15. Reflexos

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Notas iniciais:

Oi bolinhos

Não vou me estender muito, então vejo vocês nas notas finais (tenho recadinhos)

Boa leitura ❤

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Megumi dirigia calmamente. Fazia movimentos leves, conduzindo o veículo sob o sol brilhante da tarde, quase no "modo automático".

Dias após o acontecido, havia voltado à sua rotina, disposto a continuar com suas obrigações com a mesma energia e disposição de sempre. Afinal, a vida sempre continua, e ele estava bem.

Horas atrás, havia ido até a propriedade dos Zenin, servir como o "enfeite" que eles queriam. Mal percebeu qualquer comentário ou olhar, fosse qual fosse, bom ou ruim. Afinal, ele estava calado e aéreo, mas isso poderia ser confundido com estar conformado. Não importava.

E também, eles não sabiam o que havia acontecido. Shoko aconselhara o jovem que os avisasse, já que o ômega precisaria de um pouco de repouso, mas apenas alguns dias já foram o suficiente. Ele era forte, dava conta e estava bem agora.

Não poderia demonstrar fraqueza naquele momento e, por algum motivo, contar aquilo seria a mesma coisa para ele.

Por fim, parou em um estacionamento e finalmente Megumi notou de verdade para onde havia ido. Seu piloto automático o havia levado para um parque. Não estava em casa ainda e percebeu que ainda não queria voltar.

Saiu do carro respirando fundo e, calmamente, caminhou. O chão era coberto de pequenas pedrinhas lisas, que faziam um barulho discreto a cada impacto suave dos tênis velhos sobre elas. A certa altura, o som foi abafado, já que agora ele pisava no chão fofo de areia, e depois, em uma grama verde e fresca. Foi alternando por essas texturas até chegar a um banco de madeira. Com as mãos nos bolsos, o moreno sentou-se sobre ele, com os olhos fechados por um momento.

Sentia o cheiro de água caindo sobre pedra e de grama recém aparada. Escutava sons por perto, como vozes, passos, mas não conseguia se prender a eles. Tinha também o som de pássaros variados, sobrevoando ou parados em algum lugar. Porém, nada disso roubava a sua atenção. Tudo parecia tão distante...

Se alguém reparasse em seu rosto nesse momento, relaxado como estava, notaria as pequenas olheiras que se formavam das noites mal dormidas. Assim como a expressão e postura. Tudo indicava seu recente cansaço, que era disfarçado assim que tinha alguém conhecido por perto.

Mas provavelmente ninguém olhava para ele agora, ocupados com seus próprios pensamentos ou lazer.

Megumi havia descoberto aquele parque bonito há pouco mais de uma semana, em um desses seus momentos nublados enquanto dirigia sem um destino certo. Naquela vez, acabou por ficar um pouco no local, em silêncio e sem pensar em nada, e depois voltar para o conforto de sua casa. Depois disso, o fez mais vezes e aqui estava ele de novo.

O moreno abriu os olhos e notou uma fonte que havia no centro daquele parque. Talvez não a vira das outras vezes em que fora até ali, ou somente não prestou atenção. Mas agora, ela parecia muito viva à sua frente.

Silenciosamente, ele se levantou e caminhou, se aproximando devagar. Ao chegar até seu destino, olhou para seu reflexo no líquido transparente. Estava turbulento, conforme a superfície tremulava com a queda da água corrente. Aquela imagem trouxe uma sensação angustiante para ele. Afinal, parecia combinar com seu estado de espírito. Mas não conseguia desviar o olhar.

Com a testa levemente franzida, começou a refletir sobre os acontecimentos recentes, pela primeira vez. Era estranho pensar no que tinha acontecido. Nem mesmo tinha chorado, desde aquele dia. Formulou uma frase em sua cabeça. Eu perdi um bebê. Eu tinha um bebê e o perdi... Ainda era estranho. Parecia algo distante, surreal. Tentou pensar em como se sentia sobre isso. Nada. Tudo o que vinha era um vazio estranho.

Ele estremeceu levemente com um vento gelado, que borrou ainda mais a imagem refletida na água. Colocou as mãos dentro do bolso novamente, as esquentando. Somente nesse momento é que percebeu que seu casaco tinha ficado no carro.

Megumi, então, sentiu falta de sua casa. Seu lar, que provavelmente estaria esperando com um sorriso ensolarado. Talvez fizesse uma sopa hoje, ou um ensopado de carne. Um meio sorriso se formou no rosto cansado.

Por fim, o moreno virou, se afastando daquela fonte e indo até o carro. Hora de ir para o conforto de sua casa.


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Notas finais:

E vamos de mais um pouco de... sofrênciazinha? Semana que vem tem mais capítulo e quem sabe as coisas melhorem para nossos nenéns.

Mas vou deixar um aviso para quem se acostumou com as datas de Refúgio: >>os capítulos agora sairão aos sábados<< minha rotina está mais difícil e cansativa, então fica melhor assim para mim. Portanto, vejo vocês na próxima semana.

Lembrem-se de votar no cap ⭐

Ah, e amanhã vou postar a continuação daquela SatoSugu delicinha, chamada "Vamos fazer...?". Fiquem atentos às notificações, tia Ichigo ama vocês 💕💕

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