capitulo 42

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Como comemoração de aniversário, Cake decidiu que a melhor coisa seria ir ao parque com seus dois melhores amigos, Leo e Hilary. Assim, preparamos uma cesta recheada de lanches e combinamos com os pais dos dois de encontra-los no parque.

Ela estava eufórica desde que o choro de Bear a despertou e parecia prestes a explodir até o momento de sairmos de casa.

-Maya, Carina, Aqui! - chamou um dos nossos vizinhos quando chegamos ao parque.

Me virei em direção ao som e vi um deles acenando. Ainda não sabia distinguir quem era quem, não me julgue. Caminhamos até ele, eu levando o bebê conforto, e nossa pestinha de agora sete anos correu para abraçar os amigos.

-E aí? - cumprimentei o pai mais próximo de mim e ele me abraçou rapidamente.

Cumprimentei o outro e Carina estendeu nossa toalha para aumentar nossa área.

-D, é seu irmãozinho? - perguntou a menina, afastando a franja dos olhos claros.

-Sim, ele é um chato - disse com um tom entediado - quer ver uma coisa?

-O que? - ela perguntou.

Nossa pequena praguinha envesgou os olhos e pôs a língua para fora na frente de Bear, que começou a rir, levando as outras duas crianças a risada também.

Ela começou a fazer uma série de caretas para o bebê, que respondia rindo e sacudindo os braços e as pernas.

-Ele é tão bonitinho! - suspirou Hilary - tia eu posso pegar ele no colo?

-Eu também quero! Eu posso? Eu posso? - perguntou o menino.

-Ele é pesado, não vale a pena - disse nossa filha em tom enciumado.

-Ninguém vai pegar ele no colo - um dos pais dos gêmeos disse - ele é muito pequeno para vocês pegarem.

-Ah, não... - resmungaram os dois.

-Por que vocês não vão brincar? - sugeriu Carina, apontando para a bola que eu havia acabado de tirar da bolsa.

-Oba! - exclamaram as crianças e joguei a bolas para elas, que pegaram e correram.

Me acomodei com Carina e colocamos o bebê de bruços na toalha.

-Ele é mesmo uma gracinha - disse o de cabelos compridos.

-Qual é o nome? - perguntou o outro.

-Theodore - disse Carina.

-Nome bonito. Ele é muito parecido com você - disse um deles.

-Sim, é um equilíbrio, não vê, amor? - perguntou o outro - a menina é parecida com Maya e o rapazinho com Carina.

-Assim como Leo e Hilary são muito parecidos com os dois. É incrível - comentou Carina.

Eles riram.

-Achamos que sabemos o que aconteceu - o de cabelos compridos falou - foi inserido em nossa barriga de aluguel o meu sêmen e o de Louis, acreditamos que tivemos a sorte de cada um ter fecundado um óvulo, já que eles são bivitelinos.

-Interessante - disse Carina.

Interessante? Eu só esperava que ela não quisesse tipo, sei lá, gestar um óvulo meu e um dela ao mesmo tempo.

Já está bom de bebês, certo?

-Acho que se tivéssemos gêmeos iríamos enlouquecer - murmurei, sacudindo uma bola de aros coloridos na frente de Bear, que tentou pegar e se desequilibrou em sua mini flexão.

-Mas vocês tem dois filhos - comentou o tal Louis.

-Um após o outro - pontuei.

-Maya quase morreu quando nossa obstetra brincou dizendo que seriam gêmeos - contou Carina.

-Ah, eu acho uma coisa maravilhosa - disse Harry - assim passamos por todas as fases de uma vez e eles tem a companhia um do outro. Já passaram por uma fase de quererem ser independentes um do outro há uns quatro anos, acho que foi mais influência de uma coleguinha que ficou próxima de Leo, mas agora voltaram a ser inseparáveis.

-E agora que vão fazer oito anos parece que estamos na parte mais tranquila, antes da adolescência, depois da fase das birras e em uma situação um pouco mais independente de nós - acrescentou Louis.

