Capítulo 5 - Um amor assim nunca se esquece!

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Desci para arrumar um suporte na cabine e Diana ficou no cockpit, agora lixando a base onde prenderíamos a capotaria. Nisso, ouvi Laura chama-la, mas muito ocupada, não atendeu seu pedido. A jovem foi até a popa do barco para mostrar lhe algo no mar. Então, olhei pela vigia lateral e observei o Monara já em velas.

Então ouvi:

— Mãe, aquela é a mulher que estava falando com o papai!

Novamente olhei pela gaiuta e, para minha sorte, apenas Eloísa estava na popa, segurando a cana de leme do Skipper 21. Estranho, não vi Andrea no exterior do barco. Saberia mais tarde a razão disso... Diana, no entanto, ficou irritada com Laura, afinal, viu somente a ruiva, dona do veleiro.

A relação das duas, que ficou abalada um tempo pela "suspeita" de Electra, foi restaurada com força na pandemia e no namoro com Fábio. Ainda assim, pisavam em gelo fino... No resto do dia, não me preocupei com Andrea e consegui adiantar a capotaria do veleiro, de modo a suportar os dias de sol quente.

No fim da tarde, como sempre, nuvens altas escureceram o céu e o tempo fechou para mim com o retorno do Monara. Ao se aproximar do píer, fiquei apreensivo, pois, já era nítida a presença das duas sobre o barco.

— Di, meu amor, pode vir me ajudar?

Entrei na cabine e a chamei, contudo, Laura, na proa do Engelfreund, já divisara o Monara, mas não soara o alarme antecipadamente. Permaneceu quieta, enquanto meu destino se aproximava. Minha esposa desceu e tive que inventar algo para fazermos dentro do Brasília 23.

Passados alguns minutos tensos, em que segurei Diana ao máximo no barco, vi Laura sair do veleiro. Meu pensamento era: "ela intimará Dea e Elô". Só tive certeza disso ao ouvi-la nos chamar do lado de fora, minutos depois.

Já era pouco mais de 17 horas e com o tempo já nublado, quando Diana saiu no cockpit. Saí logo atrás e me deparei com as duas, ou melhor, três. Ao lado de Eloísa e Andrea, uma "ardilosa" Laura nos pegou desprevenidos.

— Mãe! Pai! Queria que vocês conhecessem a Andrea...

O azul profundo nos olhos de Diana mudou de tom e fuzilou-me instantaneamente. Forçando um sorriso, enquanto eu mirava em Andrea, um pouco apreensiva com a cena, a morena disse:

— Andrea? Nossa! Não acredito que seja você.

Ainda em silêncio, a ruiva produziu um sorriso amarelo e Eloísa, sem saber do nosso passado, empolgou-se.

— Então amigos, essa é minha mãe — disse a jovem.

— Então é por isso que notei algo familiar em você, Elô — comentou Diana.

— Vocês já se conhecem? — devolveu a dona do Monara.

— Sim, de muito tempo, não é "Dea"? — indagou Diana.

— Sim, Diana... Mas, que ótimo ver vocês juntos — respondeu Andrea.

Mirando na ruiva-mãe, a morena soltou:

— Mas você já viu meu marido hoje né?

Constrangida, Andrea confirmou.

— Sim, o vi com sua filha Laura. Por um tempo, julguei que fosse você.

Olhando para a filha, comentou:

— É, nós somos muito parecidas...

Meu silêncio foi quebrado pela questão de Diana:

— "Gui", não dirá nada?

— Tudo bem com vocês?

Andrea ia dizer algo, mas Eloísa se antecipou.

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