With All My Soul

Capitulo 39

Carina e eu reversávamos. Um dia eu lia para nossa pestinha mais velha dormir e ela para o mais novo, apesar dele não entender nada e talvez sequer prestar atenção por muito tempo, no outro trocávamos.

Os dois tinham paixão pelas histórias. Erguendo as pequenas sobrancelhas com cada frase de efeito lida até o momento em que pegavam no sono.

Aos dois meses, Bear dormia cerca de quatro horas e meia a cinco horas por noite, o que era um alívio para nosso sono, embora sentisse Carina acordar algumas vezes para verificar se o bebê estava respirando.

Confesso que às vezes até eu acordava.

Os sorrisos também eram mais frequentes, assim como os barulhinhos que fazia enquanto agitava os braços e pernas em resposta ao que falávamos e fazíamos.

Ele tinha uma paixão incondicional por Cake. Sempre que a via parecia encantado. Parecia uma via de mão única porque a pestinha se recusava a admitir que gostava do irmão, mas hora ou outra a flagrávamos rindo para ele e contando alguma história de seus ursos de pelúcia ou de Lucas, que também simpatizava muito com nosso caçula.

Os pelinhos ainda não haviam caído, o que eu achava adorável e super engraçado e que a pediatra falou que poderiam levar algum tempo a mais. Seria um dia triste, mas sempre estaria registrado que ele era nosso Teddy Bear.

Até porque fazíamos questão de registrar cada momento dele. Ele tinha sua própria caixinha de lembranças, assim como Cake, e lá estava seu sapatinho vermelho usado para sair da maternidade e seu álbum de fotos, já com algumas imagens.

Também tínhamos vídeos, mas era muito difícil pegar alguma imagem boa do bonitão porque ele ficava bravo diante da câmera. Em todo esse tempo só conseguimos tirar duas fotos dele sorrindo e foi porque o pegamos de surpresa.

Longe das câmeras ele era um garoto feliz. Sorria fácil, principalmente para a irmã e acima de tudo quando ela fazia cara de brava para ele.

Um verdadeiro sem vergonha!

Suspirei, entrando no quarto depois de ter colocado a pestinha mais velha para dormir.

-As histórias repetitivas realmente estão tirando a paciência dela. Vamos ter que encontrar livros novos. Estava pensando em... - me interrompi ao ver Carina em frente ao espelho baixando a blusa sobre o corpo em uma rapidez incrível - amor...

-Bom, está tarde. Vamos dormir? - chamou Carina em um tom nervoso, se afastando em direção da cama.

Neguei com a cabeça.

-Vem cá - chamei e ela apertou o lábio e veio até mim, temerosa.

A guiei de volta para a frente do espelho, tirei minha blusa e quando fui tirar a dela ela retesou.

-Carina...

-Só me deixe...

-Eu...

-Shhh. Levanta os braços ou vou fazer cosquinhas - ela levantou e eu tirei sua blusa, a vendo se encolher diante do espelho com uma expressão infeliz - o que vê?

-Uma mulher muito gostosa e eu - disse, parecendo irritada.

Olhando a anatomia de Carina, ela não tinha quase nada de barriga, apenas um pouco de flacidez, quase nada, e duas ou três linhas de estrias, quase nada.

-Eu levei quatro meses a mais para chegar nesse estágio que seu corpo está agora - contei e peguei meu celular, ligando a lanterna e apontando para minha barriga, deixando mais visível para ela as linhas de estria que ficaram depois da minha gravidez - está vendo?