Bom, eu tinha que voltar para a empresa, então, assim que saímos da escola de mãos dadas a avisei:-Vou levar você para casa e vai ficar com a mama. Quando eu voltar vamos ter uma conversa sobre o que aconteceu.
Ela paralisou onde estava.
-Não, mamãe! - choramingou - a mama vai ficar brava e me deixar de castigo.
Franzi o cenho para ela.
-Desde quando você fica de castigo, garota? Está maluca?
-Vocês disseram que as crianças ficam de castigo quando fazem o que não devem mesmo sabendo que não devem fazer e eu fiz - justificou.
Suspirei e a instiguei a voltar a andar.
-Você fez por uma razão, não porque é desobediente. Vamos conversar sobre isso mais tarde.
-Mas eu não quero que a mama saiba - insistiu - ela vai ficar triste comigo.
-Não vai não - a tranquilizei - aliás, foi você quem disse para ligar para mim? Você sabe que sua mãe ainda está em casa uma hora dessas.
-Eu achei que podia te convencer a não falar com a mama - a espertinha confessou - não quero a mama triste.
-Ué... e eu posso ficar triste? - perguntei.
-Está triste comigo? - ela perguntou, me olhando.
Tive que segura-la quando tropeçou e quase caiu por me olhar.
-Não. E a mama também não vai ficar triste contigo - garanti.
-Mas a mama chora o tempo todo! Eu não quero ela chorando de novo...
-Mas ela vai chorar - a avisei - não por estar triste com você, mas porque ela está sensível e porque é muito triste que aquelas crianças estejam mexendo com você.
-Ah, puxa... - suspirou, fazendo bico.
Nos aproximamos de casa e ela parou novamente.
-Não pode me levar com você? - perguntou, abrindo seu melhor sorriso banguela.
Eu ri.
-Você fica uma graça sem esse dente - comentei e ela fechou a cara.
-Por favor, mamãe - pediu - eu nunca fui no seu trabalho.
Um arrepio me subiu a coluna.
-Nem vai - a cortei - é perigoso para crianças. Vamos. Olha lá, é a mama chegando da ioga. Ela deve estar bem tranquila.
A instiguei que andasse novamente em direção a Carina, que destrancava a porta. Ela caminhou com um longo bico na boca.
Carina entrou na casa e minutos depois entramos também.
-Amor! - chamei e ela apareceu vindo do quarto com uma expressão confusa.
-Hey... o que as duas estão fazendo aqui? - perguntou.
Me virei para o pinguinho de gente desdentado.
-Vá guardar suas coisas no quarto - mandei.
-Está bem... - murmurou, desanimada.
Esperei que se afastasse para chamar Carina para perto.
-Me ligaram da escola - expliquei em voz baixa quando se aproximou - ela estava correndo e subiu em uma mesa, pulou e caiu junto com o dente dela. O importante é como isso aconteceu: estava fugindo de umas crianças que mexeram com ela.
Carina arregalou os olhos e levou as mãos a boca.
-Como assim, Maya? Tipo, ela tem seis anos! Nessa idade só sabem chamar uns aos outros de boboca e comer terra.

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With All My Soul
FanfictionTERCEIRA TEMPORADA DE WITH ALL MY LOVE Até agora minha vida parecia estar na mais perfeita ordem, mas com uma conversa com minha esposa, tudo poderia vir a mudar e minha vida se tornaria uma loucura novamente.