12. O início de uma tormenta

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Notas iniciais:

Oi bolinhos.

Não vou me estender muito, então boa leitura e preparem os coraçõezinhos. Leiam as notas finais, é importante.

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Hoje ocorria uma reunião importante do clã naquele mesmo aposento no qual o jovem ômega havia sido apresentado a um "destino" desagradável, anos antes. Alguns assuntos seriam tratados nesta ocasião e, portanto, vinha sendo uma tarde longa e cansativa, na qual se discutiam algumas vezes até chegarem a soluções. Algumas pautas já haviam se resolvido e restavam poucas a serem tratadas.

Megumi estava quase ao lado de Zenin Naobito, o chefe da família, como vinha acontecendo já há algum tempo. Todos os membros mais importantes estavam presentes – menos o Alfa, que provavelmente achava mais importante o que fazia fora dali.

E por estar sentado ali, dava ao jovem uma pequena esperança de que pudesse realmente participar. Afinal, estava em uma boa posição ali dentro, certo? Em sua casa, ele e Yuji sempre conversavam sobre os problemas que apareciam na loja e chegavam a resoluções juntos. Sua opinião era importante. Então ali, onde diziam ser sua família, ela também seria, certo? Afinal, não vinham fazendo esforços para mantê-lo ali por perto, dentro do seio da família?

Pensando nisso, após alguém do núcleo ter apresentado um problema a ser resolvido nesta tarde e uma solução não muito boa ter sido proposta, o jovem ignorou o mal estar que sentia desde aquela manhã (e que disfarçava muito bem) e resolveu expor uma ideia que veio em sua mente.

Mas ele mal começou a falar e foi cortado por um dos mais velhos antes que pudesse completar uma frase.

– Mas – Insistiu, franzindo a testa. Nunca havia falado nessas reuniões, mas também nunca viu alguém ser ignorado dessa forma. Isso o incomodou. – Tenho uma boa sugestão-

– Não queremos escutar as ideias de um ômega. – Respondeu o alfa mais velho, rispidamente.

Fushiguro sentiu a raiva crescendo, disputando com aquela dorzinha esquisita e insistente. Mas se esforçou para manter a calma.

– Se me deixassem falar... – Virou-se para o chefe do clã, em busca de apoio. Ele o queria ali, não queria?

Mas foi cortado novamente.

– Megumi, basta. – Foi a resposta que recebeu, sem nem acontecer um contato visual.

– Mas-

– Basta! – Naobito desceu o punho com força no chão, calando o mais jovem e qualquer outro que pudesse se pronunciar. Depois, com um olhar raivoso, se voltou para Megumi, que tinha uma expressão de indignação em seu rosto. O moreno nunca o vira daquela forma. O mais velho continuou esbravejando. – Não é a primeira vez que me contraria! Acha que me esqueci de quando traiu minha confiança e apareceu aqui com a mordida daquele vira-lata, apesar dos planos que tínhamos para você? De quando virou as costas para sua família? Te deixei ir e estou pronto para dar uma segunda chance, mas não me esqueci disso. Você já me desafiou uma vez. Não vai acontecer de novo!

O ômega não teve o que responder. Sentia-se humilhado e esgotado. Como por reflexo, percorreu os olhos pelos rostos ali presentes, encontrando os olhares de superioridade, com exceção de um.

Mai, que estava em um canto mais afastado, olhava para ele como se tentasse lhe passar um lembrete. Mas ele não precisava disso. Não se esqueceria daquele dia, no qual fizera o que foi dito pelo mais velho: logo após seu aniversário de 18 anos, se encontrara escondido com Yuji e foi quando tiveram sua primeira vez e a primeira mordida. Aquela fora única solução que haviam encontrado, mesmo que temporária – afinal, ser mordido por um alfa garantia um vínculo, mas que não era eterno e se enfraquecia se não fosse renovado.

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