-Oh, então eles são mais velhos que nossa pestinha - observei - eu achava apenas que eles eram mais altos.

-Não, eles fazem oito anos mês que vem - disse um deles, que eu já não sabia de novo se era o Harry ou o Louis - já adianto que estão convidadas para a festa.

-Louis está exagerando - falou o que deveria ser o Harry então - vai ser apenas um cachorro quente e tarde na piscina com alguns colegas próximos, mas é claro que estão convidadas. Leo e Hilary estão sempre falando da filha de vocês.

-Interessante o filho de vocês se chamar Leo sendo do signo de Leão - observou Carina.

-Ah, isso é coisa do Harry - disse Louis - ele queria colocar Leo e Leona, mas eu não queria deixar nossos filhos virarem automaticamente uma dupla sertaneja e decidi por Hilary, então ficou.

-É, Carina também não deixou eu por o nome do bebê de Teddy Bear, então me solidarizo com você, cara.

Harry e eu batemos as mãos no ar.

-E vocês pretendem ter mais filhos? - perguntou Carina.

-Pretendemos entrar na fila da adoção em breve - contou Harry - queremos uma criança ou adolescente acima dos dez anos, talvez com irmãos. Não nos leve a mal, eles são umas gracinhas, mas chega de bebês.

-Acho que posso entender - falei, olhando o pequeno Bear levar a bola a boca.

Ele andava muito babão e levava qualquer coisa que pegasse a boca. A criaturinha jogou o brinquedo longe e depois tentou pegar novamente. Não o ajudei, afinal não mandei a peste jogar o treco.

Me voltei para os adultos novamente.

-Com quantos meses ele está? - perguntou Louis.

-Quatro - arredondei, porque na verdade ele faria quatro meses só no dia seguinte.

-E já rola? Que gracinha - comentou Harry.

-O que? - Carina e eu nos questionamos e voltamos a olhar o bebê, que de fato não estava na posição que havíamos deixado e sim de barriga para cima, sacudindo os braços e as pernas e resmungando algumas sílabas.

-Oh! - fez Carina- é a primeira vez que ele faz isso.

-Bom, parabéns pelo progresso então? - perguntou Louis, rindo com graça.

-É, acho que sim - murmurei.

Carina pegou o bebê no colo e sorriu para ele.

-Você é um rapazinho muito esperto - disse a ele, que sorriu e tentou agarrar seu rosto.

-E pesado também - acrescentei.

Era difícil segurar ele no colo porque além de gordinho, Bear havia descoberto uma incrível força nas pernas e passava a chutar e fazer pressão como se fosse ficar em pé. O que era meio difícil porque ele mal sustentava a cabeça, imagine todo esse corpo cheio de dobrinhas.

-Mamães, estou com fome - reclamou nossa cria mais velha, se aproximando, como sempre, quando estávamos com Teddy nos braços.

-Venha comer, chame seus amigos - disse Carina.

A pirralha nem deveria estar com fome de verdade, era apenas para que não déssemos toda a atenção para a coisinha número dois.

Ainda assim, ela foi e quando voltou estava acompanhada pelos gêmeos. Os três se sentaram sobre a toalha, pegaram sanduíches e começaram a tagarelar sobre coisas de seu próprio universo infantil.

Quando se cansaram de comer, voltaram a brincar e nós, adultos, retornamos a conversas triviais sobre família, filhos, escola, educação, trabalho e essas chatices. Mais tarde, Louis e Harry ainda nos convidaram para comer pizza, mas tínhamos marcado com Amelia, Andy e Vic de nos encontrarmos no apartamento do casal para comermos bolo e assim fizemos.

Cantamos parabéns, demos presentes a pestinha e quando estava tarde demais e nosso mais novo projeto de ser humano ficou enjoadinho e chato voltamos para casa para terminar a comemoração do melhor jeito que conhecíamos: vendo filmes nós três juntinhas até dormir.

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