Jung Kook andava por trás de mim, como um guarda-costas em meio a multidão. Eu tinha tanta informação em um lugar só, que não conseguia focar em tudo que via. Meus olhos percorriam o recinto, extremamente curiosos. A mansão tinha apenas uma fachada residencial, por dentro era um enorme galpão com lutas clandestinas de boxe. Homens e mulheres lutavam ao som de muita gritaria, pessoas apostando dinheiro e treinadores excitados. Eu e ele andávamos em fila para conseguir desviar de tantas pessoas aglomeradas, aparentemente ninguém ligava para nós dois.
Paramos em frente à um dos ringues, com duas garotas que lutavam em pesos leves, Jung Kook narrava a luta em meu ouvido direito e eu permanecia completamente extasiada pela experiência única. Não imaginava nunca que existia um lugar assim na Coréia, tão rígida, tão cheia de regras. Ali todos se misturavam como iguais.
— A de vermelho é mais ágil... com certeza vai finalizar, olha só. - a luta se encerrou com um nocaute certeiro de uma das lutadoras. — Eu sei que você quer assistir mais, mas vem, eu tenho uma coisa melhor ainda... - ele me puxou pela mão, por um longo corredor, passando por uma porta empenada e suja, que levava à uma sala.
Meus olhos vagaram na escuridão, aguardando ele acender a luz. A sala tinha vários materiais de lutas corporais espalhados, depois de socar a parede algumas vezes, a luz clareou o ambiente todo de uma vez, tive quase certeza que vi um rato se esconder entre alguns tatames rasgados.
— Eu quero aprender o que você sabe... - ele falou, tirando o pó de algumas luvas jogadas no canto.
— Nossa... como você descobriu isso aqui?
Era inacreditável que existisse um lugar clandestino como esse, mas era ainda mais inacreditável que ele o conhecia.
— O quê? Você ainda não aceitou que eu posso descobrir as coisas sozinho?
Percebi que o fato de eu duvidar da sua maturidade ainda o incomodava, resolvi aceitar o pedido, sedenta por um pouco de diversão. Depois de muita procura, ele achou alguns materiais de proteção, entregando-me.
— Argh... - reclamei, encaixando o capacete na cabeça com pó para todo lado. Ele foi até a porta conferindo a fechadura e a tranca que parecia meio frouxa. Minha mente pensou no perigo com tantas pessoas e nós dois em uma sala ao fundo, mas a excitação obrigou meu cérebro a continuar.
Ele se posicionou em minha frente, retirando o casaco, revelando novamente as tatuagens, eu o imitei, tentando arrumar as proteções de braço onde ele me atacaria.
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