Uma volta no tempo

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Por mais que eu tenha me esforçado para acordar cedo, não consegui, meu pescoço doía pela posição de mau jeito da noite anterior. Depois de chegar em casa, ainda troquei mensagens com SeokJin sobre o dia seguinte, o que me fez dormir ainda mais tarde. Cancelei todos os meus compromissos na ONG e passei as tarefas para minha assessora, enquanto Sewu me levava de carro até a HYBE.

— Mais rápido, Sewu. - falei, colocando a jaqueta para encobrir minhas tatuagens.

— O trânsito está especialmente conturbado hoje.

Não diga.

SeokJin tinha mandado duas mensagens perguntando onde eu estava. Apesar de ter programado conversar antes, para prepararmos o terreno, não deu tempo. Subi até o 12° andar impaciente, quando passei pelos corredores podia ouvir bem o "oh" uníssono dos assessores e demais executivos.

É, eu voltei.

A sala de reuniões estava lotada, me apressei fazendo sinal para o segurança me aguardar na porta. O primeiro que vi foi Bang PD que me devolveu o olhar incrédulo e assustado.

— Bem, o ideal é demitir ela e aplicar a multa, um processo seria de bom tom para abafar os comentários... de acordo com os advogados... - a voz que me assombrava falava sem parar e todos o reverenciavam.

Olhei para um Jin cansado e condescendente, sendo massacrado pelos executivos coreanos. Respirei profundamente, tentando rejeitar meu sangue americano, quando seus olhos encontraram os meus, pude perceber seu suspiro de alívio.

— Não precisa. Com toda certeza nossos advogados sabem que existe a possibilidade de cumular empregos, desde que haja aptidão. Basta a garota fazer o teste e tudo está resolvido. - minha voz foi como um trovão partindo o céu.

— Yun - Hee! - Bang levantou e veio em minha direção.

Ajeosshi. - ele me deu um abraço. 

Seokjin foi o primeiro a se levantar, depois os demais fizeram o mesmo curvando-se e me cumprimentando, eu apenas acenei para todos eles.

A-bba. - me referi ao meu pai formalmente, sua expressão era confusa e cética, como se visse Jesus ressuscitar.

— O quê você sugere? - Bang era meu maior incentivador.

— Deixa ela fazer o teste... se passar, os dois empregos são dela. Prova que a HYBE tem os melhores trabalhadores.

— Yun-Hee, as ações da empresa despencaram em menos de 12 horas. Ele é o maknae mais lucrativo. - meu sangue ferveu e em segundos me lembrei do porquê tinha deixado aquele mundo. Jin me ofereceu sua cadeira mas acabamos os dois de pé, impacientes.

— Se você deixar a garota fazer o teste eu devolvo seu lucro em 24 horas. - todos eles se assustaram com a minha proposta. — O pior cenário é demiti-la, a imprensa descobrir, caçarem a garota, e a HYBE piorar sua fama de misógina e desumana.

— Eu acho que ela tem um ponto. - Bang balançava a cabeça enquanto me apoiava.

— As regras estão aqui, se existe a possibilidade de regularizar a situação e ainda controlar os danos deve ser... - eu falava com serenidade para convencê-los.

— Para controlar a imprensa você precisa assumir seu cargo de relações pessoais. - o sorriso do meu pai era assustador, parecia que ao invés de um cargo ele me levava para a guilhotina. Andei até ele, sem me deixar intimidar, o silêncio na sala era quase mortal, travava-se ali um embate sanguíneo.

Legacy • Jung KookOnde histórias criam vida. Descubra agora