Talvez exista maneiras mais românticas de se acordar alguém, principalmente se você passou a noite com essa pessoa – dormindo, é claro –, mas até nisso Benjamin consegue ser... bom, talvez seria melhor dizer único, mas acho que irritante também serve.
Ele me sacudiu de um sono profundo, e embora tenha feito isso porque queria me dar um presente, me perguntei se isso não poderia esperar.
– Um biquíni? – perguntei, mais para mim do que a ele, enquanto me desfazia do embrulho.
– Parece que sim. – riu, me olhando, imóvel, sentado na cama.
– Para quê?
– Bom, a Anna disse que queria fazer alguma coisa hoje, na piscina, para aproveitar o dia. – encarou o meu presente, umedecendo os lábios. – Comprei para você, aproveitando o fato de estar louco para te ver nele.
Eu sorri, as bochechas esquentaram.
– É mesmo? Vem sonhando com isso e tudo mais?
– Com direito a alucinações e ataques epiléticos.
Puxei ele para perto, ainda sorrindo, enroscando minhas pernas em seu corpo. Suas mãos foram ágeis para tocar minha pele, depositando carícias.
Aproveitei para enroscar os dedos em seu pescoço, com o polegar roçando seus lábios úmidos e macios. Eu me sentia íntima a ponto de não me incomodar com o fato de ele me estudar tão bem, e saber o que eu quero. Por isso me beijou, e embora tenhamos feito isso com uma frequência adorável, ainda é bom sentir a sensação de sua língua intensamente contra a minha, com suas mãos passeando pelo meu corpo, de alguma forma o tornando mais bonito por isso.– Ben? – ouço a voz de Anna, atrás de nós, que estava com a cabeça enfiada no cômodo, como se espiasse algo. – Ah... Megan? Ah, bom, hã... Megan... acho melhor eu voltar outra hora, não é? Desculpa. Deveria ter batido.
– É, deveria mesmo. E com certeza deveria voltar outra hora. – Benjamin dispara, e olha para mim, percebendo o que disse, mas sem uma gota de arrependimento em sua expressão. – Mas diga, o que foi?
– Bom – adentrou o corpo todo ao quarto, revelando um maiô rosa gritante –, Eu queria a opinião de vocês. Está bonito?
– Ah, Anna – Benjamin disparou, antes de mim – Estou tentando ser uma pessoa melhor, não me faça mentir.
Quase rio, embora a peça tenha lhe caído muito bem.
***
– Ele não tira os olhos de você. – Tyler diz, rindo. Parecia mais animado, mais leve. Encarei de volta o olhar que vinha do pufe, perto da piscina, tomando do líquido escuro direto da garrafa.
O biquíni preto fez um contraste incrível com o meu corpo, embora eu tenha o coberto numa espécie de provocação a Benjamin, e por mais que pareça meio egocêntrico, enxergava uma razão válida para ele não tirar os olhos de mim.
E me senti muito bem com isso.
Tyler se senta na espreguiçadeira ao meu lado, enquanto me entrega um drinque azul, que não faço ideia do que seja, mas aceito mesmo assim. – É estranho. Nunca achei que ele fizesse seu tipo.– Não faz. – eu sorrio. – Na verdade, ele está me mantendo em cativeiro e me fazendo dar para ele.
Tyler arqueia as sobrancelhas.
– Meu Deus. Vocês nem namoram e já absorveu o sarcasmo irritante dele.
Rimos, um pouco alto demais.
Observo Kathy conversando com Anna, na beira na piscina. Elas estão rindo e parecem tão a vontade... tão despreocupadas em se prender, ou no que vão pensar.
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O Preço do Alvorecer
Teen FictionEssa história se inicia quando a vida de alguém termina. Com tantos acontecimentos trágicos, Megan se depara com mudanças dentro de si e em sua vida. Ela começa a lutar constantemente contra o seu transtorno de ansiedade, o mesmo no qual nunca a de...