Capítulo 17 - A Torre de Astronomia

39 3 2
                                    

Fiquei sabendo o que aconteceu com Draco pelas conversas de corredor, pois Pansy Parkinson estava contando para toda a escola. Fiquei assustada, mas também pensei que deveria ter algum exagero na história, como quando Bicuço feriu Draco e isso rendeu meses de braço enfaixado. De qualquer forma, precisava saber melhor o que aconteceu para me tranquilizar.

Harry me contou em detalhes sua briga com Draco, e como ele ficou caído em uma poça de sangue quando ele lhe lançou o feitiço Sectumsempra sem saber seus efeitos. Percebi que seu arrependimento era sincero, e por isso consegui refrear a minha raiva por ele ter sido tão irresponsável e desprezar meus avisos sobre o livro do Príncipe Mestiço.

Livro que, aliás, ele teve o sangue frio de ocultar de Snape, trocando-o pelo de Rony e escondendo-o na Sala Precisa, mesmo após quase ter matado Draco (se Snape não estivesse por perto, era o que teria acontecido).

Nunca consegui digerir bem esse episódio. Evitei falar mais sobre isso na época, pois não queria discutir nada que envolvesse Draco, mas acho que o livro exerceu algum tipo de fascinação maligna em Harry, já que estava cheio de magia das trevas.

Mas, pelo menos, Harry estava feliz. Ele e Gina haviam se beijado e estavam começando a se entender, e eu desejava que isso apaziguasse seu coração. No entanto, ainda era preciso tirar a história do Príncipe a limpo, descobrindo quem ele era.

Continuei a investigar, e descobri a história de Eileen Prince, a mãe de Snape. Harry descartou essa hipótese (que, afinal, não estava tão equivocada assim). Ele continuava obcecado com o livro, mesmo após ter se livrado dele (não de forma definitiva, infelizmente).

Com a memória do professor Slughorn sobre seu passado com Tom Riddle que Harry obteve, Dumbledore conseguiu juntar as peças que faltavam para entender como Voldemort utilizou a poderosa magia das Horcruxes para dividir sua alma.

Dumbledore contou a Harry que estava buscando as Horcruxes há anos, e o convidou para ir com ele numa dessas expedições. Isso deixou meu amigo grifinório ansioso pela aventura, que poderia trazer resultados decisivos no combate a Voldemort.

O convite de Dumbledore veio no mesmo dia em que Harry descobriu sem querer, através de um encontro casual com a professora Trelawney, que Snape é quem havia contado a Voldemort sobre a profecia, segundo a qual ele ou Voldemort deveriam matar um ao outro no final, pois apenas um deles poderia sobreviver.

Pelo que Harry apurou depois, Snape desconhecia a quem a profecia se referia, mas esta parte Harry não aceitou bem, apesar das afirmativas de Dumbledore de que continuava a confiar totalmente em Snape.

A professora Trelawney também contou a Harry que ouviu uma voz masculina comemorando algo na sala Precisa. Harry logo concluiu que Malfoy havia conseguido resolver a tarefa em que se empenhou durante quase todo o ano.

Isso tudo aconteceu na mesma tarde: o encontro com Trelawney, a descoberta que Snape estava envolvido com a profecia, a suspeita de que Malfoy estivesse comemorando algo na Sala Precisa e o convite de Dumbledore para acompanhá-lo na busca à Horcrux.

Harry contou todas essas histórias assim, despejando esse monte de informações de forma apressada. Foi ao dormitório apenas para pegar sua capa e falar comigo e com Rony, pois Dumbledore estava esperando por ele para irem investigar o possível esconderijo de uma das Horcruxes.

Harry nos encarregou de descobrir o que Malfoy estava tramando e vigiar Snape, e nos entregou o Mapa do Maroto. Eu e Rony ficamos nos olhando atônitos quando ele saiu. Não sabíamos bem o que pensar ou fazer, e ambos estávamos preocupados com o que Harry deveria estar sentindo, pois ele passou por um verdadeiro turbilhão de revelações.

Wannabee | dramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora