A Febre

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Philipe havia acompanhado Margot até o casarão, se despedindo após deixá-la no local. Estava tarde e todos no salão estavam tão bêbados, que nem notaram quando a cortesã subiu em direção aos seus aposentos. A morena entrou no quarto se sentando a beira da cama. A mulher olhava em direção a janela parecendo não estar alí. Os pensamentos e o coração da jovem estavam concentrados apenas em Nina. Margot se sentia muito culpada por tudo o que havia acontecido com a mais nova. Ela imaginou que se talvez não tivesse rejeitado a garota após ela ter se declarado provavelmente a jovem a teria procurado para pedir ajuda, após tudo o que aconteceu no jantar. A única coisa que a cortesã queria agora, era que a outra ficasse bem.

Enquanto isso, longe dalí. Miguel havia levado Nina para o quarto. Mercedes então deu um banho quente na garota com a ajuda de Dora. Após isso elas vestiram a mais nova a colocando sobre a cama.

Nina ainda não havia acordado completamente. Era como se ela estivesse em um estado catatônico, após as fortes emoções as quais havia passado mais cedo no jantar. O corpo da mais nova se encontrava rígido e ela tremia sem parar como se estivesse com muito frio. Os seus lábios e rosto, estavam pálidos enquanto ela ardia em febre.

- Ela está muito quente. - Disse Dora, tocando na testa da prima.

- Eu irei fazer um chá para ver se a febre passa. - Disse Mercedes, se retirando do local.

- Você acha que ela irá ficar bem? - Perguntou Miguel, preocupado com a irmã.

- Eu não sei. Talvez a febre seja por causa do sereno, mas também pode ser que seja algo emocional. - Disse Dora.

Miguel se sentou a beira da cama tocando no rosto da mais nova que ardia. A garota não parava de tremer tendo espasmos que se assemelhavam a convulsões.

- Dora por favor, vá até o guarda-roupas e pegue algumas toalhas. Depois traga uma bacia com água. Eu irei tentar baixar essa febre. - Disse o rapaz.

- Está bem. - Disse a outra.

Dora então fez o que o seu primo havia pedido. O rapaz dobrou as mangas da sua camisa pegando uma das toalhas a molhando na bacia com água. Em seguida ele a dobrou a colocando sobre a testa da mais nova. Logo Mercedes retornou trazendo com ela um chá. Ela, Miguel e Dora passaram a noite inteira cuidando de Nina. Assim que amanheceu todos viram que o tratamento não resultou em uma melhora e a mais nova ainda continuava com os mesmos sintomas.

- Eu irei chamar um médico, ela não pode continuar assim. - Disse Miguel, nervoso.

- Não demore. - Disse Dora.

- Não irei. - Disse o rapaz.

Miguel então saiu do quarto descendo as escadas as pressas. O jovem então se deparou com o seu pai sentado no sofá da sala lendo o jornal.

- Aonde você está indo? - Perguntou o homem fitando o rapaz.

- Eu estou indo buscar um médico. - Disse Miguel, ríspido.

- Para quem? - Perguntou o pai do jovem.

- Para a Nina, a quem está ardendo em febre por sua causa. - Disse Miguel.

- Você não vai buscar médico nem. - Disse o homem.

- O que?! Você só pode estar brincando. - Disse Miguel.

- Eu não irei gastar o meu dinheiro com a sua irmã. - Disse o homem.

- Eu irei e não será você que vai me impedir. - Disse Miguel, irritado.

- Se você fizer isso quem irá pagar será a sua irmã. - Disse o homem.

- Você está ameaçando a Nina?! - Disse Miguel.

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