Destino.

Honestidade

Com as fotos em suas mãos e um olhar estranho, Felipe me perguntou.

- O que é isso Helena?

Em estado de choque, e sem reação, falei.

- Vou trocar de roupa e te explicarei melhor.

- O que o Josh faz beijando a Priscila?
Isso é uma brincadeira de mal gosto? Foi você mandou fazer essas montagens?

- Não! Como pode imaginar uma coisa dessas?

- Porque o Josh não gosta da Priscila! Ele nunca beijaria uma mulher que ele vive criticando!
Isso é uma loucura! Porque essas fez essas fotos? Você pretende o que com isso tudo!
Está envolvendo até o Olavo nessa história? Você deve saber que ele é um funcionário de confiança. A única explicação que tenho para isso é que está com medo de perder o emprego. Por isso está tramando fazer alguma coisa com essas fotos. Cada dia me decepciono mais com as pessoas! Como pude ser tão cego! Estava quase acreditando que você era diferente.

- Como pode duvidar de mim assim? Você nem me conhece!

- Disse uma verdade, eu eu realmente não te conheço.

- Quero te pedir que se acalme Felipe, e por favor me escute!

- Não quero escutar suas mentiras! A Priscila ainda me alertou sobre tudo.

- O que ela te falou? Por acaso, ela falou mal de mim?

- Ela só disse que você se mostra boa moça, desinteressada, mas tem intenções escusas.

- Intenções escusas? Risos de nervoso.

- Está rindo da minha cara?

- Estou rindo, porque você acredita nas pessoas erradas. Essas fotos foram tiradas por uma detetive amiga do Daniel. Se tiver duvidando posso te passar o contato dela.

- Ele riu, jogou as fotos na mesa, andou até mim.

- Você pensa que é esperta, colocando até o Daniel nessa confusão? Você não sabe com quem está se metendo! Vou arruinar sua vida, e ninguém vai contratar uma mulher sem escrúpulos, e sem vergonha!

Sentir um gosto amargo na boca e levantei a mão para bater em sua cara, quando ele segurou minha mão, a toalha caiu.

Ele olhou meu corpo nu, e seus olhos mudaram de cor. Tremi com vergonha, por estar com meu corpo exposto.

Olhares extremos e sentir uma sensação diferente ao seu olhar. Sem esperar ele me beijou. Foi um beijo tentado e ansioso. Mesmo levada aquela situação de atração mútua, eu o afastei. Peguei a toalha cobrir meu corpo,  e falei.

- Por favor vai embora da minha casa! Enquanto você pensar que sou desonesta, não quero te ver na minha frente. Nunca fui tão humilhada, tão julgada. Tão...

Saia da minha casa!

Ele ficou me olhando com dúvidas ainda nervoso, ele suspirou. Andou até a porta e sem olhar para trás saiu.

Andei até o quarto, coloquei um dos meus pijamas, sentei na cama, e os meus olhos pela primeira vez adulta, se encheram de lágrimas. Desde criança, eu não chorava, mas agora chorei. Sentindo uma enorme bomba de emoção em meu coração, abracei o travisseiro, derramando lágrimas de raiva, decepção e sentimentos de exaustão. Enquanto as lágrimas desciam pelo meu rosto, escutei a campainha.

Não pode ser ele! Ele não se atreveria voltar!

Limpei o rosto, tentando não parecer abatida, andei até a porta,  abrir. Era Selena, que notou na hora meu olhar, e me perguntou.

- Você está bem?
Desabei em seus braços, voltando a chorar.

Ficamos abraçadas, até eu me acalmar, andamos até o sofá. Ela voltou para fechar a porta, que ainda estava aberta.
Quando me acalmei um pouco mais, ela acariciou meu cabelo, e voltou a perguntar.

- O que aconteceu? Nunca te vi assim Helena?

- Não me pergunte nada agora, por favor, só fica aqui comigo.

- Tudo bem... estou aqui pra você.

Chorei até adormecer, os remédios antialérgico também estavam fazendo efeito. Na manhã seguinte, acordei no sofá. Selena deixou um bilhete dizendo que iria trabalhar, porque hoje tinha uma reunião importante. Mas gostaria que fossemos almoçar juntas. Ela pediu para mandar mensagem ou ligar se estivesse bem para conversar.

Olhei o celular,  respondi mensagens dos meus irmãos, que sempre conversavam comigo, todos os dias pela manhã.
Liguei a TV para me distrair, queria ficar quietinha, acalmar e pensar no que fazer.

O manhã passou, eu não conseguir fazer nada, ainda estava triste, com tudo que aconteceu.
Recebi mensagens da Grace e da  Lisa, me perguntando se estava tudo bem. E a Selena me ligou, mas nem com ela quis atendê-la, só queria ficar quieta, sem perguntas ou perturbações. A tarde dona Zélia me ligou, dizendo que precisava me ver. Eu tentei dizer que não poderia ir tentando dar uma desculpa, mas ela insistiu dizendo que precisava muito me ver.
Sem saída, eu falei que iria.
Imaginando que o Felipe estaria na empresa, me arrumei para ir vê-la.
Cheguei na garagem lembrei que meu carro não estava comigo.
Peguei um táxi e fui encontrar dona Zélia e saber o que era tão sério pra tanta insistência.
Desci do taxi e bati na porta. Nora me recebeu com o sorriso de sempre e um carinhoso abraço.

- Como vai minha menina?

- Vou bem Nora, respondi um pouco triste.

Como se soubesse de como eu estava ela disse.

- Nada é tão ruim, que não possa melhorar. Dona Zélia te espera no escritório. Vou precisar sair mas deixei um lanche preparado para vocês. Fique a vontade, sinta-se em casa.

- Obrigada Nora.
Falei tirando o casaco colocando no móvel ao lado da porta.
Andei pelo corredor ainda receosa, com medo de encontrar o Felipe na casa, e pensando porque a Nora disse aquelas palavras.
Tudo estava estranho, porque dona Zélia estaria no escritório?
Mesmo assim estava lá sem entender como não recusei o pedido daquela senhora.

A porta do escritório estava fechada. Eu batir e não escutei ninguém responder. Batir novamente, e nada. Então resolvi abrir.

Felipe estava encostado na mesa de braços cruzados, parecendo estar esperando eu entrar.
Tentei voltar, mas fui segurada por suas mãos.

- Espere, vamos conversar!

- Não quero falar com você, não quero te ver. Me solta por favor!