EPÍLOGO: O conto do sol e do girassol

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JIMIN

Eu nunca fui do tipo que se entrega totalmente, do tipo clichê que diz que daria sua vida em prol da vida de outra pessoa. Nunca fui assim.

Para mim, sempre foi difícil entregar-me a qualquer tipo de sentimento, ou qualquer apego.

A depressão subentendida que desenvolvi aos dezesseis anos de idade — quando entendi o que amor era, e o que isso significa na vida de uma pessoa e percebi que eu não era amado e nem mesmo desejado dentro de minha própria casa —, fez-me criar uma casca grossa, protetora.

Como alguém que sempre espera o pior, para que quando aconteça algo ruim, não fique entristecido com isso.

Eu não me arrependo das noites que passei em claro, curtindo do que a vida me oferecia. Eu gosto do Jimin que eu era antes de conhecer Jungkook, porque ele ainda habita em mim e me faz ser o que sou hoje.

Aquele garoto ruivinho me mostrou que eu estava sozinho no mundo até então, e me fez criar um mundo diferente para mim mesmo. Ele exaltava-se como um Deus, se achava atraente e amava suas belas curvas.

Ele foi tudo o que minha criança interior admirava, por um tempo.

Há muitas coisas que fiz que sei não serem certas, porque a maioria de minhas escolhas sempre foram erradas, mas aquele escudo criado era o que eu precisava antes.

Eu não sabia como reagir de outra forma, não sabia como dizer a minha família o que eu era, porque já imaginava que coisa boa não viria dali.

Mesmo assim, mesmo hoje, eu ainda não sei como reagir.

Eu disse que o amor fedia e, até hoje, não mudo de ideia, mas aprendi a aceitar que o amor existe, sim. Não em todas as pessoas do universo, não em todo o lugar, mas com certeza, olhando em volta, por cima de toda a sujeira do mundo, encontro um ponto de paz.

Um par de olhinhos, que brilham quando me vêem chegar em casa. Vejo a silhueta de um homem, uma alma pura, os braços que me acolhem e me confortam e que me fazem entender que eu já tinha tudo o que eu precisava antes mesmo de saber.

Eu tinha um lar, meu coração pertencia a um lugar.

Mesmo que não tivéssemos nada de valioso no mundo, ainda tínhamos um ao outro. O meu coração sempre pertenceu a ele, no fim.

Jungkook permitiu-me pertencer, me deixou ficar, mesmo quando eu ainda não me sentia seguro o suficiente para isso.

A tatuagem de sol que fiz em meu pescoço, ao lado da de serendipity, me demonstrava isso. Porque o acaso me trouxe o sol.

O destino trouxe o sol para o meu jardim. Me trouxe ele: Jeon Jungkook.

E essa é a história de como eu deixei de ser a laranja, para ser o girassol mais feliz do mundo. O girassol bem iluminado, com seu solzinho rondando em cima dele.

Laranja Fugaz 🍊🍒Onde histórias criam vida. Descubra agora