With All My Soul

Capitulo 43

OLÁ, ALGUÉM POR AQUI AINDA? 👀

Quem é vivo sempre aparece 😅 como estão?

Estávamos Carina e eu sentadas no balcão observando a estranha, mas cada vez mais constante quietude de nossa filha mais velha, que estava sentada no sofá concentrada em um programa qualquer na televisão há um bom tempo.

Ela não estava mais tão falante quanto há alguns anos ou mesmo alguns meses ou semanas atrás.

Não que tenha deixado de ser tagarela, porque era só dar corda que desandava a falar. Só que antes ela falava até sozinha e nas últimas semanas ela passou até mesmo a brincar em silêncio boa parte das vezes, isso quando não se dedicava mais a ler e escrever do que a dar vida a seus ursinhos.

- O que será que está se passando pela mente dela? -perguntei a Carina em meio a cochichos.-

Carina pressionou os lábios e negou com a cabeça.

- Pode ser que esteja apenas interessada no que está passando.

- É, mas ela está tão calada..

Carina suspirou.

-Acho que está crescendo e descobrindo a si mesma e seus próprios pensamentos - disse e não tive como dizer mais nada porque Bear, de agora cinco meses, começou a chorar.

-Mamães, o Bear está chorando! - avisou nossa pestinha sem tirar os olhos da televisão.
Carina se aproximou do bebê no colchão e o pegou no colo, trazendo até nós.

-Puxa, ele está tão chorão de novo! - comentei - ei, babão...

Ele continuou chorando e mordendo a própria mão e Carina riu.

-Eu descobri uma coisa nele hoje - disse, se contorcendo para segurar ele de outra forma e afastando seus lábios - os dentinhos vão nascer, por isso está tão irritado.

Franzi o cenho e encarei sua boca, não entendendo muito bem como Carina havia percebido aquilo porque eu só via gengivas.

- Ah... - fiz.

- Coloquei um mordedor para ele na geladeira.

Pegue para mim. Vai ajudar a aliviar o incômodo.

Fui até a geladeira, peguei o mordedor e entreguei para ele.

-Não jogue, pirralho. É para por na boca - disse a ele, porque havia pegado a mania de atirar coisas no chão como um maluco ou como um gato, sei lá.

Ele disse uma série de "bababa" como se também me passasse um sermão e enfiou o negócio na boca.

Depois disso ela o entregou para mim e foi fazer o jantar. A hora da refeição também seguiu o mesmo ritmo, entrando no que estávamos nos acostumando da coisinha número um começar a falar algo, então parar e ficar refletindo por um longo tempo.

Fomos para cama e Carina se virou para mim, um sorriso cheio de más intenções no rosto. A puxei para mim e ela riu antes que eu atacasse sua boca e a virasse para cima de mim.

Uma batida na porta.

-Mamães, estou com medo - a voz de nossa pirralhinha soou manhosa.

Com um suspiro, Carina saiu de cima de mim e foi até a porta, a abrindo.

- O que houve, amor? - perguntou.

- Estou com medo. Posso dormir aqui?

- Carina abriu espaço para ela passar e a criatura subiu na cama e se acomodou no meio. Minha esposa voltou a seu lugar e suspirou novamente.