21. Saturado

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Notas iniciais:

Oi bolinhos 🥺

Só preciso avisar que esse capítulo não contém a cena do gatilho, mas fala sobre e é mais sentimental (e talvez o mais dramático) que o usual. Mas mesmo assim, ele é muito importante para o andamento da história. Então, peço que leia apenas quando estiver com o coraçãozinho preparado, mas tendo em mente que às vezes as coisas pioram para depois melhorarem.

Bom, por enquanto é isso, boa leitura

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Yuji fechava as portas da loja, em silêncio. Era mais cedo que o normal, mas já tinha atendido o suficiente e deixado um aviso para que ligassem ou deixassem recado. Afinal, era algo comum nessa realidade em que existem alfas, ômegas, cio, feromônios descontrolados, entre outros fatores. Portanto, os clientes entenderiam.

Conferindo se estava tudo no lugar, o jovem abriu mais uma porta e voltou-se para sua casa seguindo direto para o quarto, onde estaria seu namorado. Já haviam voltado do hospital há alguns dias, depois do que acontecera e o moreno ainda precisava manter-se em repouso.

Enquanto andava, Yuji ainda se lembrava de tudo. Do cheiro forte de feromônios que havia sentido, do medo, de ver a cartela de supressores vazia no quarto, de correr com o namorado e das palavras da médica. Shoko contara que Megumi conseguiu interromper o cio, mas que isso poderia ter sido fatal se o alfa não houvesse procurado ajuda rapidamente. Ela, então, pediu alguns exames sem mais falar do assunto e apenas instruiu que o ômega não tomasse supressores por um tempo – apesar dos protestos vindos do mesmo.

Depois disso, voltaram para casa com algumas recomendações a serem seguidas e não falaram sobre o assunto. Na verdade, eles mal falavam sobre qualquer coisa.

A mente do jovem alfa fervilhava de pensamentos não ditos, dúvidas e sensações desagradáveis. Tantas outras informações desconhecidas haviam chegado para ele naquele dia que não sabia nem definir o que sentia exatamente. Mas não era hora de terem uma conversa séria ainda.

Na verdade, ele não sabia quando seria a hora certa para isso. Nem se realmente a teriam. Não sabia sequer se estava agindo certo.

Itadori chegou até o quarto, abrindo a porta devagar. E então, franziu a testa quando percebeu que o namorado não estava lá e mais ainda quando constatou que o pratinho que havia deixado estava intocado: Megumi não comeu direito de novo.

Suspirando cansado, caminhou pelo corredor se perguntando onde ele estaria quando notou um feixe de luz em uma porta específica. Chegou até lá e a empurrou, se deparando com a sala de estudos iluminada e o ômega debruçado sobre a mesa.

– Gumi? O que está fazendo? – Acabou dizendo, ainda sem conseguir se mover.

– Oi, amor. – O moreno virou o rosto em sua direção e lançou um sorriso fraco. – Estou adiantando trabalho, você sabe que não consigo ficar muito tempo parado.

Yuji não acreditava no que via e ouvia. Era visível como o outro estava mais pálido que o normal e seus movimentos eram menos firmes. Ele precisava ainda de repouso e estava sendo mais teimoso do que jamais fora. Era óbvio que tinha algo muito errado.

Mas por que ele não me conta nada? Por que não fala comigo? Por quê...?

Mas ele engoliu aquelas perguntas. Mais uma vez.

– Eu vi que você não tocou na comida que deixei. Não está mesmo com fome? – Insistiu, preocupado. – Posso fazer uma sopinha se preferir.

Megumi desviou o olhar para a mesa, claramente fugindo do assunto. O que fez com que o peito do outro se apertasse mais. E, novamente, Itadori engoliu palavras, mas agora sem saber o que dizer no lugar.

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