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Com três meses, até a pestinha mais velha se acostumou com a presença da criaturinha menor, embora fosse um pouco cruel com ele.
Costumava exibir seus brinquedos e quando ele manifestava interesse fazia questão de dizer que era dela, suspirando impacientemente quando Carina e eu dizíamos que não fizesse isso.
O palavreado não chegou a melhorar, mas eu não podia culpa-la por usar os mesmos adjetivos que eu, apenas ensina-la que quando eu dizia era de forma carinhosa e só assim deveria ser usada essas palavras.
Bear ainda a adorava. Sempre que a pirralha chegava comigo da escola ele abria um sorriso antes mesmo se fazê-lo para mim.
Talvez ela fosse sua pessoa favorita no mundo depois de Carina.
Como sempre, busquei Cake na escola, agora depois de sair do serviço, e ela foi me contando seu dia a caminho de casa.
-Eu vi Rei Leão na escola hoje, na aula de artes - contou - eu acho um filme muito triste.
-Eu também. Não sei por que fazem filmes tão tristes para crianças - comentei com ela.
-Filmes de adultos não são tristes? - perguntou.
Franzi o cenho.
-Bom, alguns são, mas o que quero dizer é que crianças precisam de coisas felizes, não de coisas tristes.
-Mas todo mundo precisa de coisas felizes - contestou.
-Mas crianças precisam mais.
-Por quê?
-Não sei se vocês tem maturidade para entender algumas coisas tristes, como... por que o pai do Simba morreu?
-Ora, para o Simba ficar sozinho e encontrar o Timão e o Pumba.
Era um bom ponto.
Ela enxergava as coisas de um ponto de vista muito técnico.
-Você tem razão - resmunguei, admitindo.
-Mamãe, eu posso ter um leão? - perguntou.
-Você já tem um bichinho - a lembrei.
-Mas o Lucas não é um leão.
-Leões são perigosos, amor. Eles só podem viver na selva, não em uma casa.
-Então por que a gente não mora na selva também? - perguntou.
-Porque a selva é lugar dos animais, não dos humanos. Não é legal tirar os animais da casa deles, nem entrar lá, porque eles não gostam.
-Por quê?
-Porque tem muita gente má e eles não sabem quem é bom ou ruim.
-Ah... - fez.
Chegamos em casa e descemos do carro. Ouvimos assim que chegamos na porta o som de Teddy Bear - a música de Elvis, não nosso filho Theodore - soar pela casa.
Entramos e encontramos Carina cantarolando o refrão para o bebê em seu colo enquanto dançava pela casa e ele balbuciava alguma "a"s e "agu"s, os sons favoritos dele.
-Mama! - a pestinha chamou a atenção e Carina se voltou para nós, ela e o bebê sorrindo para a gente.
-Hey... - disse Carina, desligando o som e abrindo um dos braços para que ela corresse e pudesse ser abraçada, e assim o fez.
-Senti saudades - ela disse, porque ela sempre falava isso, então reclamou - Sai! De você não, Bola de Cocô!
Contive um riso enquanto Carina ralhava:
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With All My Soul
FanfictionTERCEIRA TEMPORADA DE WITH ALL MY LOVE Até agora minha vida parecia estar na mais perfeita ordem, mas com uma conversa com minha esposa, tudo poderia vir a mudar e minha vida se tornaria uma loucura novamente.