Miguel havia pedido ajuda, e chamado a polícia. No hospital todos haviam sido interrogados durante longas horas. Nina contou sobre os crimes os quais o seu pai havia cometido. A jovem falou sobre a navalha, e o lenço com sangue que o homem guardava em uma caixa de madeira na cômoda em seu quarto, no par de luvas as quais ele havia jogado no poço logo após matar Cortez, no diário da sua mãe, e tudo mais que o incriminasse. Enquanto isso, Miguel confirmou que havia sido ele quem havia atirado em seu pai. O jovem então alegou legítima defesa, e que o Sr. Castillo havia tentado matar os seus próprios filhos a sangue frio.
Logo após todo o interrogatório os irmãos puderam descansar um pouco. Miguel tinha a sua cabeça enfaixada enquanto repousava em uma das camas do hospital. Dora havia ído até o local junto com o seu pai. O homem havia decidido que iria contar tudo o que sabia sobre o seu irmão para a polícia. Enquanto isso, Dora se encontrava no leito de Miguel fazendo companhia para o primo. O rapaz estava muito cansado após o embate que havia tido com o seu pai, e sentia uma dor de cabeça terrível.
- Está se sentindo melhor? - Perguntou a jovem.
- Eu sinto como se tivesse sido atropelado por uma carruagem, mas irei sobreviver. - Disse Miguel.
- E em relação ao seu pai, como se senti? - Perguntou Dora.
Miguel fez uma pausa olhando para o teto.
- Me sinto aliviado, e ao mesmo tempo pesado. - Disse o rapaz.
- Você fez o que tinha que ser feito, tente não se culpar. - Disse Dora, segurando as mãos do primo.
- Mesmo tendo consciência disso ainda é um pouco difícil. - Disse Miguel.
- A sua mãe já sabe? - Perguntou Dora.
- Ela ainda está fora da cidade então ainda não sabe. - Disse Miguel.
- Entendo. - Disse Dora, suspirando.
- Você já falou com a Nina? - Perguntou Miguel.
- Sim. Ela está no quarto da Margot, esperando que ela acorde. - Disse Dora.
- Eu acho que a viagem terá que ser adiada por alguns dias. - Disse Miguel.
- Tente não se preocupar com isso agora, logo elas irão poder viajar. O importante é que todos estão bem. - Disse Dora.
- Você se importaria em deixar a Nina ficar na sua casa? Eu não quero que ela volte para a mansão. O local só irá trazer lembranças ruins para ela, e eu não quero isso. - Disse o rapaz.
- Mas é claro que ela pode ficar. - Disse Dora.
- Muito obrigado. - Disse Miguel.
Enquanto isso, perto dalí. Nina se encontrava ao lado da cama aonde estava Margot. A jovem observava a morena que repousava enquanto se recuperava de tudo o que havia acontecido na mansão. A mais nova tinha um curativo no nariz, e uma tala em seu polegar. Nina segurava uma das mãos de Margot, quando olhou para o lado avistando dois olhos verdes que a observava.
- Finalmente você acordou! - Disse a mais nova.
Margot fitou a garota por mais alguns minutos sorrindo logo em seguida. A morena então riu, ao avistar o curativo no nariz da outra.
- O que houve? - Perguntou ela.
- Eu levei um soco. - Disse Nina, fazendo um biquinho.
Margot riu mais uma vez tocando as pontas dos seus dedos no nariz da mais nova. Logo o sorriso da morena sumiu dando lugar a uma expressão preocupada.
- Eu não lembro do que aconteceu depois que eu desmaiei? Todos estão bem? - Perguntou a jovem.
- Não se preocupe, o meu pai está... morto. - Disse Nina, tranquilizando a morena.
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O Jardim Das Camélias
RomanceNina já não estava mais suportando a vida a qual levava. Apesar de pertencer há uma das famílias mais ricas da Espanha, a jovem sofria todos os dias com as torturas físicas, e psicológicas, feitas pelo seu pai, um homem frio, e cruel. A garota estav...