Capitulo 02

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Estávamos ansiosas.

Não sei quem estava pior, Carina ou eu. A ideia de encarar uma nova gravidez, mesmo que não fosse a minha, me deixava assustada.

Carina estava em êxtase. Anotou a data da nossa consulta com um médico especialista em fertilização no calendário da cozinha e toda vez que eu passava por lá pra pegar uma banana ou tomar água meu estômago dava um salto.

Hoje era o dia.

Sábado, Carina e eu deixamos nossa coisinha em Amelia e Andy e seguimos para o consultório, onde agora aguardávamos sermos chamadas.

-Eu estou nervosa, mas vai dar tudo certo, não é, Maya? - perguntou Carina e me virei para olha-la.

De blusinha e shortinho devido ao tempo quente diretamente do verão, Carina me lembrava nossos tempos de cinco anos atrás, comigo no consultório e ela ao meu lado me encarando com seus olhos inocentes cheios de medo do bebê não gostar dela.

Ela ainda era a mesma Carina, dotada de uma extrema confiança na presença de nossa filha e quando tinha que tomar decisões. Ainda assim, minha tão doce e inocente Carina e eu faria tudo para protegê-la, principalmente quando ela vinha a mim com seus olhinhos castanhos piscando em minha direção.

-Claro que vai dar tudo certo, Carina - a tranquilizei, deixando um beijo em sua testa.

Ela sorriu para mim daquele jeito fofo e tímido que derretia meu coração como manteiga no calor.

Suspirei.

-Senhora Carina DeLuca Bishop - chamou a secretária e meu peito se encheu de orgulho de nosso sobrenome de casadas.

Levantamos e a mulher nos acompanhou até a porta do consultório e indicou que entrassemos.

Respirei fundo, sentindo minhas mãos suando.

Troquei um olhar com Carina e assenti para ela em incentivo, então entramos.

Do outro lado de uma mesa de madeira, uma mulher de curtos cabelos loiros e olhos azuis nos encarou e sorriu. Em seu jaleco estava bordado: Dra. Brooke.

-Olá! Sentem-se. Em que posso ajuda-las?

Nos sentamos lado a lado em frente a mesa e trocamos um segundo olhar.

Carina respirou fundo antes de voltar a olhar a médica.

-Minha esposa e eu queremos ter um filho - disse, indo direto ao ponto.

Ela assentiu, mantendo um sorriso.

-Muito bem, vocês já devem saber que sou especialista em trazer esses baixinhos e baixinhas para o mundo - disse em um tom quase infantil - quem de vocês pretende engravidar?

Carina apertou minha mão.

-Eu.

-Entendi, Carina , certo? - ela assentiu - vou passar alguns exames para sabermos como está sua saúde e depois conversaremos sobre os processos de fertilização e decidiremos qual é o mais indicado para você.

Nisso, ela fez todas as perguntas ginecológicas para Carina e algumas sobre histórico de saúde, onde minha esposa explicou sobre seu histórico de transtornos alimentares. A médica foi muito atenciosa e explicou o quanto poderia ser difícil para Carina não ter uma regressão devido às mudanças que aconteceriam em seu corpo e confesso ter ficado preocupada, mas ela ainda se mantinha confiante e radiante, então eu tinha que confiar nela e apoia-la.

Saímos da clínica e fomos direto para casa, onde nos enfiamos no computador para pesquisar sobre os tais métodos de fertilização que nos seria apresentado já para ter em mente nossas escolhas.

-Bom, tem a inseminação artificial e tem a fertilização in vitro - comentou Carina , deitada de bruços ao meu lado na cama em frente ao notebook.

-E qual a diferença?

-Bom, na inseminação eles colocam o sêmen lá dentro e espera-se que o corpo faça o resto do trabalho.

Fiz uma careta, porque me parecia meio nojento, não sei por que.

-E na outra?

-Eles fazem o trabalho todo em laboratório e depois só colocam no lugar.

-Esse me parece que é tipo certeza de dar certo.

-Sessenta por cento de sucesso em mulheres até trinta anos - falou, mordendo o lábio.

-E a outra?

-Vinte por cento de chance - torceu o lábio.

-Vamos na outra então - disse e me perguntei se Carina já não estava confusa com tantos "na outra" e "a outra" que já havia dito.

-É, mas olha isso...

Me inclinei para o computador.

-Quinze mil?!? - quase berrei - não vamos gastar tudo isso!

Carina bufou.

-Não, não isso. Dinheiro não é problema, mas estava falando disso aqui: risco de gravidez ectópica.

Franzi o cenho.

-O que é isso?

-É quando a gravidez acontece fora do útero. Isso pode matar, só para deixar claro. - me lançou um olhar preocupado.

-Então está descartado. Vamos ficar com os vinte por cento mesmo. Nem queria esse. É muito caro.

Carina balançou a cabeça.

-Não podemos descartar nada. Tudo tem riscos, assim como estamos assumindo que podemos acabar tendo gêmeos com esses métodos, o que já torna uma gravidez de risco.

-Não vamos fazer algo que pode te matar, Carina! Isso está fora de questão - rebati, tentando parecer mais firme que ela, que virou o rosto para me encarar.

-Não vamos descartar uma coisa só por medo de possibilidades. Se decidimos ter um bebê, temos que ir a fundo. Vamos fazer o que pudermos.

Fechei a cara para ela, não me contendo em demonstrar que estava ficando irritada.

-Não vamos ter um filho juntas se você não estiver viva para isso! Isso é loucura, Carina!

-Não é loucura, é uma possibilidade que existe inclusive em mulheres que engravidam naturalmente - insistiu - não vamos descartar isso. Se você acha melhor tentarmos a primeira opção, ótimo, também acho. Mas se não der certo vamos tentar essa sim.

-Meu Deus, o que você tem na cabeça?! Pagar caro por algo que pode te matar...

-Pare de falar em dinheiro! - se irritou - temos dinheiro suficiente para pagar por isso e não vai fazer a menor diferença, você sabe disso! E eu não vou morrer, Maya. Onde está sua fé? Isso está me soando como uma desculpa para não tentarmos ter um filho. O que foi? Você mudou de ideia, é isso?

Respirei fundo, me sentindo estressada com o rumo que essa conversa tomou.

-Não, Carina. Eu não mudei de ideia. Só estou preocupada. Não pode me condenar por isso.

Seu semblante suavizou.

-Eu também me preocupo, Maya. Mas eu acredito muito que vai dar tudo certo. Por favor, eu preciso que acredite comigo... Vamos tentar.

Suspirei, enterrando as mãos nos cabelos por um momento antes de encara-la.

-Apenas se não der certo de jeito nenhum nossa primeira opção.

Ela sorriu, seus olhos recuperando o brilho.

-Vai dar certo - disse, dotada de uma confiança que apenas Carina tinha.

Abri um sorriso para ela apenas por vê-la sorrir.

Eu esperava mesmo que tudo desse certo, mas o que haveria contra nós, afinal?

With All My Soul Onde histórias criam vida. Descubra agora