Capítulo 29

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Ok, realmente nos mudamos para o quartinho do térreo enquanto Carina estivesse grávida.

As coisas já estavam todas montadas em nosso quarto oficial, mas o senso de equilíbrio de Carina estava terrível e nosso medo dela acabar caindo da escada nos levou a fazê-la evitar subir e descer as escadas mais que o necessário.

Digo, ela sequer estava enxergando seus pés!

E também era bom que ela não se esforçasse tanto, porque já vinha sentindo alguns incômodos como umas dorzinhas na virilha.

Além disso, comentou sobre em alguns momentos sentir a barriga ficar dura por uns instantes, o que a Doutora Brooke disse serem as contrações de treinamento. Não era ainda o incômodo que eu sentia, mas a médica disse que era normal.

Eu tinha medo que isso significasse que ela poderia entrar em trabalho de parto a qualquer momento, porque já estava de trinta e quatro semanas, mas trinta e quatro semanas ainda era oito meses e eu tinha que me lembrar que ainda viriam algumas semaninhas até a data prevista de parto, o que não era lá grandes coisas porque a coisinha número um estava prevista para vinte e três de julho e nasceu semanas antes.

Sim, era para termos uma leonina e ganhamos uma canceriana.

Nada contra cancerianos, até sou casada com uma. E ao menos teríamos um pisciano para equilibrar. Família emotiva, uhu.

Enfim, a sorte é que na última visita feita por meu chefe no final do ano (dessa vez sem companhia do doador do espermatozoide que gerou nossa filha mais velha), comentei superficialmente que minha esposa estava grávida e ele me autorizou a tirar umas semanas de licença maternidade, que eu emendaria com férias.

Eu iniciaria essa licença duas semanas antes, porque eu tinha que me basear no que sabia e o que eu tinha conhecimento vinha da minha própria gestação.

Além disso, Carina definitivamente precisaria de ajuda em casa nessas últimas semanas.

Dando meu expediente por encerrado, voltei para casa, como tinha que ser.

Cheguei, desci do carro e entrei em casa, dando de cara com Carina no sofá e a pirralhinha a seu lado, as duas rindo.

-Vai, pode tocar - Carina dizia e depois vieram as risadas das duas.

-O que vocês estão aprontando? - perguntei e a criaturinha se levantou, correndo até mim e batendo contra meu corpo gritando:

-Mamãe!

-Hey, oi - a cumprimentei com um abraço, rindo baixo de sua empolgação.

-Mamãe, o bebê está com soluço, vem ver! - me chamou, me pegando pelas mãos e me levando até Carina, que cumprimentei com um beijo nos lábios antes de me sentar ao seu lado.

A praguinha pegou minhas mãos e as colocou sobre a barriga descoberta de Carina, onde senti os movimentos ritmados que indicavam que a coisinha número dois estava com soluço.

Cake também posicionou suas mãos sobre a barriga da mãe e começou a rir.

Era a primeira vez que ela interagia com o bebê que esperávamos, porque antes ela parecia ignora-lo totalmente e ficava irritada quando dávamos um pouquinho de atenção a ele.

Isso só significava que ela daria muito trabalho em relação a ciúmes, mas talvez essa aproximação melhorasse as coisas.

Olhei para Carina, que ria, parecendo encantada com a reação da filha.

-Como o bebê vai se chamar? - ela perguntou, parecendo realmente interessada.

-Como você quer que ele se chame? - Carina perguntou.

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