Capítulo 27 - Não desalinha meus chakras

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Lucas

Isabela: Você está indo trabalhar, numa sexta à noite, levando um vinho?

Isabela: Sinto te dizer, mas as provas estão bem desfavoráveis ao seu caso, cachorrão

Isabela: Se sua carteira cair, qual sabor exótico de camisinha a sua "amiga do trabalho" vai encontrar?

Apertei o botão do elevador do prédio dando risada.

Em defesa de Isabela, meu caso era mesmo bem ruim, porque nem eu acreditava exatamente no que estava fazendo em uma sexta à noite, embora não estivesse mentindo: indo trabalhar.

Com uma pessoa que era muito, muito comprometida mesmo.

Lucas: 1) Estou indo ver a Marcela

Lucas: Que, como sabemos, não caiu no meu charme magnético

Lucas: E está muito bem, obrigado, com MEU GESTOR (sabe, Eduardo Capitão Planeta, olhinhos azuis, salvem as baleias, pede com gentileza para o pernilongo parar de te picar porque a vida dele não vale menos que a sua? Então, esse)

Na realidade, Marcela e eu tínhamos várias questões pendentes para resolver sobre o porto e sempre acabávamos adiando em prol dos projetos sustentáveis (eu) e das pontes e do estádio (Má), mas eventualmente a gente ia ter que parar para fazer isso, porque tínhamos prazo para finalizar o projeto, começar e entregar a obra.

Claro que quando a engenheira me chamou resolvermos a questão em uma sexta à noite fora do horário do expediente, eu quis dizer que só existiam duas opções para o que alguém como eu iria fazer em um #sextou: (a) beber até ficar transtornado e dar trabalho para Breno me levar para casa enquanto, muito possivelmente, falava coisas que não faziam nenhum sentido e/ou fazia o coitado parar o carro em cada lixeira da rua para eu vomitar ou (b) beber suave, apenas para ficar levemente sensual e usar a dose extra de charme para... Bom, quem sabia onde uma noite de sexta podia terminar?

Mas, se fosse parar para pensar, eu provavelmente também não era o arquiteto que ela queria na sua casa, então acho que todo mundo teria que fazer um pouco de sacrifício em benefício do porto.

Ia valer a pena.

Lucas: 2) Minha avó me ensinou que nunca se aparece na casa de ninguém de mãos vazias e Breno jurou de pés juntos e dedos cruzados que a Má ama esse rosé, daí...

Lucas: 3) Preciso perguntar, Bela, você não me deixa alternativa

Lucas: Caiu no golpe e tá com ciúmes?

Lucas: Porque sei que não conseguiu tirar minhas camisinhas de churros da cabeça

Eu ainda tinha as camisinhas.

Não porque... Bem, eu tinha acabado comprando umas de chiclete para usar na quarta, quando saí com Raísa (que fazia faculdade com Breno e apareceu em casa umas duas vezes para fazer um trabalho com ele, daí a gente se conheceu e deu no que deu), porque parecia que o lance de churros era muito Isabela, mesmo considerando que ela nem tinha chegado a abrir nenhuma delas ou algo, porém quando eu olhava para aqueles pacotinhos laminados, automaticamente minha cabeça me guiava para uma noite com direito, pizza e coração aberto.

E, daí... Não dava para transar com ninguém pensando no carinho de outra pessoa, né?

Entrei no elevador e apertei o botão do andar com Isabela digitando.

Isabela: 1) Manda um oi para a Má

Isabela: 2) Sua avó está certíssima, que amor de pessoa

A Bela e o GoldenOnde histórias criam vida. Descubra agora