Capitulo 38

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Oie, como estão? Já me seguem no twitter? @dani_savre










O que aprendi nesse um mês e meio de vida do pequeno Bear, era que ele era um bebê sério e observador, talvez até um pouco tímido, mas que gostava de conversar, embora não emitisse mais do que ruídos.

Carina disse que era saudável conversar com o bebê, mas eu ainda me sentia estranha em fazer isso e ela não me julgava. Falava muito em espanhol e francês com ele, me deixando, portanto, excluída de um terço das conversas.

Eu não me importava. Era muito lindo ouvi-la falar e o pequeno suja fraldas responder com seus barulhinhos e sorrisinhos que, embora Carina tenha dito serem ainda movimentos involuntários, eram fofos.

Carina estava bem melhor. Apesar de cansada, não vivia mais a beira de lágrimas e estava bem mais ativa que antes, principalmente depois de sua última consulta com a médica, que a liberou para fazer atividades físicas leves antes de investir no pilates, que minha esposa disse ser ótimo para a musculatura.

Nossa família tinha ido embora há três semanas depois de uma última visita para descobrir como estávamos nos virando. Foi coisa rápida, minha família em um dia e a de Carina no outro. Minha sogra chegou a comentar como era engraçado que Teddy tivesse nascido com os pelinhos já que normalmente acontecia com prematuros, mas após perceber ter me assustado com a possibilidade de nosso filho ter algum problema, deixou claro que não deixava de ser normal.

Stephanie chegou a comentar que era sorte da criança não termos colocado o nome dele de Macaquinho ou Muffin. Eu não entendia por que estavam tão convictos que o nome da coisinha número dois seria Muffin, mas deixei passar, afinal o miudinho tinha o nome perfeito.

Falando em coisinha, a número um foi quem mais ficou feliz com a visita, porque apesar delas terem durado cerca de quinze minutos e do bebê ter sido passado de colo em colo por estar acordado - sem chorar em nenhum momento - as visitas logo passaram a lhe dar atenção. Isso foi um alívio, já que temíamos que as atenções estivessem voltadas completamente para nosso trequinho mais novo e a miudinha acabar de lado, mesmo que sem intenções maldosas.

A campainha tocou.

Eu já sabia quem era naquele belíssimo fim de semana, então só levantei do sofá, onde relaxava com Carina enquanto a criaturinha dois estava em um colchão de bruços para treinar levantar a cabeça e a criaturinha um pintava alguma coisa na mesinha de centro.

Abri a porta, dando de cara com minha amiga de longa data me dando um sorriso desafiador.

-Olha só, ela está inteira - zombou, me fazendo rir.

-Oi, Vic - a cumprimentei - entre.

-Tia Vic! - gritou nossa pirralhinha, correndo em nossa direção.

Victoria se abaixou em tempo de pega-la em um abraço.

As duas se davam muito bem, apesar de se verem poucas vezes. Cake a adorava.

-Ei, como você está, Baby D? - perguntou minha amiga, arrancando um sorriso enorme de minha cria.

-Estou bem. Você veio ver o Bear, não é? - perguntou, desanimando.

-Vim ver se ele é tão legal quanto você, mas duvido muito disso, sabia?

A praguinha sorriu novamente.

-Eu sou muito mais legal - afirmou - ele só chora, dorme e faz cocô.

Vic riu.

-Então vamos ver ele só um pouquinho - chamou, arrumando a postura e pegando a mão da pestinha, indo com ela para a sala, onde Carina aguardava com Bear no colo e um sorriso no rosto pela atenção que viu minha amiga dar a nossa filha mais velha.

-Oi, Vic - cumprimentou Carina.

-Hey, Carina, tudo bom? Você parece ótima.

Carina riu, negando com a cabeça.

Era incrível também como as duas se davam bem agora que minha segurança emocional não estava em jogo.

-Estou bem. E você, como está?

-Estou muito bem - disse, então se inclinou para a bolinha branca e cabeluda nos braços de Carina- ah, meu Deus, ele é uma gracinha!

Carina abriu um sorriso gigantesco e orgulhoso e eu disse:

-Só fazemos filhos bonitos nessa casa, Victoria.

Ela me olhou por um momento e voltou seus olhos para o bebê observador.

-Vocês tem sorte de serem lindas, porque essas crianças são a cara de vocês - falou - olha só esses olhinhos...

Bear balbuciou suas coisas incompreensíveis para Vic, que riu.

-Você quer pega-lo? - perguntou Carina.

-Eu posso? - perguntou Vic.

-Claro! - disse Carina.

-Mas tem que lavar a mão para pegar no Bear - se intrometeu a pestinha maior - a maior chatice...

-É verdade, mas é o certo, não é? - perguntou Vic, novamente interagindo com a menina.

-Sim.

-Por que você não me mostra onde lavar as mãos? - sugeriu minha amiga.

-Está bem, vem comigo! - chamou a pirralhinha e as duas sumiram pela casa.

Sentei com Carina no sofá e fiquei lhe mandando beijinhos, o que a fazia rir e suas bochechas corarem.

Minutos depois, Victoria e a praguinha voltaram tagarelando.

-Mamães, a tia Vic disse que meu quarto é mais legal que o do Bear - contou a criança, subindo em meu colo.

-É mesmo? - perguntei e ela assentiu.

Carina passou o bebê para os braços de Vic, que começou a conversar com ele afinando a voz.

-Eu não acredito que você convenceu Carina a colocar esse nome na criança - disse em negação.

-A mulher do cartório também não acreditou - contei - mas quando disse que nossa primeira filha tem nome de Bolo acho que ela decidiu que nossa família era mesmo incomum e o registrou Theodore Bear Deluca Bishop.

-Maya me venceu pela fofura. O nome realmente combina com ele.

-Estranhamente sim - disse, o olhando.

Depois de um tempo conversando, o chatinho começou a resmungar pela hora de mamar e Vic se despediu, não querendo atrapalhar o momento e prometendo voltar para brincar com Cake.

Depois de mamar e arrotar, deixamos ele no sofá enquanto Carina e eu conversávamos com ele e a pirralhinha estava brincando.

Eu, na verdade, tentava dizer alguma coisa a ele, o que fazia Carina rir e me repreender por chamar ele de fedidinho e bomba de cocô.

Entendiada e enciumada com nossa atenção pelo bebê, a praguinha maior se aproximou.

-Vocês só ficam com esse chato - reclamou, o olhando de cima e fazendo algo que Carina e eu estávamos tentando há dias.

A olhando com sua cara emburrada, Bear abriu seu primeiríssimo sorriso voluntário.

-O que foi, seu fedido? - ela perguntou e se fosse possível o sorriso do bebê se abriu ainda mais ele balbuciando os sons que aprendeu a fazer e tirando um riso inevitável da praguinha maior.

Finalmente, irmão e irmã se reconhecendo e se derretendo um pelo outro.

Eu acho...

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