Margot estava agora em alerta. A cortesã não poderia baixar a guarda pois Cortez estava a espreita. Qualquer passo em falso e a mulher correria o risco de enfrentar a fúria do homem e aquilo era a última coisa que ela queria.
Naquela noite Margot foi para o salão exibir a sua beleza estonteante para os clientes do local. Com a ajuda da bebida ela mantinha uma personagem sedutora e risonha. O seu alvo ainda era o duque o qual não era muito difícil de seduzir. Qualquer homem naquele momento era melhor do que ter que se deitar com William, que estava indo para o casarão praticamente todas as noites esperando apenas por uma oportunidade para ficar com a cortesã.
Após algumas taças de champanhe Margot e Philipe, subiram as escadas rumo aos aposentos da cortesã. A mulher não estava com muita vontade para fingir prezer aquela noite. O duque a tocava enquanto ela não demonstrava nem uma reação.
- Por que você está demorando tanto? - Disse Margot, parecendo entediada.
- Está com pressa? - Disse Philipe, sorrindo ao beijar os lábios da cortesã.
Margot suspirou, ignorando o homem. Enquanto isso, Philipe dava o seu melhor notando que a mulher parecia estar com os seus pensamentos longe. O duque então colocou mais força em seus movimentos, mas no final apenas ele chegou ao ápice. Cansado o homem se deitou sobre a cortesã enquanto respirava ofegante.
- Finalmente. - Disse Margot.
- Mulher, como pode ser tão fria? - Disse o nobre.
Margot riu, afagando os cabelos dourados do duque.
- Está parecendo um jovem rapaz reclamando desse jeito. - Disse a cortesã.
Philipe suspirou, olhando para a mulher.
- Em quem estava pensando enquanto estávamos fazendo amor? - Perguntou o nobre.
- Ciúmes? - Disse Margot, rindo.
- Não. Eu queria apenas saber quem era o sortudo que povoa os seus pensamentos. - Disse Philipe.
Margot suspirou, pois não podia revelar que na verdade não era um homem quem povoava a sua mente.
- É o William? - Perguntou Philipe.
- Assim você me ofende. - Disse Margot.
- Então quem é? - Perguntou o homem.
- É complicado. - Disse Margot.
- Está apaixonada? - Perguntou Philipe.
- Se eu dissesse que "sim" estaria louca, mas se eu respondesse "não" eu estaria mentindo. - Disse Margot.
- Então está presa em um dilema? - Disse o nobre.
- Sim, em um tão difícil de resolver que me assusta. - Disse Margot.
- Hum, agora você me deixou mais curioso do que já estava. - Disse Philipe.
O homem então esticou uma das suas mãos pegando os cigarros e o isqueiro que estavam em cima da cômoda. O duque acendeu um para ele oferecendo outro para a cortesã que aceitou.
- Posso fazer uma pergunta? - Pediu Margot.
- Claro. - Disse Philipe, dando uma tragada em seu cigarro.
- Gosta mesmo da Nina? - Perguntou Margot.
- Sim. Eu já disse isso a você. - Disse o homem.
- Você cuidaria bem dela, não é? - Perguntou Margot.
- Sim. Da melhor forma possível. - Disse o nobre.
- Talvez tirá-lá daqui seja uma boa idéia. - Disse Margot.
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O Jardim Das Camélias
RomanceNina já não estava mais suportando a vida a qual levava. Apesar de pertencer há uma das famílias mais ricas da Espanha, a jovem sofria todos os dias com as torturas físicas, e psicológicas, feitas pelo seu pai, um homem frio, e cruel. A garota estav...