Senti um buraco se abrir sob meus pés. A guerra, a horrível guerra em que estava mergulhada há meses, mostrou a sua face mais terrível: o corpo de Fred a ostentava ali, e por alguns momentos a olhávamos, quase tão indefesos e inertes como ele.
Não vi quando a aranha enorme surgiu, apenas ouvi o grito de Harry como se fosse num sonho, e ele e Rony se jogaram sobre mim, me atirando no chão. Percy estava sobre o corpo de Fred, tentando protegê-lo, e Harry não conseguia fazê-lo levantar, pois tínhamos que sair dali.
A onda de adrenalina levou embora o torpor. Harry e Rony atiraram feitiços que neutralizaram a aranha, mas ela não estava só, e eles não conseguiriam deter as numerosas guerreiras. Harry gritou para sairmos e se abaixou para levar o corpo de Fred, o que Percy entendeu e ajudou. Harry o acomodou no nicho onde antes havia uma armadura. Ele ficaria protegido ali.
Percy se lançou de novo na batalha, e por sorte reagi rápido quando vi que Rony o seguia, tentando fazer o mesmo. Eu o puxei com dificuldade para trás de uma tapeçaria, tentando protegê-lo. Eu implorava para que Rony ficasse e me escutasse, mas não estava conseguindo segurá-lo.
Harry nos viu e logo entendeu o que estava acontecendo. Ambos ficamos argumentando, dizendo que não adiantava ele entrar na luta agora, pois a nossa missão era fundamental e, uma vez completada, tudo isso acabaria. Nós tínhamos a nossa luta também, que era a luta para matar Nagini e enfraquecer Voldemort, para que Harry pudesse acabar com ele.
Rony tremia, e eu chorava, tentando me acalmar para conseguir convencê-lo a ficar. Harry tinha que tentar descobrir o que Voldemort estava fazendo, não havia mais sentido em se proteger agora: ele sabia onde Harry estava e o que tentava fazer. Eu implorei para que Harry se conectasse à mente de Voldemort.
A ligação estava mais forte do que nunca, e Harry logo viu Voldemort conversando com Lúcio Malfoy. Também viu Nagini, que estava numa espécie de gaiola mágica, e ouviu que Voldemort mandou chamar Snape. Ele está na Casa dos Gritos, disse Harry. Fiquei com muita raiva: como Voldemort ousava se esconder enquanto tantos morriam na batalha? Para Harry, Voldemort acreditava que não precisava lutar, pois achava que ele iria se entregar.
Estávamos discutindo qual de nós iria até lá para tentar matar a cobra, quando dois Comensais da Morte nos atacaram. Reagi rápido e os tirei de combate. Harry decidiu que nós três ficaríamos sob a capa enquanto nos deslocávamos para a Casa dos Gritos, já que, no meio da confusão da batalha, seria difícil alguém reparar nos nossos pés descobertos.
Atravessamos o corredor em que os combatentes de ambos os lados trocavam feitiços, tentando nos proteger com as varinhas em posição de ataque. O chão estava pegajoso pela resina das vagens de Arapucosos que Pirraça lançava como bombas nos Comensais da Morte, que tinha a consistência de um mel grosso e esverdeado.
Quando notei que associei o caldo estranho com mel, vi Draco no topo da escadaria para a qual estávamos indo. Ele estava se defendendo de outro Comensal, dizendo que estava do seu lado.
Harry estuporou o Comensal, erguendo a varinha pela abertura da capa. Draco olhava para os lados, procurando quem o havia ajudado. Quando passamos perto dele, Rony deu um soco em sua boca, gritando que era a segunda vez que o salvamos essa noite. Ele ficou caído por cima do Comensal. Sua boca sangrava, mas ele estava bem. Ia sobreviver, era o que importava.
Descemos a escada e deparamos com a cena chocante: Lobo Greyback estava debruçado sobre Lilá Brown, ainda viva. Gritei ao mesmo tempo em que lancei o feitiço. Ele foi atirado nos balaústres de mármore, e uma esfera de cristal arremessada por Trelawney caiu sobre sua cabeça quando ele tentou se levantar, atingindo-o mortalmente.
Não senti nada ao ver seu corpo no chão, apenas o consolo torpe da guerra, quando vemos uma pálida justiça ser feita. Esses sentimentos eram mesquinhos e me faziam muito mal, e nesse momento compreendi o quanto a guerra nos desumaniza.
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Wannabee | dramione
Hayran KurguHermione Granger chegou a um momento decisivo: ela, que sempre foi tão racional, está diante de uma escolha que vai mudar tudo o que conhece e considera seguro. Ela decidiu escrever uma carta em que revela outra trama que se desenvolveu de forma par...