14. Depois do caos

333 52 50
                                    


Notas iniciais:

Oi bolinhos.

Vejo vocês nas notas finais 🥺 ❤

...............................................................


Yuji estava na cozinha com a testa franzida enquanto terminava de organizar os talheres limpos após o jantar. Ele sentia que precisava se manter em movimento, tentando deixar tudo o mais confortável possível para o namorado, que por sinal, mal havia comido.

Claro, era compreensível, depois do que tinha acontecido.

Há apenas alguns dias, o alfa estava terminando de fazer a entrega de uns móveis quando recebeu uma ligação de Tsumiki. Já estranhou desde aí, já que a cunhada nunca ligava diretamente para ele. Mas logo que atendeu, se apressou em voltar. Ou melhor, em chegar até o hospital.

Quando finalmente entrou e contaram o que houve, a preocupação era quase palpável. Megumi havia passado mal quando saía da casa da família, mas não falavam ainda o motivo. Talvez não soubessem ou talvez quisessem ter certeza. Mas pouco depois, quando ele acordou, todos receberam a notícia que menos esperavam: o ômega havia sofrido um aborto. Havia perdido um bebê do qual eles nem sabiam que existia.

Seu namorado ficou por lá o resto do dia, tomando os medicamentos e logo puderam voltar para casa – Yuji estava com ele o tempo todo, obviamente. Mas eles mal falaram do assunto. Desde então, o jovem alfa tentava fazer tudo o que pudesse para dar o máximo de conforto. Mas era difícil, quando não sabia muito bem o que fazer.

Suspirando, o rapaz de cabelos rosados terminou o que fazia, desligou a luz da cozinha e rumou para a sala. E quando chegou lá, seu coração se apertou. Megumi estava sentado confortavelmente no sofá, com um livro em mãos, mas não o lia. Seus olhos azuis estavam fixos, sem correr pelas letrinhas. Parecia longe, muito longe. Itadori se aproximou.

– Amorzinho, vamos dormir? – Disse, sentando-se ao seu lado.

O moreno voltou-se para ele e fechou o livro, que foi deixado em uma mesinha ao lado.

– Claro. – Respondeu apenas. Levantou-se em seguida, acompanhado de perto pelos olhos castanhos, preocupados.

Juntos, chegaram até o quarto e trocaram suas roupas por pijamas confortáveis, arrumando a cama em seguida. Yuji não aguentava mais não saber o que o outro estava sentindo. Não queria ficar sem poder fazer nada. Se aproximou do namorado novamente, pegando uma de suas mãos delicadamente e tocando a lateral do rosto bonito com o polegar. Os olhos azuis voltaram-se para ele, questionadores.

– Gumi, você não precisa de mais nada mesmo? Não quer um lanchinho? Um chá? Uma massagem ou um carinho? – Soltou, em um tom quase aflito.

Megumi sorriu. Um sorriso incerto.

– Obrigado, amor. Não preciso de nada agora, estou bem.

O jovem alfa hesitou. As sobrancelhas estavam juntas. Sentia vontade de dar um abraço apertado e nunca mais soltar o outro. Nada havia sido dito sobre aquele dia, mas algo estava errado e ele podia sentir.

– Amorzinho... você está bem mesmo? – Não conseguiu deixar de perguntar.

Ambos se olharam por mais um tempo, enquanto um transmitia carinho para o outro, que queria apenas... na verdade, nem ele mesmo sabia.

– Sim, Yuji. Eu estou bem. – Respondeu de modo um pouco mais firme, porém suave. Ele não estava bravo.

– Que bom... – O alfa sorriu fracamente com a resposta, em seguida sentiu o aperto no peito mais forte. Completou, sentindo as mãos um pouco trêmulas: – Porque eu não estou. Quando te vi daquele jeito...

Ele não conseguiu terminar de falar. Após o susto com aquela ligação, a preocupação o consumiu. Temia que algo estivesse acontecendo com o namorado enquanto ele podia apenas ficar ao seu lado, segurando sua mão. Mas por sentir que precisava, havia contido tudo isso. Foi forte enquanto conseguiu, para cuidar do seu amor, mas agora ele sentia tudo desabando.

Não, isso também era força. Pois, às vezes, é preciso se permitir sentir a dor ou o medo, ou tudo o que se considera fraqueza.

Porém, não mudava o fato de que era ele quem precisava de um afago nesse exato momento. Percebendo isso, Megumi o abraçou com força, enquanto as lágrimas caíam do rosto que ele amava e que agora buscava abrigo em seu ombro. Percorreu seus dedos pelas mechas macias daquele cabelo com cor de flores e deslizou a outra mão pelas costas, com carinho. Os braços fortes o envolviam, em um abraço dolorido, mas cheio de amor e alívio.

Ficaram um tempo assim, agarrados um ao outro, até Megumi soltar e puxar o namorado pela mão.

– Vem cá. – Disse apenas, enquanto rumava para a cama confortável. Deitaram-se e o moreno puxou a coberta sobre eles, voltando ao abraço de antes, que foi bem recebido.

Após um tempo, o ômega se afastou o suficiente para deixar um beijinho na testa do outro, e ambos aconchegaram melhor nos corpos quentinhos, que se encaixavam perfeitamente como se ali fosse seu lugar.

Megumi, sem ter derramado uma gota de lágrima, acarinhava seu amado e lhe transmitia conforto, enquanto eles adormeciam devagar.


...............................................................

Notas finais:

Acho que disse a vocês que essa história surgiu de um sonho. Pois é, o sonho era a cena da perda (e um hot que não coube no roteiro, mas vou postar como um extra depois). Por diversas vezes fiquei me perguntando o motivo de ter decidido escrever isso. Mas conforme o roteiro foi sendo desenvolvido e fui escrevendo os caps anteriores, fui entendendo também. Essa história contém uma mensagem.

Ainda tem muita coisa para acontecer, então se quiserem acompanhar, talvez tenha uma recompensa no final (👀). E sim, está tudo planejado até o final e além, com uns extras cheios de amorzinho e gostosuras.

Espero vocês no próximo 🥺❤

Ah, e vão dar uma olhada na SatoSugu delicinha que postarei ainda hoje, é um pouco diferente de tudo o que já escrevi, risos nervosos. O nome dela é "Vamos fazer...?"

Me sigam no twitter: @ Ichigocake5

RefúgioOnde histórias criam vida. Descubra agora