Capitulo 40

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Com três meses, até a pestinha mais velha se acostumou com a presença da criaturinha menor, embora fosse um pouco cruel com ele.

Costumava exibir seus brinquedos e quando ele manifestava interesse fazia questão de dizer que era dela, suspirando impacientemente quando Carina e eu dizíamos que não fizesse isso.

O palavreado não chegou a melhorar, mas eu não podia culpa-la por usar os mesmos adjetivos que eu, apenas ensina-la que quando eu dizia era de forma carinhosa e só assim deveria ser usada essas palavras.

Bear ainda a adorava. Sempre que a pirralha chegava comigo da escola ele abria um sorriso antes mesmo se fazê-lo para mim.

Talvez ela fosse sua pessoa favorita no mundo depois de Carina.

Como sempre, busquei Cake na escola, agora depois de sair do serviço, e ela foi me contando seu dia a caminho de casa.

-Eu vi Rei Leão na escola hoje, na aula de artes - contou - eu acho um filme muito triste.

-Eu também. Não sei por que fazem filmes tão tristes para crianças - comentei com ela.

-Filmes de adultos não são tristes? - perguntou.

Franzi o cenho.

-Bom, alguns são, mas o que quero dizer é que crianças precisam de coisas felizes, não de coisas tristes.

-Mas todo mundo precisa de coisas felizes - contestou.

-Mas crianças precisam mais.

-Por quê?

-Não sei se vocês tem maturidade para entender algumas coisas tristes, como... por que o pai do Simba morreu?

-Ora, para o Simba ficar sozinho e encontrar o Timão e o Pumba.

Era um bom ponto.

Ela enxergava as coisas de um ponto de vista muito técnico.

-Você tem razão - resmunguei, admitindo.

-Mamãe, eu posso ter um leão? - perguntou.

-Você já tem um bichinho - a lembrei.

-Mas o Lucas não é um leão.

-Leões são perigosos, amor. Eles só podem viver na selva, não em uma casa.

-Então por que a gente não mora na selva também? - perguntou.

-Porque a selva é lugar dos animais, não dos humanos. Não é legal tirar os animais da casa deles, nem entrar lá, porque eles não gostam.

-Por quê?

-Porque tem muita gente má e eles não sabem quem é bom ou ruim.

-Ah... - fez.

Chegamos em casa e descemos do carro. Ouvimos assim que chegamos na porta o som de Teddy Bear - a música de Elvis, não nosso filho Theodore - soar pela casa.

Entramos e encontramos  Carina cantarolando o refrão para o bebê em seu colo enquanto dançava pela casa e ele balbuciava alguma "a"s e "agu"s, os sons favoritos dele.

-Mama! - a pestinha chamou a atenção e Carina se voltou para nós, ela e o bebê sorrindo para a gente.

-Hey... - disse Carina, desligando o som e abrindo um dos braços para que ela corresse e pudesse ser abraçada, e assim o fez.

-Senti saudades - ela disse, porque ela sempre falava isso, então reclamou - Sai! De você não, Bola de Cocô!

Contive um riso enquanto Carina ralhava:

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