Capítulo 25

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Não sei dizer se estou de fato visualizando o contorno de seu rosto, ou se é só uma esperança em vê-lo.
Em um momento de irritação com meu próprio suor, concordamos que seria melhor que eu tirasse a camisa, o que resulta agora na pele de seu rosto quente sobre a pele do meu peito quente. Eu sentindo diretamente o calor de seu corpo, mas longe das circunstâncias que eu gostaria. Estamos perdidos no fogo que acendemos. E as cinzas da pessoa que eu ando me atraindo com tanto fervor, estão espalhadas pelo meu corpo.
E eu só posso me preocupar com quem ela será quando amanhecer. Porque depois de crises como essa, nunca voltamos a ser os mesmos.

Ela não estava nas melhores condições para falar muito, mas o pouco que consegui arrancar me dava uma boa noção do que estava acontecendo. Gosto das nossas coisas em comum, mas com certeza ter um dos pais mortos não está entre elas.
Estive pensando no que dizer a ela desde que cheguei.
Mas tive a impressão de que nada do que eu dissesse resolveria. Então o que eu disse foi:

– Estou aqui, Megan.

E ela parou de soluçar desde então.
E tive um vislumbre de esperança de esquentar aquelas mãos de novo, assim como fiz tantas vezes.

* * *

Quando abro os olhos, percebo que acordar ao seu lado está virando um hábito quase inegável.
Sua respiração é suave, e a sinto levemente soprar no meu rosto. Me seguro para não beijá-la, mas não para tocar seu rosto, que está úmido por ter chorado tanto. Os cabelos um pouco para baixo dos ombros estão desgrenhados, exalando um cheiro floral de xampu que jamais poderia descrever.

E então seus olhos abrem.

Meu corpo vibra pelo susto sem que eu mostre totalmente isso.
Ela abre um sorriso quase imperceptível, me deixando na dúvida se era algo parecido com gratidão ou timidez.

– Acabei de ter um déjà vu.

Sorrio também.
E deixo de me segurar.

Ela retribui o beijo da maneira que pode, alcançando seus níveis de dignidade gradativamente.
Quando minhas mãos passearam por suas coxas, sua respiração pesou, e eu só consegui pensar em uma coisa.
Ela estava ciente do quê.
E embora eu soubesse melhor do que ela que um orgasmo resolvia grande parte dos problemas, foi ela que determinou que eu não parasse quando minha mão chegou no meio de suas pernas.

Beijo um pouco abaixo do lóbulo, perto da nuca. Um arrepio percorre seu corpo quente enquanto eu me fascino com a umidade que meus dedos estão em contato.

Tiro a parte de baixo de seu pijama velho, que não ouso chamar de short por parecer mais com uma calcinha, de tão curto, ao mesmo tempo que olho para ela.
Me olhava diferente.
Longe de parecer aquela criatura inofensiva de minutos atrás.

Suas pernas abrem sem hesitação quando jogo sua roupa para o lado, me sentindo duro o suficiente para ter que ficar me lembrando do meu único propósito nesse momento; ela.
Volto para sua boca, num ato de lhe passar que confiasse em mim para ser sua fonte de prazer, ora chupando seu pescoço com tanto desejo a ponto de marcá-lo.
Desci um pouco mais, tentando absorver cada parte daquele corpo, o tratando como ele merecia: com contemplação.

Ela arfou tão pesado quando cheguei em seus peitos que aquilo mais parecia um gemido.
Meu corpo acendeu, e eu não conseguia pensar em mais nada além de satisfazê-la.
Fiz questão de os consumir, de parecer desperado assim como eu realmente estava. Porque eu sabia que assim que eu parasse, a obrigando a se contentar apenas com a ponta da língua deslizando no caminho longo até sua pélvis, ela enlouqueceria embaixo de mim, com suas costas arqueando mesmo que involuntariamente.

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