Jimin é um jovem de 23 anos que vive a vida de maneira desregrada, buscando conforto, felicidade e esquecimento nas bebidas alcoólicas, festas e sexo casual.
Além disso, Jimin também sofre com problemas familiares, o que o torna ainda mais vulneráv...
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JIMIN
Às vezes, pego-me lembrando de minha infância. Não foi difícil, mas também não foi fácil.
Não é todo mundo que aos onze anos de idade já tem maturidade o suficiente para entender algumas coisas. Fui criado por pais separados, então, o que era lei e regra na casa de um, na do outro, não parecia tão errado assim.
Quando era mais novo, aos onze, eu gostava de brincar como uma criança normal. Eu não tinha muitos amigos, nunca fui o tipo de garoto que pega amizade fácil com alguém.
Eu ainda gostava de brincar de carrinho, andar de bicicleta e, não me importava com meu estilo de roupas.
Eram cerca de sete horas da manhã quando Changmin me tirou da cama uma vez, dizendo que ele queria tomar o café da manhã, mas as torradas haviam acabado.
Naquele mês, ele esqueceu de comprá-las — ou fingiu esquecer.
Lembro-me que nunca havia ido ao mercado sozinho antes, porque costumava fazer isso com minha mãe ou com algum tipo de garoto que eu pensava ser meu amigo.
Mas naquela manhã, eu sabia que minha vida mudaria.
— Está muito cedo... — reclamei, esfregando os olhos e soltei um bocejo.
— Quanto antes você aprender a fazer as coisas sozinho, melhor. — Changmin protestou, confiante.
Era como se ele quisesse me treinar para ser o tipo de homem ideal que ele precisava que eu fosse.
Eu não disse nada, porque naquela época, eu não tinha confiança e nem mesmo sabia o que era responder um adulto, então eu fui.
Saí de casa de pijama, porque Changmin não havia deixado que eu me trocasse — ele estava com pressa.
E bem, esse é o tipo de pensamento que me assombra até hoje.
Havia uns garotos na minha escola que eu detestava. Eles eram como o diabo em terra humana, sempre me provocavam porque se achavam bons demais, comparado às outras pessoas.
Infelizmente, naquela manhã, um desses garotos fazia as compras com seus pais — que, por sorte, ainda estavam casados.
Quando me viu, ele fixou o olhar em mim e eu fingi não vê-lo. De instante, ele não disse nada, mas no dia seguinte, decidiu que aquele era um bom motivo para zombar de mim na escola.
Eu era quieto e comportado, era considerado o aluno mais esforçado da sala. Um completo nerd, antissocial, introvertido, impopular, reservado e, até mesmo, um bicho do mato, para alguns.
