Stephanie foi nos buscar no hospital dois dias depois, quando Carina recebeu autorização para ir pra casa. A pestinha número um também veio e foi complicado dosar sua animação enquanto queria pular em cima da gente.Foi o caminho todo soltando risinhos no banco de trás e quando perguntávamos ela dizia que era porque o bebê era muito engraçadinho, o que para mim era um ponto positivo para o relacionamento dos dois. Se ela quisesse fantasiar ele de palhaço, eu deixaria.
Mas ela não gostava de palhaços, então eu não tinha com o que me preocupar.
Stephanie, que entregou o carro para que eu fosse na direção, estava no banco de trás com a pestinha e ria, concordando com a criaturinha.
Como um bebê de três dias poderia ser tão engraçado quando ele só dorme, come e faz cocô eu não sei, mas esperava descobrir para me sentir mais feliz do que cansada.
Carina disse algo sobre esses dias no hospital serem moleza para o que enfrentaríamos e eu gostaria de dizer que ela estava errada, mas os primeiros dias em casa foram realmente assustadores.
Eu gostava de deixar Carina descansar, principalmente porque ela estava meio para baixo e com moleza, além de todas as dores que vinham do pós parto e eu bem sabia, porque digo logo: parir não é fácil e se recuperar também não. Seu humor também estava bem instável, o que associo ser pela situação desordenada de seus hormônios na busca de seu corpo para voltar ao normal.
Apesar de estar constantemente a beira do choro, era só colocar o pequeno Bear em seu colo que Carina abria um sorriso, além de ser animada pelas piadinhas criadas por nossa filha mais velha.
Pela milésima vez naquele dia, Teddy chorou, o que certamente acordaria Carina, que virava a noite observando ele em seu curto sono e só conseguia dormir de dia, quando confiava que eu estaria ali por ela para vigiar se ele ainda estava respirando, o que de fato eu fazia.
-Ai, de novo? - se queixou a praguinha maior, com quem eu brincava no quarto de brinquedos.
-Sim, querida. Eles choram mesmo o tempo todo - disse a ela.
Segundos depois, o choro parou, indicando que Carina havia dado peito a ele.
-Viu, ele só estava com fome - falei a menina, que assentiu.
-Poxa, então ele está sempre com fome. Vai ficar gordinho de tanto comer - comentou, me fazendo rir.
-Vai sim - concordei.
Bocejei, já que não estava dormindo direito com o monte de fraldas pra trocar e o choro constante para mamar. Estava exausta!
Confesso que às vezes me perguntava de onde tiramos a ideia de que seria bom termos outro filho.
Digo, ele era lindo e fofinho e tudo mais. Eu o amava. Mas era estressante e exaustivo e quando você pensa que vai ter alguma recompensa por viver literalmente com a mão na merda e sem dormir, percebe que até seus lindos sorrisinhos são mecânicos. Puro reflexo.
Só em pensar na quantidade de horas de sono perdidas, bocejei novamente, sentindo o corpo doído de sono e cansado.
-Está com sono, mamãe? - perguntou Cake.
-Muito - admiti - mas a gente tem que cuidar do Bear, então quando ele acorda, nós acordamos também. Faz parte.
-Ele é chato - disse a pestinha.
-Igual a você quando tinha a idade dele. Eu não estava com vocês ainda, mas a mama tinha que cuidar de você sozinha o tempo todo.
Ela fez bico.
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With All My Soul
FanfictionTERCEIRA TEMPORADA DE WITH ALL MY LOVE Até agora minha vida parecia estar na mais perfeita ordem, mas com uma conversa com minha esposa, tudo poderia vir a mudar e minha vida se tornaria uma loucura novamente.