Yes, Senhor Wasilewski

Bancando a cúpido

Limpou suas lágrimas e respirou fundo enquanto procurava por palavras, porém não conseguia, não sabia o que dizer, não tinha psicológico para isso, então apenas pegou sua bolsa, se levantou, jogou 20 reais em cima da mesa, e saiu em direção a saída, sem conseguir olhar para ninguém, porque sabia que todos a seguiam com o olhar. Bando de curiosos!

Assim que sentiu a brisa do vento do lado de fora bater em seu rosto, seus olhos jorraram lágrimas como a primeira noite que percebeu que Paul não voltaria.

Saiu correndo para a garagem de encontro com seu carro, quando sentiu uma mão tocar seu ombro.

Era Paul, ele havia a seguido.

- (s/n)...por favor, deixe-me explicar... -Paul disse como uma súplica. Então parou bruscamente e fechou os olhos, não queria olha-lo, aliás, não conseguia.

-Não há explicação para isso Paul, você é uma pessoa má, e eu não estou disposta a me aproximar de pessoas tóxicas -Respirou fundo tomando coragem para o que diria em seguida -Apenas me esqueça e nunca mais volte para me procurar.

-Eu não vou embora, não de novo! -Protestou -Porém te darei um espaço se precisar, mas me deixe explicar, eu preciso muito fazer isso.

-Paul... -Suas lágrimas voltaram a cair mais ainda -Eu não consigo -Disse quase que como um sussurro -Eu estava tão bem, porque teve que aparecer e estragar tudo novamente? Você não tem esse direito de ferrar com minha vida duas vezes!!

Ele chegou mais perto de você pegando em uma de suas mãos e a acariciou docemente.

Abriu os olhos olhando para a mão dele na sua e se sentiu culpada por estar gostando daquele toque, por estar com saudades, por não ter forças de dar um basta naquela história. Ele chegou mais perto ainda, secando suas lágrimas com os dedos.

-Por favor, não chore...-Deu um beijo em sua testa lentamente e logo continuou -Foi para seu bem, acredite -Ele se afastou um pouco para ver seus olhos melhor.

-Como que me magoar seria o melhor para mim Paul? Se me convencer que isso foi para meu bem, quem sabe eu aceite teu pedido de desculpas.

-Eu tenho uma ex muito complicada (s/n), e não estou disposto a falar dela neste momento. -Se afastou dele puxando sua mão bruscamente da dele.

- Então não temos mais nada para falar! Me dê licença pois estou atrasada! -Entrou em seu carro e foi embora sem olhar para trás.

Como seu serviço ficava naquela mesma rua, não teve ao menos tempo de organizar seus pensamentos antes de chegar.

Assim que adentrou a editora, seguiu direto para sua sala dando de cara com Sofia no corredor, que preparava um café expresso.

-Bom dia senhorita atrasada! -Disse Sofia. Respirou fundo para não xingá-la e tentou abrir um sorriso -Nossa que cara péssima! Estava chorando ou é impressão minha?

- Isso se chama insônia! Dormi super mal essa noite -Mentiu -Só vim pegar em um sono pesado às 5 da manhã. Por isso o pequeno atraso de 10 minutos.

-Neste caso não falarei a Carlos, está perdoada.

Ela que ouse dizer algo para Carlos que você vai na casa da mulher dele ter uma conversinha com ela.

-Tome este expresso para dar uma acordada. -Disse Sofia -Me ajuda muito! -Entregou a você.

-Muito obrigada, café me salva! -Sorriu com muito esforço.

-O pessoal está combinando de ir beber uma amanha, após o expediente...-Deu de ombros -Se quiser ir, é só avisar.