O Fantasma

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Nina estava abraçada a Margot, que se encontrava trêmula enquanto chorava copiosamente. A cortesã havia deixado o seu orgulho de lado, pois a única coisa que ela queria naquele momento era um abraço forte. Os braços de Nina eram sempre reconfortantes e tinham o poder de acalmar a mais velha. Para Margot era mais fácil chorar na presença da garota do que na de outra pessoa.

Após alguns minutos chorando a cortesã se viu na obrigação de se recompor. A mulher não queria correr o risco de ser flagrada por uma outra pessoa naquele estado. Margot então ergueu a sua cabeça enxugando as lágrimas no seu rosto.

- Eu preciso ir embora, não tenho mais condições de permanecer aqui. - Disse a cortesã.

- Tem certeza de que você está bem? - Perguntou Nina, visivelmente preocupada.

- Eu irei sobreviver. - Disse Margot, em um sorriso tristonho.

A cortesã então se levantou respirando fundo. Ela se preparava para se retirar do local quando Nina segurou uma das suas mãos.

- Você quer que eu a acompanhe? - Perguntou a jovem.

- Não precisa. - Disse Margot.

- Por favor, eu não quero deixá-la ir embora assim. - Disse Nina, insistindo.

Realmente a cortesã não se encontrava muito bem e tinha uma aparência pálida e abatida.

- Está bem. - Disse Margot, suspirando.

Nina deu um leve sorriso oferecendo um dos seus braços para a outra que o segurou. Elas então se retiraram do local seguindo rumo as carruagens. Nina ajudou a cortesã a subir entrando logo em seguida. As jovens se sentaram uma de frente para a outra. Margot tinha a sua cabeça debruçada perto da janela tendo uma expressão extremamente triste em seu rosto. Nina observava a mais velha com preocupação. A cortesã não havia apenas reencontrado um ex-namorando, mas sim o homem que havia arruinado a sua vida. Se não fosse por ele talvez Margot não tivesse sido arrastada para a vida a qual estava. O silêncio na carruagem era incômodo. Nina queria falar, mas tinha medo de dizer algo que pudesse de alguma forma piorar toda aquela situação.

Enquanto isso, na mansão do duque. Philipe olhava ao redor a procura de Nina. A jovem não se encontrava mais no salão e aquilo estava deixando o nobre intrigado.

- O que procura meu amigo? - Perguntou uma voz imponente.

Ao olhar para o lado o duque avistou o seu amigo o qual ele recepcionou.

- Uma pessoa. - Respondeu Philipe.

- Hum, eu também estava a procura de uma. - Disse o outro.

- Você mal chegou no país e já tem alguém? - Disse Philipe.

- É uma pessoa do passado a qual eu pensei que nunca mais iria ver novamente. - Disse o outro homem.

- Não pense no passado. Aproveite a recepção que eu fiz para você meu amigo. - Disse Philipe, dando um tapinha nas costas do outro.

- Você tem razão. - Disse o homem pensativo.

Enquanto isso, a carruagem que levava Margot e Nina, havia finalmente chegado no casarão. Elas entraram na residência que se encontrava silenciosa aquela noite já que as outras mulheres estavam na festa do duque. Nina ajudou Margot a subir as escadas rumo aos aposentos da cortesã. A mulher entrou no local praticamente se jogando sobre o sofá. Margot só queria esquecer o que havia acontecido naquela noite. Se pudesse ela pediria para que Nina a acertá-se na cabeça com um vaso para que ela só acordasse no dia seguinte. Margot então olhou para a mais nova que a observava apreensiva.

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