Capítulo 23 - A invasão ao Gringotes

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Não vi o que aconteceu com Dobby. Estava sem sentidos quando cheguei na praia, e Rony me levou para dentro. Minha primeira visão foi o rosto de Fleur me olhando de forma amorosa, e me senti culpada por tê-la tratado mal quando estávamos na Toca. Ela amava Gui de verdade, e estava mesmo preocupada comigo, tentando cuidar de mim da melhor forma que podia.

Rony estava a seu lado, e quando nossos olhos se encontraram foi como se ele tivesse visto um anjo vindo salvá-lo em plena batalha, o alívio estampado no rosto amigo que conhecia desde criança, e que agora mostrava as primeiras marcas de quem enfrenta a vida.

Ele me contou o que aconteceu quando aparatamos, e que Harry estava cavando a cova para Dobby sem usar magia. Eu insisti para ir ao enterro, e Rony sabia que não adiantava nem tentar me convencer do contrário. Fleur me emprestou um robe para me agasalhar, e Rony me amparou até o local, segurando-me pela cintura.

Foi simples e tocante. A pedra com que Harry marcou o lugar parecia ter sido esculpida com todo o sentimento do mundo.

Harry queria falar com Grampo e Olivaras, e chamou a mim e Rony para acompanhá-lo. Ele me elogiou pela presença de espírito de ter inventado que a espada era falsa, mesmo sob a tortura de Bellatrix, e contou que havia pedido a Grampo para confirmar a minha versão.

Rony me segurava pelo braço, com carinho, e senti que nós três estávamos mais unidos do que nunca. Gui insistia em saber o que estava acontecendo, mas Harry não deu detalhes, mantendo-se fiel à determinação recebida por Dumbledore, ainda que o velho diretor não lhe inspirasse a mesma confiança de antes.

Fomos primeiro conversar com Grampo. Eu e Rony ficamos atônitos quando ouvimos Harry dizer a Grampo que queria invadir o Gringotes. Seu desespero estava impedindo-o de pensar com clareza, e isso já estava passando dos limites da sanidade. Comecei a achar que todos nós havíamos enlouquecido coletivamente quando começamos a discutir a ideia, como se fossemos mesmo invadir o banco.

Grampo mostrava todo seu ressentimento com os bruxos, e tinha certeza que os duendes seriam ainda mais perseguidos com a ascensão de Voldemort. Não sei o quanto ele acreditou na sinceridade das minhas palavras, mas precisei dizer que meu status de sangue ruim me tornava tão alvo de perseguição quanto ele. Sei que foi um risco argumentar com ele, mas o sentimento de injustiça me tomou, pois a defesa da igualdade entre os seres mágicos era uma luta pessoal minha.

Deixamos Grampo descansando e conversamos sobre nossas possibilidades. Harry estava convencido de que uma das Horcruxes estava no cofre de Bellatrix, o que fazia todo o sentido diante do comportamento da bruxa na mansão, mas também achava que ela não sabia do que se tratava, nem o que era uma Horcrux. Este era um segredo que Voldemort não dividiria com ninguém, e ele devia ter pedido a ela apenas que guardasse o objeto, enfatizando que era importante.

Em seguida, fomos conversar com o Sr. Olivaras. Harry queria saber mais sobre as varinhas que pegou na mansão, onde ficaram a minha varinha e a que ele estava usando, de ameixeira-brava.

Harry temia o que poderia acontecer, agora que Voldemort descobriria que sua varinha, de azevinho com núcleo de pena de fênix, estava destruída, como diria a leitura dos feitiços previamente realizados pela minha varinha, quando tentei consertar a de Harry.

O Sr. Olivaras não conseguiu explicar por que a varinha de Harry havia partido a varinha emprestada por Lúcio Malfoy que Voldemort usou na noite em que o perseguiu. Harry continuava a não aceitar a hipótese que seu poder como bruxo poderia explicar isso, como eu já havia proposto. Mas achei prudente não insistir.

Como Harry já sabia, o Sr. Olivaras reafirmou que um bruxo não depende da varinha para fazer magia, apesar dela facilitar alguns processos. A varinha é tão boa quanto o bruxo que a porta, pensei. Mas Voldemort, como Harry, não acreditava muito nisso, e estava atrás da Varinha das Varinhas.

Wannabee | dramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora