Capítulo 33 - Vem cá, então, doutora

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Vem cá, então, doutora

Isabela

Surpresa! — foi a primeira coisa que eu ouvi quando abri a porta do meu apartamento.

Por isso que eu estava exatamente onde estava, lugar que qualquer pessoa que não sabia lidar com uma multidão berrando algo no meio de uma sala escura enquanto você discutia sobre os efeitos nocivos da cerveja no corpo a longo prazo: eu estava no colo de Lorena. Só que Lola estava no chão. Comigo. Porque eu pulei em cima dela e ela não viu isso acontecendo.

Um flash estourou no meu rosto e a voz de Amélia se fez presente no meio das demais, berrando para as pessoas marcarem a #Belinha28 no Instagram para que ela conseguisse encontrar todos os stories e postagens.

Patrício surgiu na minha frente, estendendo a mão na minha direção e eu a peguei, aceitando sair do chão enquanto puxava Lorena comigo e observava que a sala de casa estava clara pela iluminação. Então eu comecei a identificar cada uma das pessoas que estava lotando o metro quadrado pequenino, porém que estavam sorrindo para mim.

E tudo fez sentido.

O jogo de futebol que Lola definitivamente não queria ir comigo.

A quantidade absurda de hamburguinhos que ela me fez comer para me deixar "feliz" depois do jogo.

O fato de ela ter trocado Instagrams com o Henrique e louqueado que a gente deveria sair mais vezes depois daquilo.

E que ela queria dar uma volta na praia, pés na areia e mar no tornozelo, antes de ir para casa, soltando groselha no meu ouvido e me iludindo que eu era a sua pessoa preferida no mundo por ter dado a ideia de comprar uma cervejeira lá pra casa.

Tudo isso não foi pela boa vontade do seu coração (que ela não tinha, ou, se tinha, era bem pequenina mesmo), mas porque Lorena Martinelli estava me enrolando. E havia até me dado um nó de tanto que eu deixei rolar e não percebi aquilo.

— Ok, alguém dá um shot e um funk pra Bela deixar de ficar assustada — Gav colocou um copo na minha mão e eu não consegui pensar muito antes de Maurício o enfiar na minha boca enquanto Modo Turbo começou a tocar e Marina puxou a minha mão para dentro do apartamento.

— Você... — eu apontei para ela, quando Rui surgiu na minha visão e me deu um abraço tão apertado que eu fiquei sem ar e sem chão ao mesmo tempo, por isso apenas o apertei ainda mais forte contra meu corpo — você veio — sussurrei, meu coração galopando contra meu peito.

— Sempre, Ranger Rosa, até quando não me quiser — ele beijou minha bochecha e bagunçou os meus cabelos ao me soltar, devagar — e ainda trouxe presentes.

Olhei para Vitório, que estava do lado de Marina, e abracei os dois, pensando que era disso que ele estava falando, porém identifiquei o rótulo antes mesmo de ver efetivamente o que eles estavam me dizendo, porque aquele E era tão particular que eu só consegui focar nele.

— Você me trouxe Eugências? — indaguei, encarando meu primo com tanto amor que acho que até ele ficou meio desnorteado com isso.

— E não foi uma tarefa fácil, foi mais um trabalho em equipe — brincou comigo antes de me puxar para mais um abraço e eu roubei a garrafa das suas mãos antes de deixá-lo me envolver — feliz aniversário adiantado, Bela.

Os minutos seguintes foram confusos, porque tinha muita gente dentro do apartamento que eu também nem fazia ideia de que poderiam estar ali: meu time jurídico (Maurício, Patrício e Adriel), Ami e Gav com o Golden-cão no colo, balançando o rabinho eufórico com todas aquelas pessoas estranhas que tinha em casa.

A Bela e o GoldenOnde histórias criam vida. Descubra agora