30 - BEIJOOOO

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ARTHUR

Eu sabia que a mãe da Carla era uma tremenda filha da puta, mas não sabia que era tanto assim. Me doeu saber que ela foi a responsável pela Ca perder o nosso filho. Agora eu to aqui, nervoso com ela na minha casa. Minhas duas meninas, minhas princesas. Trato logo de ir levar o leite da Antonella pra colocar o mini ser na cama quando eu escuto minha mini princesa pedir ela própria para a Carla ser sua mãe. Fiquei sem reação, por fim, esperei para saber a resposta da Carla.

CARLA

MEU DEUS, cada dia que passa, essa criança ganha mais e mais o meu coração. E como a Pocah mesmo falou, ela pode não ser filha de sangue do Arthú, mas é dramática igualzinha a ele kkkk. É o puro drama num corpinho minusculo de 2 anos. Confesso, fui pega de surpresa com esse pedido que meu coração chegou até a acelerar e a errar as batidas. Me perco em meus próprios pensamentos e quando volto a realidade a Tomtom está sentadinha em minha frente com uma carinha de choro e os olhinhos mais brilhantes transbordavam lágrimas.

Tomtom: já tedi tia Caia, vuche num tle she mamae eu (já entendi tia Carla, você não quer ser mamae eu) - derramando as lágrimas que estava segurando -

C: ei pequena, a tia só ficou surpresa com o seu pedido que esqueci de te responder - a pucha para seu colo a abraçando -

Tomtom: itão vuche acheita? (então você aceita?) - olha mais uma vez para Carla -

C: vai ser uma honra ser sua mamãe, então eu aceito sim seu pedido - da um sorriso pra pequena que abre um sorrisão para Carla -

Tomtom: de veldade veldadeia? (de verdade verdadeira?)

C: sim. 

Tomtom: loje é o dia masi feiz da minha vita todinha (hoje é o dia mais feliz da minha vida todinha) - pula pro colo de Carla que a segura firmemente -

C: cuidado o sapequinha - faz cosquinha nela que ri -

Tomtom: nosi temu ti tonta po papai dandao e nindinho (nós temos que contar para o papai grandão e lindinho)

A: contar o que? - escolhe esse momento para entrar no quarto depois de ter a certeza de que era seguro kkkkk -

Tomtom: leu peudi pa tia Caia she a mamae de eu (eu pedi pra tia Carla ser a minha mamae)

A: você pediu mesmo amor? - olha atento para a filha, mesmo que já soubesse do pedido queria escutar sua empolgação ao falar tudo embolado e seus pequenos olhinhos brilharem muito -

Tomtom: tim (sim)

A: e o que a tia Carla disse pra você? - se senta na cama e pucha a pequena pro colo e a ajeita para lhe dar a mamadeira -

Tomtom: eia acheito (ela aceitou)

A: que bom meu amor. - a abraça forte e emocionado -



Arthur sabia que sua pequena havia feito o pedido pois seu coraçãozinho estava pedindo e ele já havia conversado com ela que essas coisas não se pode pedir da boca para fora, somente quando o sentimento fosse verdadeiro e ela sentisse seu coraçãozinho bater fortão lhe anunciando que era o momento de fazer o pedido tão único e especial para a pessoa certa. Por esse mesmo motivo que Arthur nunca lhe apresentava a seus 'casinhos', pois sabia e tinha medo que sua neném se apegasse a uma figura materna que logo iria sumir e seu pobre coraçãozinho ficaria aos pedaços e ele não aguentaria ver seu neném sofrendo.

Carla ficou assistindo os dois na bolha deles, pai e filha eram perfeitos juntos e ela estava toda besta vendo de pertinho essa relação deles que por um momento esqueceu de seus problemas.

Tomtom: papai nindinho. (papai lindinho)

A: oi amor.

Tomtom: a mamãe nindinha poude i ote no macalanã cu nosi? (a mamãe lindinha pode ir ontem no Maracanã com nós)

A: é Maracanã amor. - rindo -

Tomtom: Macalanã 

C: - rindo -

A: Maracanã filha - rindo bastante -

Tomtom: Macalanã - tentando falar certinho e arranca muitas risadas de Carla e Arthur -

C: tadinha Arthú - rindo -

A: tudo bem, eu desisto. Depois você consegue falar certinho. E nós vamos amanhã filha.

Tomtom: ito, leu falo elado (isso, eu falei errado)

A: convida ela princesa.

Tomtom: mamae nindinha... (mamãe lindinha)

C: oi...

Tomtom: vuche que i cu leu e o papai nu Macalanã manhã? (você quer ir comigo e o papai no Maracanã amanhã?)

C: será?

Tomtom: favoi (favor)

C: eu vou pensar okay. Ai, amanhã eu te conto se vou aceitar ou não.

Tomtom: otei (okay)





Depois desse pequeno momento, Arthur consegue fazer a filha dormir a coloca em seu bercinho, logo os dois adultos saem do quartinho da pequena e se sentam na varanda com uma garrafa de vinho e alguns petiscos e ficam relembrando o passado não tão distante....





C: se a minha mãe não tivesse interferido, nosso filho estaria com quase 2 anos... - deixa escapar algumas lágrimas -

A: esqueci isso linda, ficar revivendo o passado só servirá para nos machucar mais ainda...

C: pode passar quanto tempo for, mas eu ainda vou te amar...

A: Carla.... - seu coração acelera -

C: é a mais pura verdade. Hoje, depois de tudo o que eu descobri, eu finalmente entendi que só estava usando o Enzo pra esconder meus verdadeiros sentimentos.

A: eu continuo te amando como ontem, semana passada, mês passado, ano passado e no outro ano. Meu amor por você nunca morreu, só estava aqui escondido porque eu não queria mais sofrer.

C: lindo....



Arthur puxa Carla para seu colo e antes que ambos desistissem, ele a beija. O beijo era calmo, ambos queriam curtir o momento, queriam esquecer do mundo e ficar ali naquela bolha que sempre foi deles. Queriam recuperar todo o tempo perdido dos últimos dois anos. E foi ali, naquela noite, na quela varanda, que eles viraram a noite bebendo vinho, trocando juras de amor, fazendo carinhos e fortalecendo a relação que estava perdida mas que AMBOS queriam recuperar seu porto seguro o quanto antes.

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