A Cortesã

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Nina estava apavorada. O seu coração batia cada vez mais acelerado, o silêncio daquele lugar era assustador. A jovem por um momento pensou em sair correndo dalí, mas tomou coragem. Ao se virar a garota avistou sentada em um sofá, a mulher mais linda que ela já havia visto em toda a sua vida. A outra a observava com curiosidade dos pés a cabeça, o que deixou Nina praticamente imóvel sem reação.

A cortesã era mais jovem do que ela imaginava, a mulher não tinha mais que uns vinte e poucos anos. Ela tinha um olhar lindo, mas ao mesmo tempo assustador. Seus olhos verdes, pareciam de um predador feroz. Ela tinha belos cabelos pretos, que estavam presos em um lindo penteado. Seus lábios eram cheios, e vermelhos. O seu corpo era lindo, cheio de curvas. A cortesã vestia um lindo vestido verde esmeralda justo na parte de cima, valorizando os seus seios que eram fartos, e estavam apertados em um lindo decote. A mulher também usava muitas jóias caras, provavelmente dadas pelos homens que a visitavam. Nina se encontrava corada, a jovem queria correr dalí, mas não conseguia mexer as pernas.

- Não sabia que deixavam crianças entrarem em lugares como este. - Falou a linda mulher, dando um leve sorriso.

Nina tremeu, sentindo as suas pernas ficarem bambas.

- Venha, sente-se aqui. - Disse a cortesã, apontando para um sofá a sua frente. Mesmo com as suas pernas trêmulas, Nina se moveu se sentando no local.

- Você tem dinheiro, não é? - Perguntou a mulher.

Nina tirou do seu bolso, o generoso maço de dinheiro. A cortesã esboçou espanto, disfarçando logo em seguida. Nina então achou que realmente havia exagerado, na quantia que havia trazido.

- Sou filho de um homem muito rico da Espanha. - Falou a jovem, justificando o dinheiro.

- Não me interessa de onde vem o seu dinheiro. - Disse a mulher, dando de ombros.

Nina olhou nós olhos da outra, desviando rapidamente. Ela tinha medo de que de alguma forma, a mulher descobrisse que ela não era um rapaz.

- Relaxe. - Disse a cortesã, se levantando de onde estava, indo em direção a uma pequena mesa, pegando uma garrafa de vinho em suas mãos. - Você aceita algo para beber? - Ofereceu ela.

Nina não estava a vontade com aquela situação, e respondeu nervosa.

- Não, Não, obrigado.

A cortesã então encheu apenas uma taça com o vinho tinto.

- Você é um rapaz estranho. - Disse a mulher, se sentando ao lado de Nina.

A cortesã deu uma longa olhada na jovem, dando um gole no vinho logo em seguida. Nina se afastou um pouco da outra, pois tinha medo de que ela se aproximasse demais. Por um tempo, as duas permaneceram em silêncio. Nina não gostava daquilo, pois achava meio constrangedor ficar parada sem dizer nada.

- Qual é o seu nome? - Perguntou a jovem, a primeira coisa que veio em sua mente.

- Margot. - Respondeu a mulher.

- Margot, de que? - Perguntou Nina, curiosa.

- Apenas, Margot - Respondeu a cortesã, de uma maneira fria.

- Hum, entendo. - Disse Nina, meio sem jeito.

- E você, como se chama? - Perguntou a mulher, se aproximando mais de Nina, que se afastou.

A jovem pensava em um nome, ela então lembrou de um amigo que fez na época, que havia visitado a França quando era criança.

- Nicolas. - Respondeu a garota.

- Nicolas, de que? - Perguntou Margot.

- Apenas, Nicolas. - Respondeu Nina, com ar de revanche.

Margot deu um breve sorriso, disfarçando logo em seguida. A mulher tomou mais um gole do seu vinho, colocando a taça no chão. Em seguida ela segurou a mão de Nina, que se assustou.

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