Capítulo 28 - Os Mistérios de Elêusis

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Stonehenge era uma espécie de Hogwarts para adultos: bem maior e mais antiga, com construções milenares e uma biblioteca com manuscritos raros, da qual não reclamaria se ficasse presa nela pelo resto da vida.

Estava um pouco ansiosa na primeira vez que encontrei a professora Hutton, mas fiquei agradavelmente surpresa. Eu a imaginava uma pessoa mais severa, com a postura mais ereta, parecida com McGonagall, mas ela era mais descontraída e sorridente, apesar de ambas terem o mesmo ar maternal.

Isso durava até quando alguém fazia uma pergunta a ela: era capaz de citar grandes trechos de livros de memória, comparar a visão de diferentes autores e apresentar sua opinião sobre eles de uma forma cativante e bem humorada, e sempre muito bem fundamentada. Não poderia desejar uma orientadora melhor, e senti que ela também simpatizou comigo logo de início.

Hutton me recebeu em sua sala para explicar como funcionaria nosso trabalho e orientar as referências da minha tradução para o inglês da versão em runas antigas de Os Contos de Beedle, o Bardo, que seria o produto final do meu doutorado. Ela me serviu um delicioso chá de jasmim, e notei o delicado trabalho no açucareiro, representando pequenas abelhas. Fiquei observando, distraída, quando ela perguntou:

- Você tem mais alguma dúvida, Hermione?

- Acho que não, professora. Tenho certeza que terei outras dúvidas, mas agora tenho todas as informações que preciso.

- Você não tem dúvida alguma sobre o Synchro?

A professora Hutton, definitivamente, não estava para brincadeiras. Ele me lembrava um pouco Dumbledore, com aquele olhar que dava a impressão de que era capaz de ler a sua alma. Decidi que não ia perder a oportunidade, e contei minha experiência com o Synchro desde o começo até meu recente ritual com Firenze.

Ela afirmou que eu poderia participar do grupo de estudos sobre Deméter, nos Mistérios de Elêusis, como iniciada, e que ela poderia me orientar nesse processo. Esclareceu que o Synchro era estudado como parte dos Mistérios, e que eu encontraria bons interlocutores para aprofundar meus estudos.

Aceitei o convite, me sentindo honrada por ser guiada por Hutton. Ela também ponderou que este estudo e a iniciação seriam atividades paralelas ao doutorado, pois ainda que as runas antigas fossem uma linguagem da Magia Antiga, os rituais de iniciação eram um objeto complexo e único, e quis saber se eu estava disposta.

Respondi que sim, que já não tinha o mesmo medo da Magia Antiga de quando comecei a estudar, mas que ainda era algo que não compartilhava com ninguém, nem com meus melhores amigos. Hutton ponderou que eu não precisava da autorização de ninguém para ser iniciada, e que se quisesse manter segredo sobre meu estudo de Magia Antiga, era um problema que dizia respeito somente a mim. Observou também que o ritual iniciático das sacerdotisas era transmitido oralmente por milênios, e sobre isso deveria assumir o compromisso de manter o mais profundo sigilo.

Foi assim então que, como na época do Vira-Tempo, comecei a estudar duas áreas ao mesmo tempo: a tradução dos Contos de Beedle em runas antigas e as práticas de iniciação nos Mistérios de Elêusis. Era uma vida dupla que preferi continuar a manter apenas para mim, não dividindo nem mesmo com Gina.

Minha amiga, aliás, estava passando por um desafio: ela e Harry decidiram se mudar para a casa da Ordem da Fênix no Largo Grimmauld, que agora era a casa de Harry, e que iriam morar juntos antes de se casar.

Isso quase matou a Sra. Weasley de susto, pois ela não pretendia abrir mão do sonho de fazer o casamento de sua única filha mulher. Mas Gina e Harry conseguiram contornar a situação muito bem, comprometendo-se a fazer uma cerimônia de casamento tradicional assim que os compromissos profissionais de Gina permitissem.

Wannabee | dramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora