13. Tempestade

305 54 50
                                    


⚠️⚠️⚠️ !! Aviso de gatilho !! ⚠️⚠️⚠️

Esse capítulo contém gatilho de >>aborto espontâneo<<

Se você é sensível a cenas com esse conteúdo, não tem problema pular, pois tudo será explicado no próximo.

Esse cap não terá mais notas, então já vejo vocês no próximo.

⚠️

⚠️

⚠️

⚠️

⚠️


Megumi dirigiu apressado. Sentia que precisava chegar logo em seu abrigo, se sentir acolhido. Mesmo assim, sabia que havia algo errado. E que talvez já estivesse acontecendo a algum tempo, só que ele não tinha dado atenção e se conteve. E muito.

Dor.

Era tudo o que gritava em sua mente, enquanto tentava se concentrar no que fazia. Seu mal estar cada vez mais se tornava impossível de ser ignorado e uma dor aguda se apossava de seu corpo inteiro, porém era mais nítido em uma região de sua barriga.

Tudo girava e ele nem sabia mais se estava no caminho certo.

Acabou parando o carro em um acostamento, se curvando contra o volante. Trincou os dentes de dor e raiva. Ele odiava se sentir inútil ou dependente, mas sabia que se continuasse assim, poderia causar um acidente.

Ajuda. Ele precisava de ajuda. Tentando respirar fundo, pegou o celular no bolso, com uma das mãos trêmulas. A outra estava na barriga. Doía. Muito.

Mas não poderia chamar Yuji. Hoje ele tinha uma entrega para fazer e provavelmente estava longe agora, então somente ficaria preocupado sem poder fazer nada.

Ligou para Tsumiki. Quando ela atendeu, se esforçou para manter a voz calma. Não queria assustá-la.

Megumi mal conseguia explicar onde estava, mas mandou a localização para a irmã, que chegou mais rápido do que ele esperava. Ou será que ele perdeu a noção do tempo? Mal estava abrindo os olhos, ou se o fazia, não estava percebendo o que via e sentia. Somente uma sensação o tomava.

Depois disso, ele não entendeu muito bem o que aconteceu, mas de alguma forma agora estava deitado nos bancos de trás, encolhido, enquanto sua irmã dirigia.

Logo já estavam em seu destino. O tempo parecia mesmo acelerado. A expressão de preocupação de Tsumiki não saía de sua cabeça. Ele parecia estar tão ruim assim?

Quando abriu os olhos de novo, já estava dentro de um quarto, deitado em uma cama, mas tudo ainda girava. Os fechou de novo.

E na próxima vez que suas pálpebras se abriram, pesadas, parecia ter passado muito tempo. Aquela dor tinha ido embora. Olhou em volta, devagar, e constatou que estava mesmo no hospital. Tsumiki e Yuji estavam ao seu lado, com aquelas expressões estranhas em seus rostos.

Logo chamaram Shoko e ele sentia que algo estava errado. E estava mesmo. Com cuidado, ela começou a explicar o que estava acontecendo e Megumi não gostava disso. Ele sempre gostava que fossem diretos. E foi o que pediu, olhando diretamente para a médica.

O ômega se sentia quase amortecido, sonolento, não parecia sentir muita coisa. Mas mesmo assim, um medo que não sabia explicar se apossou do fundo de sua mente. Era como se houvesse algo que ele temia e que cada vez mais ficava óbvio.

A beta soltou um longo suspiro e atendeu o que foi pedido. Eles se conheciam já tinha muito tempo, afinal. E então, vieram as palavras mais malucas que ele jamais sonhara que escutaria:

– Você sofreu um aborto espontâneo.

RefúgioOnde histórias criam vida. Descubra agora