Capítulo 9
Conversamos mais algum tempo, e acabamos esvaziando a garrafa de vinho. Assim que Selena foi embora, eu deitei para descansar. Na cama, comecei a planejar melhor, minhas atitudes diante dos acontecimentos no trabalho.
O despertador disparou, levantei animada para mais um dia desafiador. Uma saia plissada azul marinho, uma blusa de gola alta nude, salto alto e casaco. Cabelo preso como sempre, e maquiagem leve. Minha pasta em mãos, estava pronta.
Na empresa, entrei no elevador com a barriga gritando por um bom café, fui até a cafeteria. Sentei, logo veio a garçonete que vai me ajudar a conhecer melhor as pessoas. Perguntei sobre a Priscila, tinha que saber mais sobre ela.
- Grace, a Priscilla costuma tomar café aqui? Perguntei, mesmo lembrando da máquina de café que vi na sala dela.
- Antes ela tomava café com os funcionários, agora que está tendo um caso com o Felipe, ela recebeu como presente, uma máquina de café e um frigobar para sua sala. Ela é a única que tem uma máquina na sala nesse setor. Fico feliz por isso, porque ela reclama de tudo. Nada satisfaz aquela mulher. Tenho pena do Felipe, por ter que suportar aquela megera, desculpe falar assim, é que ninguém gosta daquela mulher. As pessoas só faz o que ela quer, por medo de ser demitido.
Um rapaz chama a Grace, e ela diz que precisa ir.
Então, ela namora o Felipe! Eu suspeitei, mas não tinha certeza.
Acabei meu café, e percebi que teria que encontrar com a Grace fora da empresa, assim teremos mais tempo para conversarmos. Ela é um ótimo suporte de informações. Seria bom saber mais sobre os funcionários.
Entrei na sala, e vi sob a mesa do Felipe uma pilha de papéis.
Será que ele chegou?
Sentei, esperei por um tempo, e ninguém apareceu. Curiosa, levantei, e disfarçadamente andei até a mesa, mechendo naquelas folhas,tentei descobrir o que seria. A primeira página tinha o nome de um projeto de marketing. Onde estava escrito.
Marketing do futuro.
Virei a página, encontrando uma nova forma de abordagem usando blogueiros. A estratégia era muito interessante. Enquanto lia, fiquei distraída.Nesse mesmo tempo, Felipe raspou a garganta logo atrás de mim. Meu coração disparou, pela certeza de quem seria. Virei para ele, arrependida por ter me distraído.
- Bom dia, não sabia que era tão curiosa senhorita Helena. Você costuma mecher nas coisas dos outros? Imaginei que poderia confiar em você, vejo que errei em colocar você e nessa mesma sala.
- Eu não costumo fazer isso. Mas peço desculpas pelo meu erro. E quanto a sala, creio que seria melhor ter meu espaço.
- Se sente incomodada comigo, Helena?
- Para dizer a verdade sim. E seria bom pra você também.
- Então está sabendo também, o que é bom para mim?
- Não é isso que eu quis dizer...
- Acho que só está piorando a situação.
- Com certeza, admito meu erro, peço desculpas.
Ele fixou o olhar nos meus, depois de um tempo, andou até sua mesa e sentou.
- Eu iria mesmo te entregar esse projeto, achei interessante implantar essa estratégia na empresa. Quero que analize os dados e coloque em prática.
- E quanto a sala, tenho certeza que poderemos nos adaptar. Disse que ficaria de olho em você.
Andei com os papéis em mãos, sentando na cadeira, olhei novamente para ele, que ainda me encarava com um sorriso divertido no rosto. Sem puxar outra discussão, voltei meus olhos para o projeto e comecei a ler com calma.
Como há pouca luz nessa sala, estava me incomodando, levantei indo até a cortina para abrir um pouco.
- O que está fazendo?
Felipe me perguntou curioso.- Essa sala precisa de um pouco mais de luz.
Ele se levantou andou até a cortina, tirando das minhas mãos fechou.
- Não gosto de altura, por isso prefiro as cortinas fechadas.
Disse num tom extremamente nervoso. Notei que ele ficou tremendo, ele me olhou assustado e folgou a gravata que parecia sufocar sua garganta.- Tudo bem...não precisa se alterar. Se soubesse disso não tentaria abrir. Fica calmo, vou pegar uma água pra você.
Sai em direção a lanchonete peguei um copo de água e voltei a sala. Ele estava sentado de cabeça baixa .
- Aqui está, beba um pouco. Tente respirar devagar.
- Estou bem.
Ele levantou o olhar como um menino assustado. Nesse momento, sentir que conhecia aquele olhar, mas não me lembrava de ninguém parecido com ele.
Pegou a água da minha mão bebeu um pouco, respirou fundo.
- Estou bem, já passou. Não se preocupe, pode voltar a fazer, o que estava fazendo.
- Ok. Respondi me afastando e voltei para minha mesa.
Escutei alguém me chamar.
- Helena?
Olhei para a porta, o Olavo estava de pé na porta, com alguns papéis nas mãos.
- Trouxe o que me pediu.
- Sim, obrigada. Assim que verificar tudo, falo com você. Agradeço sua ajuda.
- Senhor Felipe.
Cumprimentou e saiu apressado.- O que pediu ao Olavo?
- Os nomes dos funcionários.
- E porque não falou com a Priscila?
- Eu falei, mas ela não demonstrou interesse em querer me ajudar.
- E porque não iria querer? Estão trabalhando juntas, não estão?
- Infelizmente, não. Ela parece querer trabalhar sozinha. Mesmo não acostumada com essa forma de trabalhar, prefiro fazer as coisas do meu jeito.
Ele pegou o Tablet, e disse.
- Só um segundo, vou resolver isso agora mesmo.- Felipe! Prefiro não...
Lisa apareceu e ele disse.
- Lisa, chame a Priscila a minha sala agora.
Tudo bem, não tenho medo da Priscila, ela tem que saber seu lugar nessa empresa. Mesmo namorando o chefe, ela precisa separar as coisas. Pensei olhando para ele ainda intrigada com seus olhos.
Voltei para as folhas em minha mesa, até a nariz empinado aparecer.
- Mandou me chamar, Felipe? É sobre trabalho ou já estava com saudades?
Disse chegando perto, tocando o ombro do Felipe, se insinuando de uma forma, que deixou ele desconfortável.
Ele me olhou, como se chamasse a atenção dela, a notar minha presença. Ela me olhou.- Helena! Como vai? Disse falsa.
Sempre me esqueço que você está aqui!Com um sorriso debochado eu acenei com a cabeça.
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Destino.
RomanceHelena conviveu com pais cruéis e insensíveis, mesmo muito pequena, ela era responsável por cuidar da casa e dos irmãos. Não teve tempo para brincar ou se divertir. Ela cresceu sem acreditar no amor, buscou superar sua carência pessoal, aprimorou-s...