Legacy • Jung Kook

Park Jimin

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Passamos por um Jung Kook confuso que ainda esperava algo, parado na saída e Jimin seguiu atrás até minha sala. Quando entramos, retirei a máscara mas ele ficou parado na entrada.

— Vai ficar aí igual um poste? - reclamei, tirando a jaqueta e mostrando todas as minhas tatuagens.

— Owa... - ele deu um passo para frente, não sei se admirou meus músculos ou meus rabiscos da pele. — Pode dizer o que você quer?

— Park Jimin, me desculpe. - curvei a cabeça, o deixando confuso.

— Você tá falando do processo com o seguro-saúde?

— Não, infelizmente eu não estava de volta quando aconteceu toda essa baboseira da HYBE, mas já foi regularizado e fiz meu pai se desculpar pessoalmente.

— Eu vi, ele me ligou, era o mínimo... você tá falando de quê? - ele entrou fechando a porta, curioso.

— De... nós dois. - finalmente as palavras saíram. — Jimin... eu nunca pedi desculpas a você por tudo que houve. Ainda que você nunca me perdoe, é o mínimo que posso fazer. - como uma boa coreana curvei minha cabeça e juntei as mãos em sua direção aguardando uma resposta.

Eu tinha que enfrentar o passado.

— Eu esperava tudo menos isso... você volta depois de tanto tempo, age como se nada tivesse acontecido e me pede desculpas. Eu não sou mais a criança que você deixou para trás.

Eu sabia que não seria fácil, mas não achei que ele ainda tivesse tanta mágoa.

— Eu... não podia. Precisei sumir definitivamente para mudar de vez e acalmar as coisas, você sabe, aquilo tudo acabou com minha saúde mental... - eu falava devagar, escolhendo bem as palavras.

— E como você acha que eu fiquei? Que bom que você achou a solução dos seus problemas, porque eu continuo preso nessa realidade. - ele era ríspido, mas estava calmo, nenhuma das suas veias se sobressaíram.

— Mas... eu estou disposta a mudar isso. - joguei a pasta com o nome dele sobre a mesa, o fazendo se aproximar. — E a provar que eu mudei também... meu pai mantinha uma vigilância redobrada em cima de você, e essa é a única cópia dos seus últimos anos. - ele começou a examinar as páginas com informações íntimas das suas relações pessoais, inclusive as fotos.

— QUE NOJO DESSA EMPRESA! - poucas vezes eu o tinha visto perder a calma.

Eu tirei a pasta das suas mãos antes que ele ficasse mais furioso, a rasguei sem conferir nada e passei direto pela moedora de papel, fazendo reciclagem de tudo, colocando fim a tudo.

— Nós precisamos achar um ponto de equilíbrio ou vai ficar impossível conviver com o Bangtan se você pelo menos não me suportar. - resolvi ser direta.

Ele respirou fundo e encarou minha janela pensativo.

— Eu nunca mais fui o mesmo Jimin depois que você fugiu e é provável que eu nunca mais seja... não posso garantir que vai ser maravilhoso, mas pelo meu grupo eu vou me esforçar. Agora me deixa ir embora daqui, quanto mais tempo eu passo nesse andar, mais odeio esse corporativo.

— Tudo bem, obrigada.

— Yun-Hee... obrigado por isso. - ele falou, saindo pela porta e olhando uma última vez para o que sobrou da pasta no lixo. — Nós éramos bons juntos. - e deixou a sala.