Na segunda-feira tudo parecia diferente, as pessoas ao meu redor estavam mais calmas, todos me tratavam com educação, e eu me sentia tranquila, mesmo voltando ao lugar que odiei por tanto tempo. Fui à HYBE rapidamente, concluí alguns compromissos da manhã, indo ao encontro marcado com Taehyung em um café próximo, em seguida. O lugar era famoso por receber idols, e de certa forma seguro. Ele me aguardava, seu assessor me cumprimentou do lado de fora, mas não entrou, o café ambientado na Seoul dos anos 90 estava calmo, quase sem ninguém. O idol estava de gorro, óculos e em sua pose despojada, pernas cruzadas, mas bebia um chá ao invés de café. Respirei fundo, prevendo que nossa conversa seria triste e complicada.
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— Kim Taehyung. - o cumprimentei, curvando-me, ele levantou-se imediatamente, respondendo o cumprimento logo em seguida, puxando a cadeira para mim.
— Noona. - fiz uma careta com o honorífico que ele usou.
Sentei-me, pedindo um café gelado, ele sentou-se em seguida, suspirando profundamente. Semanas atrás, quando nos reencontramos, ele era uma pessoa completamente diferente. Ainda me impactava essa capacidade, dele, só dele, ter nuances de vários personagens em uma pessoa só, uma pena que a televisão coreana não valorizava propriamente seu trabalho de ator.
— Você provavelmente...
— Sim, eu já sei do que se trata. - confirmei.
— Eu... peço desculpas por isso. - seus olhos tristes voltaram para mim. Levei a mão à testa me lembrando que tinha esquecido da pasta em cima da minha mesa. — Que foi?
— Eu preciso te entregar uma coisa, mas acabei esquecendo, mais tarde eu levo onde você estiver. - o tranquilizei, seu olhar era de pesar, percebi uma marca arroxeada em seu pulso que a camisa de manga comprida não cobria, apesar da roupa pesada para uma primavera que cobria inclusive todo o seu pescoço. Não pude deixar de encarar, ele puxou um pouco o casaco, meio envergonhado. — Taehyung... eu não julgo você.
— Obrigado... nem todo mundo entende. - respondeu com pesar.
— Eu sei, mas você pode ficar tranquilo, vou resolver tudo isso da melhor maneira.
— Ela vai voltar para a América? Vai acontecer algo com ela?
— Vai, ainda hoje, minha equipe vai levar ela de volta... conseguimos contornar o problema.
