Capítulo 20 - A guerra começa

27 3 0
                                    

Durante a festa, chegou o aviso que o Ministro da Magia foi morto e o Ministério, tomado por Voldemort. Os Comensais da Morte estavam vindo para a Toca, atrás de informações para capturar Harry, que estava bem ao meu lado quando o alerta chegou.

No meio dos gritos e da confusão que se seguiu, ficamos procurando Rony, e já estava entrando em desespero quando o encontramos no meio da correria. Desaparatei com os dois para a rua Tottenham Court, que estava cheia de gente se divertindo naquela hora da noite, incluindo alguns bêbados inconvenientes.

Estava com tudo que iríamos precisar na bolsinha enfeitiçada, incluindo a capa de Harry, que entreguei a ele assim que aparatamos. Trocamos de roupa e continuamos a caminhar pela rua, tentando pensar no que fazer e para onde ir, com os garotos ainda espantados como foi que eu havia trazido nossa bagagem e pensado em tudo - eles deveriam me conhecer melhor, a essa altura da nossa convivência.

Para nossa surpresa, fomos atacados por dois Comensais brutamontes no café em que paramos. Era difícil de entender, pois já passava da meia noite e Harry não deveria estar com o rastreador de feitiços, pois completou dezessete anos. Mas, afinal, quais regras ainda estavam sendo respeitadas? Era difícil dizer.

Acabei concordando em ir para a sede da Ordem da Fênix, no Largo Grimmauld, por falta de opções. Os feitiços de proteção de Olho Tonto estavam assustadores, e ficaríamos seguros lá, pelo menos até decidirmos o que fazer em seguida.

Harry estava sentindo dores na cicatriz, e mais uma vez insisti com ele para bloquear essa ligação com a mente de Voldemort. Ele concordava sem entusiasmo, mais para me fazer parar de falar, pois continuar ligado à mente de Voldemort era a forma dele saber seus próximos passos.

Não havia argumento racional para convencê-lo do risco que estava envolvido, e Harry nunca foi o tipo de pessoa que avaliava riscos racionalmente - se fosse, não teria feito tudo o que fez e conseguido o que conseguiu.

Para nosso alívio, recebemos um Patrono do Sr. Weasley avisando que a família estava a salvo, o que nos deixou um pouco mais tranquilos.

Arrumamos nossos sacos de dormir na sala. Era melhor ficarmos juntos, e também não estávamos com coragem de nos separar. Quando desejei boa noite a Rony ele segurou a minha mão, e dormimos assim. Era um lugar em que eu me sentia segura: ao lado de Rony, meu amado amigo, que nunca iria me fazer mal.

Era do que precisava, do afeto de quem me amava de verdade. Estava esgotada de despejar amor num escoadouro emocional que me enfraquecia, como se fosse uma artéria aberta. Estava decidida a não fazer isso nunca mais. O que estava enterrado deveria permanecer assim. Passei os dedos sobre o coração duas vezes e adormeci.

Quando acordei de manhã me assustei, pois Harry não estava, e logo chamei Rony para sairmos à sua procura. Encontrei-o no quarto de Sirius, lendo uma carta de sua mãe para o padrinho.

Era difícil imaginar a dor de tantas perdas pelas quais Harry já havia passado, e no entanto ele estava ali, como se não houvesse outro sentido para a sua vida senão cumprir sua missão. De fato, não havia.

Harry queria ir a Godric's Hollow - estava abalado a respeito das coisas que descobriu sobre Dumbledore, e queria tirar a história a limpo. Eu entendia, mas achava perigoso demais.

Não me surpreendi quando Harry chamou minha atenção para o aviso pregado na porta do quarto do irmão de Sirius, Régulo Arturo Black, ou R.A.B. Já entendia bem o papel da sincronicidade. Viemos parar exatamente no lugar que nos levaria à próxima pista.

Desejei que nosso caminho dali para a frente fosse assim, cheio de sinais, mas reformulei o desejo: seria cheio de sinais, e desejei estar atenta para percebê-los e interpretá-los.

Wannabee | dramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora