Saltamos para dentro do lago quando o dragão foi diminuindo a altitude. Ele continuou a voar baixo, não notando a perda dos três insignificantes passageiros. Nadamos até a margem e começamos a nos recompor, usando ditamno nas queimaduras, vestindo roupas secas e nos alimentando.
Harry colocou a pequena taça no chão entre nós, e ficamos olhando para ela, a diminuta razão para tudo que fizemos. Eu conseguia ver o dragão ao longe, na outra margem do lago. Perguntei se achavam que ele ficaria bem, e Rony me disse que eu parecia o Hagrid, preocupada com um dragão que sabia se cuidar muito bem. A falta de sensibilidade de Rony era um bálsamo em alguns momentos, e esse foi um deles.
Nos assustamos quando Harry começou a se contorcer de dor, a cicatriz ardendo quando viu que Voldemort já sabia da invasão do Gringotes e, portanto, que estávamos atrás das Horcruxes.
Harry descobriu que Voldemort iria verificar os lugares em que havia escondido os objetos, e que um deles estava em Hogwarts, para onde deveríamos ir. Não tínhamos plano nenhum para isso, mas também não tínhamos tempo. Nos acomodamos do jeito possível sob a capa e desaparatamos para Hogsmeade.
Quando chegamos, uma alarme disparou, e fomos cercados por Comensais da Morte que estavam nos aguardando. Queria que desaparatássemos dali imediatamente, mas os feitiços no local nos impediram.
Um grupo de dementadores começou a se aproximar depressa, e Harry conjurou um Patrono, que os dispersou mas também atraiu a atenção dos Comensais. Foi quando uma voz chamou por Harry e nos mandou entrar. Era o barman do Cabeça de Javali. Ele despistou os comensais, alegando que o Patrono era seu, um bode e não um veado.
Quando pudemos prestar mais atenção nele, Harry o reconheceu como a pessoa que tinha nos ajudado enviando Dobby para a mansão dos Malfoy, através do caco do espelho de Sirius que Harry carregava, cujo pedaço restante se encontrava naquela sala. Era Aberforth, irmão de Dumbledore. Ele nos trouxe comida, a que nos atiramos, famintos.
Harry queria ajuda para entrarmos em Hogwarts, mas Aberforth tentou nos convencer a fugir. Notei o retrato da jovem na sala, e Aberforth confirmou que era sua irmã, Ariana. Ele nos contou a história dela, revelando todo o ressentimento que tinha por Dumbledore.
Novamente, argumentei que Dumbledore amava Harry, contra a descrença de Aberforth, dessa vez. Havia muita dor em seu coração, mas ele não tinha desistido, embora quisesse que pensássemos assim.
Aberforth falou algo para a Ariana no retrato, que se afastou da moldura e voltou trazendo... Neville! Nossa alegria e a dele, ao nos revermos, iluminavam aquele momento de desespero. Pulamos e nos abraçamos como se tivéssemos onze anos outra vez, ainda que por alguns instantes. Nos despedimos de Aberforth e seguimos Neville. Pela conversa que os dois tiveram, concluímos que Aberforth estava ajudando muito mais do que queria que acreditássemos.
Neville estava todo machucado, como se tivesse acabado de sair de uma briga horrível, e foi nos contando o que estava acontecendo em Hogwarts enquanto o seguíamos pela passagem secreta. Os irmãos Carrow, Comensais da Morte, agora eram professores em Hogwarts, e quem se rebelasse contra eles era duramente castigado.
Aquele Neville destemido era novo para mim, e sua coragem era admirável, como se fosse uma natureza recém descoberta e que ele tratava sem dar muita importância, como se fosse a única maneira possível de agir e resistir, era como respirar.
Nossa entrada no esconderijo dos rebeldes de Hogwarts foi impactante. Fomos engolfados pelo mar de amigos reunidos, numa acolhida que nos aqueceu e abrandou nosso sofrimento: finalmente, não estávamos mais sozinhos.
Estávamos na Sala Precisa, que funcionava agora como esconderijo para a aguerrida e obstinada Armada de Dumbledore. Seria fácil passar a noite toda conversando e matando as saudades, mas Harry nos lembrou que precisávamos agir rápido, e eu e Rony entendemos que Voldemort estava vindo sem que ele precisasse falar.
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Wannabee | dramione
FanfictionHermione Granger chegou a um momento decisivo: ela, que sempre foi tão racional, está diante de uma escolha que vai mudar tudo o que conhece e considera seguro. Ela decidiu escrever uma carta em que revela outra trama que se desenvolveu de forma par...