimentá-la -Sente-se.

Apontou para a cadeira a frente de sua mesa, agora a única coisa que os separavam era uma maldita mesa. Graças a Deus, pensou você. Porque por mais que o odiasse, não poderia negar que ele foi uma pessoa importante em sua vida. O amou, e o que recebeu em troca foi feridas. Feriu seu coração, feriu seus sentimentos, feriu sua auto estima, e fodeu com sua vida. Literalmente.

-Desculpe, estou um pouco...-Limpou a voz enquanto dava uma pausa -Surpreso em vê-la aqui.

Desviou o olhar e mudou de assunto, não queria de maneira alguma voltar ao passado.

-Carlos comentou comigo sobre o motivo de ter vindo a empresa, sobre um contrato com a Editora (Tal). -Paul se surpreendeu com seu comentário porque não esperava uma mudança repentina do assunto.

-Sim. Há muitas burocracias dentro de um contrato como esse, devemos seguir tudo de acordo com as políticas empregadas no País, caso contrário poderá dar um problemão. -Riu a você que continuou séria-Porém não foi apenas por conta disso que vim ao Brasil, tenho alguns motivos pendentes.

- Pendentes? -Disse sarcasticamente erguendo uma sobrancelha. Paul olhou para você com os olhos tristes e foi logo dizendo.

- Tarde de mais? -Se inclinou mais para frente pousando as duas mãos em cima da mesa.

-Claro que não...-Olhou o relógio em seu pulso-São apenas 10:12 da manhã.

- Desde quando se tornou essa pessoa debochada?

-Desde quando foi embora. -Alguém bate na porta, fazendo-a desviar os olhos, era Sofia, secretária particular/Amante de seu patrão Carlos -Oi Sofia, pode entrar.

-Desculpe interrompê-los, mas o Senhor Carlos gostaria de falar com o senhor Wasilewski. -Você olhou para Paul e apontou para a saída.

-Ele já estava de saída mesmo. -Ele respirou fundo e balançou levemente a cabeça.

-Depois terminaremos esta conversa então.

-Espero que não. -Sofia arregalou os olhos com seu comentário e saiu da sala. Paul se levantou e saiu, fechando a porta atrás de si.

Se levantou elegantemente, e foi ao banheiro, se olhou no espelho e desabou á chorar, tinha que assumir que Paul despertava um sentimento estranho em você, e não só de raiva,o que a deixou assustada porque durante todos esses anos não havia sentido isto novamente, e agora não era hora para seu coração despertar, pelo menos não para este homem.