Capítulo 18

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As coisas estavam acontecendo muito rapidamente. Nessa semana, eu havia tirado folga para que Carina e eu pudéssemos ir juntas procurar nossa nova casa e verificar a pretendida nova escola de nossa pirralhinha.

A primeira escola que visitamos, a Saint Louis, era um colégio católico só para meninas que deixou muito claro que só não recusariam nossa criança porque eram proibidos por lei de fazer qualquer discriminação.

Passamos para a próxima, em um bairro do outro lado do parque, mas algumas quadras mais distante. Era uma escola particular de preço um tanto salgado, mas que pareceu realmente feliz em nos receber e nos convidou para conhecer a escola na celebração de Halloween com nossa filha para lhe dar a oportunidade de opinar quanto a escolha do colégio.

De cara Carina e eu aprovamos. A grade horária da escola era dividida entre disciplinas curriculares comuns pela manhã e educação física e artística durante a tarde com direito a balé, aula de música, futebol infantil e natação, entre outros afazeres bastante atrativos.

Claro, uma das coisas que mais conquistaram Carina foi o cardápio ultra saudável da cantina da escola.

Saindo da escola, andamos pelas quadras próximas a procura de casas, encontrando três em potencial, sendo que uma não tinha a piscina que nossa coisinha havia pedido, então isso a descartava no caso de aparecer uma melhor, a outra tinha uma lareira que Carina não havia gostado temendo pela saúde das crianças e a última tinha uma grande infiltração.

-Maya, espere! - Carina pediu enquanto passávamos por uma rua mais distante para evitar o grande fluxo de carros na via principal.

Sim, eu que dirigia.

Um perigo, eu sei.

-O que há? - perguntei.

-Aquela casa está a venda - apontou e segui seu dedo até uma grande casa perto do final da rua.

-E você quer ir olha-la mesmo sabendo que é longe da escola e da Cookies?

-Não é tão longe, ainda dá para levar Cake para a escola em cinco ou dez minutos de carro e a Cookies fica a duas quadras a frente, você quem perdeu a noção de espaço, amor - apontou - vamos vê-la, sinto que pode ser essa!

Suspirei, porque ela disse o mesmo das duas casas anteriores. Ainda assim, encostei o carro na frente da casa e aguardei enquanto Carina discava o número da corretora.

Ela desceu do carro enquanto falava no telefone, observando melhor a casa que com toda certeza custaria uma fortuna, porque era bem maior que a nossa.

Mas, se ela estava disposta a sacrificar a caminhada até a escola da pirralhinha em troco dessa casa, tinha que valer a pena.

Carina entrou novamente no carro, parecendo animada.

-Ele disse que vai estar aqui em cinco minutos - falou - disse que vamos adorar o quintal dos fundos.

-Todos dizem a mesma coisa, Carina - suspirei - "vejam, vocês vão amar esse banheiro", "olhem só esse pé direito, que maravilhoso!"... eu nem sabia que casas tinha pés!

Carina riu, uma mão pousada sobre a barriga.

-Vamos ver, tudo bem? - falou quando parou de rir - a esperança é a última que morre. Não quero ter que escolher entre as menos piores.

-Carina, essa casa deve custar uma fortuna, é de dois andares!

Ela revirou os olhos.

-Amor, você já viu nosso extrato bancário? - perguntou docemente.

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