Capítulo 8 - Tempestade e calmaria

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"A tempestade é agradável, mas a calmaria é perigosa". Essa frase não saí de minha cabeça ao relembrar meu ato sexual desenfreado com Andrea. Não sabia que em minha idade, eu deixaria me levar pela animalidade de meu instinto, um tanto adormecido pelo carinho e o amor que Diana sempre teve por mim.

De fato não parecia eu, mas como alguém que estava adormecido, de repente despertei como um adolescente, pronto para fazer de tudo por simples prazer.

Era assim que me sentia após o banho, mas Andrea agia como se tudo fosse normal para ela. Deu-me um roupão, enquanto seu sorriso não se desprendia do rosto. Então, puxou-me pela mão até a sala de jantar, bem grande.

No teto, sobre a mesa, havia uma moldura que imitava uma claraboia enorme e a luz lembrava a de um tempo nublado. A iluminação me prendeu por um tempo, enquanto ela trazia da cozinha as tigelas com a comida.

Era um estrogonofe de frango, com cogumelos e cubos de queijo coalho. Achei a mistura interessante, assim como o arroz branco com ervas e pimenta biquinho em rodelas minúsculas. A entrada era uma salada de aipo com maçã. Já a sobremesa era banana dourada com creme de gengibre.

Para completar, água e vinho Chardonnay.

— Espero que goste.

— Depois de tudo, precisarei. Estou faminto!

— Você nem imagina...

— O quê?

— O quanto estou também!

Mais uma vez eu ignorava os detalhes. Devia ficar mais atento, mas naquele momento o céu para mim ainda estava bem carregado e estava gostando disso. Assim, comemos, mas minha curiosidade para com ela era enorme. Queria saber mais daquela mulher, tão diferente da garota que conheci.

— Estou admirado com seu corpo, sabia?

— Gostou?

— Sim. Bem malhado né?

— Não perco tempo envelhecendo Gui, eu me trato. Minhas filhas não ligam muito para isso porque são jovens, mas não posso perdeu o ritmo.

— Você sempre curtiu academia?

— Na época do Afonso, fui poucas vezes, mas depois que ele morreu, não quis virar um bucho, sabe? Meti silicone, fiz lipo, muitos exercícios, bronzeei a pele e reduzi minhas sardas...

— Suas sardas eram tão lindas...

Andrea não comentou, apenas me fitou por um instante e soltou:

— Talvez esse tempo todo me cuidando, fosse para ter você de volta.

O mastigar da refeição em minha boca reduziu o ritmo quando a mensagem chegou aos meus ouvidos. As águas estavam ficando menos revoltas com a passagem do "furacão Dea" e isso não era bom. Ignorei o sinal com outro assunto.

— Você namorou depois do Afonso?

Andrea percebeu minha manobra, pois, me questionou com o olhar. Pensei que não responderia, mas cedeu.

— Não. Arrumei apenas uns casinhos com garotos do aplicativo de encontros.

— Você diz...

— Isso mesmo. Marco com algum garotão bonito. Saio, transo e fica nisso. Nada de sentimento, nem algo sério. Não quero nada disso. Só aproveitar o sexo.

— Entendi.

— Não Gui, não entendeu.

— Como?

MonaraOnde histórias criam vida. Descubra agora