A Bela e o Golden

Capítulo 4 - Antônio Fagundes dourado rodando em cima do cavalo

Antônio Fagundes dourado rodando em cima do cavalo

Lucas

— Ah, Golden, me economiza — Breno disse ao jogar uma toalha de prato em cima do ombro e começar a organizar meia dúzia de copos em cima de uma bandeja —, você queria uma desculpinha esfarrapada para falar com ela e conseguiu. De nada.

— Para falar com quem? — Alice Sobral, minha amiga mais antiga, perguntou ao se sentar na banqueta ao meu lado, seguida de uma Giovanna que "tinha ido ao banheiro" mas estava com batom espalhado mais ou menos até na testa, deixando claro que seu "banheiro" era um marmanjo de mais ou menos um metro e oitenta de altura que não tirava o olho dela desde que a gente tinha chegado nos Ardos.

Tudo bem, ela estava mesmo bonita com aquela blusinha que mostrava a barriga, a calça justa, o cabelo solto e o sorrisão lindo, mas pelo amor de deus, cara, vamos melhorar como ser humano e olhar para o outro lado às vezes!

— Hashtag Cadê O Golden — Breno disse, simplesmente, para explicar que eu estava falando com Isabela, o que fez Alice subir uma das sobrancelhas, muitíssimo interessada.

Eu tinha conhecido Alice quando nós tínhamos cinco anos e eu joguei areia nela no parquinho da escola e, desde então, éramos amigos — ela tinha feito questão de contar esse fato para toda a santa pessoa que conhecemos desde então, o que era bastante gente, já que tínhamos basicamente o mesmo grupo de amigos e ela trabalhava no mesmo lugar que eu, como assistente do arquiteto supremo da empresa, Fernando Nogueira.

Na verdade, foi ela quem me disse que eles estavam contratando um arquiteto e arranjado a minha entrevista de emprego, então meio que ela tinha muitos créditos comigo porque eu adorava trabalhar na Construtora Carvalho Pinheiro e Nogueira, CPN para os íntimos.

CPM 22 para o corretor do meu celular. Tantos anos e ele não tinha entendido ainda.

Mas era melhor do que o PNC original, então, vantagens.

— Não estava tentando arrumar uma desculpinha para falar com ela — esclareci para o Ventura mais velho, que ergueu as sobrancelhas completamente cético, como se não acreditasse em mim. Ele até tinha um ponto, mas não vamos focar nisso. — E mesmo que estivesse, poderia ser um "oi sumida" como uma pessoa normal e não seguir e curtir todas as fotos dela como um sociopata.

O próprio Joe Goldberg, pelo amor do pantanal!

— Ele tem razão, Breninho — Giovanna concordou, pegando sua garrafa de Eugência que eu tinha ficado vigiando enquanto ela lambia outro cara só para descobrir que eu cobrava para vigiar cerveja alheia. Minha moeda eram mililitros. Muitos. — É meio creepy sair curtindo todas as fotos das pessoas.

Eu não estava ali para jogar em meu desfavor, porém Bela era mesmo bela e foi com essa desculpa que Breno saiu curtindo tudo o que a coitada já tinha postado no Instagram na vida depois de me pedir para ver quem era a capixaba que me fazia olhar tanto para o celular, e acho que eu também acabaria fazendo a mesma coisa, eventualmente, aos poucos.

Ela era linda para cacete. Tinha um cabelão castanho, da mesma cor dos olhos, um sorriso bonito que te fazia querer sorrir junto. E, sim, tinham várias fotos sérias de terninho, mas também fotos com sorrisos largos e risadas e álcool e na praia, então ela parecia ser divertida também, apesar das coisas de leis e de talvez vestir aquelas capas pretas de advogados várias vezes.

@isacasagrande: Golden, vamos ponderar aqui, não quero te ofender

@isacasagrande: Mas temos um fato muito importante que deve ser lembrado