Legacy • Jung Kook

Você vê?

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Por Jeon Jung - Kook

"Por que você se importa?"

Eu estava destruído, mas não tinha resposta para aquela pergunta, soltei a porta do elevador e vi Yun-Hee se ajoelhar aos prantos, as lágrimas que eu já tinha controlado voltaram, também me fazendo desabar. Não tinha ideia realmente de porquê eu me importava, mas sabia que doía, que me rasgava por dentro como nunca. Me dilacerava mais que minha mente, que se diga de passagem não pensava em mais nada, só nela, eu só a via, repetidamente, em meu carro, em meus braços, em meu colo, se encaixando em mim na moto, sorrindo pra mim, cantando pra mim. Ela conseguiu remover todos os milhares de pensamentos que eu tinha ao mesmo tempo, mas agora doía, doía muito.

Involuntariamente minha mão direita se fechou e foi direto ao chão, o sangue sujou a sala se espalhando pelo tapete, mas eu não me incomodava, só queria que a dor em meu peito parasse, mesmo com o punho ensanguentado, meu coração ainda doía mais. Isso era algo totalmente involuntário da minha personalidade, perder o controle da minha raiva e descontar em mim mesmo sempre, de alguma maneira o sangue, a cor vermelha das dálias que ela gostava me confortavam. 

Estou me ferindo, então estou me punindo, é o que eu mereço.

Deitei-me no chão envolto em meu próprio sofrimento, meus olhos fechados repassavam o vídeo da garotinha dançando feliz em contraste com a mulher que tinha acabado de sair do apartamento, desolada e ajoelhada no elevador.

Por que eu me importo? 

Peguei a chave da Mercedez e dirigi sem rumo, tentando acalmar minha mente. Se eu continuasse no apartamento, toda a cena passaria várias vezes em minha cabeça novamente. A voz suave e doce de uma das pessoas mais amáveis que eu conheci me inundou de repente, parecia um sonho, ela estava gigante, no outdoor ela se apresentava como uma estrangeira marketing da Coway, mais bonita e feliz do que nunca. Angel era a garota propaganda e discursava suavemente, como se falasse diretamente comigo. Parado e perplexo, o carro de trás precisou buzinar para me tirar do transe enquanto eu olhava ela monumental ali no meio da rua. 

⌔

⌔ ⌔

⌔ ⌔ ⌔

⌔ ㊕ ⌔ Algum tempo depois:

— Por que? Por que dói tanto? - me ajoelhei em sua frente.

— Jey... - a mesma voz que chamou minha atenção no outdoor da rua, abriu a porta me recebendo em sua casa. — O que aconteceu? 

Não consegui responder, minha mão ensanguentada pingava sem parar, mas as lágrimas, eram ela o que me consumia por dentro, como um veneno, eu sentia meu próprio coração atrofiar em um sofrimento agonizante, algo em meus vinte e cinco anos que eu nunca senti. Estava confuso, perdido e sozinho, por causa de uma pessoa só. Angel me abraçou calorosamente, e eu apoiei meu corpo sobre o dela, molhando seu pijama. Ela me sustentou firmemente, estava mais forte, bem alimentada e parecia tão feliz.

Me deixe sentir um pouco da sua felicidade, eu estou agonizando...

— Eu perdi... a Yun-Hee. - falei soluçante, não adiantava fingir, era melhor encontrar e aceitar a dor. — Ela mentiu pra mim... ela.. me traiu. - a palavra nem era essa, mas doía.